Transeunte

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A clava do destino; desatino de se ser,
O sol há de brilhar em noite escura
Minha doença, nossa cura é escrever;
Se perder por pretensão, por simples querer

Alcançar o paraíso; um sorriso por quem lê,
Traz à tona a emoção de que nada é vão
Apesar de parecer

As dúvidas, os autoquestionamentos;
Desesperos de momento; um breu temporário;
Um farol se acenderá; uma porta, ou até mesmo uma
Sacada se abrirá,
E então as flores voltam a vida; com água e sol
E novamente estamos cheios

E o paraíso nasce na gente
Triste é pensar que não
Um lindo sol florescente
Triste é quem passa o dia em vão
E o sorriso nos dentes
Infeliz é quem deseja que não
E há quem seja divergente
Bom, eu sou assim não.

A dor retorna
Os lábios entornam
A vida implora para se viver
Embora aflora sentimentos
Morrem amores antigos e fomentos
Um breve passo na escuridão; no diferente,

Hoje é história,
Amanhã é utopia
Hoje faz-se dor
O que fora alegria

E nos lábios desejados morrem os dias de folia
Pensa agora: p'ronde foram todos os passos,
Laços e sorrisos,
Triste é pensar que felicidade tem um fim;
Aí de mim ao fim decretar o adeus póstumo,
Agora o palhaço triste chora a dor da aurora,
Embora triste ou feliz, não se sabe, a maquiagem
Metamorfoseando sentimentos; despedidas e alento,
Sob o vento de outrora outorga o adeus,
Distancia não é descaso, não culpe ao acaso
Por erros teus, pôr para fora alivia; divide,
Mas não apaga, a caneta do destino risca
Do caderno todos; e todos vamos,
Apesar de fugir e fingir, é um caminho solitário; singular,
Deixe, siga a vida e a aquarela o quadro colorirá.

Entre Metáforas e UtopiasOnde histórias criam vida. Descubra agora