20° Capítulo

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Julia’s POV:

Londres sempre foi uma cidade que eu sonhei em frequentar constantemente, porem nunca morar nela. Minhas visitas aqui eram resumidas a compras de natal, ou visita ao trabalho do papai. 

- Vamos nessa pequena Juh? – meu pai me chamou dando duas batidinhas na porta antes de abri-la. 
Concordei com a cabeça e com um sorriso me levantei da cama me olhando no espelho e dando uma ultima olhada no meu cabelo. Perfeito. Peguei a minha bolsa e sai em direção a sala. 

- Este apartamento é tão grande que mesmo estando aqui a quase duas semanas eu não sei se essa porta é um banheiro ou uma cozinha – falei rindo e empurrando o meu irmão pelo quadril 

- Acho que essas mechas do seu cabelo afetam sua inteligência, mana. – me agarrou pelo pescoço e bagunçou o meu cabelo. 

Jude sempre zoa minhas mechas rosa. Uma loucura que fiz no último ano de escola, mas que eu gosto. Tornava-me única em Liverpool. 

- Vamos nessa – meu pai falou vindo em nossa direção. 
-Hey marido, espera – minha mãe falou o entregando a pasta dele – você ia esquecendo isso – sorriram um pra o outro e se deram um selinho. Jude me olhou e fez uma careta. 

- Ok, vocês se amam – bati palmas – e eu e o pirralho queremos conhecer o lado hipster de Londres, então vamos nessa, pai? – fiz sinal de legal para ele o olhando e o Jude concordou com a cabeça do meu lado. 

- Vamos pequena reclamona – já falei pra vocês que meu pai gosta de frisar o meu tamanho? Não? Pois é, ele gosta! 
Pegamos o elevador do apartamento. Por ser a cobertura do prédio, tínhamos essa regalia. Em alguns segundos já estávamos na garagem e entrando no carro do pai. 

- Vocês querem que eu leve vocês até lá?- papai perguntou 
- Sim. 
-Não - respondi mais alto e olhei para o Jude o reprovando. Ele fez uma careta estranha pra mim. 

- Não precisa pai, eu não quero ter que sempre encher o saco do senhor. – falei piscando o olho – então só deixa a gente na estação do metrô, quero aprender a andar nele e aprender sobre as zonas – coloquei o cinto e o olhei – pelo menos até eu conseguir passar no teste de direção. 

- E eu vou ter que me perder contigo, só porque você é a mais velha? – concordei olhando pra o Jude pelo espelho e ele bufou. 

Acho que uns 400 metros depois de passarmos por todo Hyde Park, o papai finalmente parou em frente a entrada da estação. Dei um beijo nele e tirei o cinto descendo do carro, com um garoto birrento e bicudo me esperando já do lado de fora. 

- Tchau pai – acenamos para ele e então eu passei o braço pelo dele o olhando. 
- Qual é Ju, você quer mesmo ser dependente do papai pra tudo?- o olhei encorajando. 

- Tudo bem! – suspirou vencido 
Descemos a escada em direção ao metrô. Com a ajuda do mapa que eu comprei, encontramos o trem certo que nos levaria para a Zona Leste, a tão conhecida “Meca dos Hipsters”. 

Com sorte ele chegou ao momento em que paramos em frente a linha. Entramos nele e o meu irmão sentou no banco mais próximo me puxando junto e me sentando ao seu lado.
Fomos durante quase toda viagem calados, imersos em nossos fones e com nossas músicas preferidas soando em nossos ouvidos. 

- It's getting hot on my shoulders. I don't mind, this time it doesn't matter. Cause your friends, They look good but you look better. Don't you know all night I've been waiting for a girl like you to come around, round, round – cantarolei a musica que passava na radio principal de Londres. Reconheci como aquela boyband nova que o meu pai e o resto do mundo insistia em chamar de “novos Beatles”. 
Ri. 

Eles eram bons. Eu sempre preferira ouvir a rádio a ouvir cds prontos. Na rádio eu tinha a possibilidade de ouvir musicas de diferentes estilos e acabar descobrindo algo novo. Eu adorava isso, o que sempre me fez querer fazer o curso de Rádio&TV na Universidade, porem, os meus país sonhavam com uma médica na família, e entre estragar o sonho do meu irmão de fazer a banda dele decolar e fazer o meu curso, eu decidi por ele. 
- Chegamos – ele se pôs de pé ao meu lado e me ofereceu o braço. 
Sorri. 

- Vamos explorar Londres! – pisquei o olho pra ele, tirando os meus fones e enganchei o braço no dele. 
Se existir algo que eu amo mais do que o meu irmão, é a companhia dele. E naquele dia eu iria usufruir daquilo.

We Don't Talk Anymore - Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora