Entre Metáforas e Utopias

Emaranhado Amor

A ti amor
A ti paixão
A ti desejo um coração
Que caiba não só o que lhe dei
Mas também o que não entreguei

A ti todas as rosas
A ti violetas azuis e lilases
E a ti um cesto para carrega-las
Um cesto que não lhe dei

Mas a ti eu desejo
De bom grado e coração
Que cultive as sementes de um bálsamo
De paixão

A ti peço remanso
Empatia e descanso
Aquieta-te o agito
E agita-te o silêncio
Plante hoje ou amanhã,
Porém não deixe de cultivar
Regue o dia e plante a noite
E não pare de tentar
Pois a frente nasce o sol
E de noite o luar

Loura estrela velejante
Um cometa bem distante
Traja a lua em diamante
Tinge o breu de verde melancia
E o que outrora foste noite
Hoje faz-se dia
Dorme a lua
E nasce o sol
Morre o choro e alegria

Eu daqui paralisado
Vendo do céu lançar
Foste estrela tão bonita
Companheira do luar,
A ti, diz-se cadente
Eu tenho um pedido oculto
Que o zele em plenitude
Eis aqui o meu segredo
Não deixe que te iludas;
Quero algo universal
Sentido por homem
Bom e mau
Quero o riso da flor
O cheiro do amor
E a amizade imortal.

A ti desejo ardor, um amor verdadeiro
Quando deixado livre livremente age
Longe de viveiro, cresce feito pinheiro
E dele se afasta, não se exibe
Em molduras, pois felicidade
É um sentimento que não se expõe aos ventos
Exibe o riso e afasta o pranto

Ah, o amor, que confusão...
Balaio de gato
Ninho de pardal
Amor e suas extremidades
Mas as vezes unilateral
A ti não desejo esse
Esse dói no coração

Sabe o monte?
Sobe nele, pois um dia
Deus em amargura se irrite com a lua;
Por ser bela e não brilhar
E admirada mesmo assim
E lance outra estrela, uma cadente
Feito a minha, sorridente
Venha a ti contemplar.
Mas até lá peço a ti
Que por favor, guarde as flores
E mantenha o coração
Pois o amor é mesmo isso
Pedido e confusão.