Dois

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Nicholas

-   Esse cara não para de gritar.  -  Ph diz, entrando na sala.

Fernando é um cara que me incomoda faz um tempo, não está pagando as dívidas corretamente. Eu particularmente não queria ter que mata-lo, mas a regra é para todos.

-  Vamos ter que dar um jeito nele, e logo. -  digo.

-  Nicolau... Você podia dar só um susto nele. - diz receoso.

-  Se quer trabalhar aqui tem que entender: comprou, pagou. Ele tem que pagar, de qualquer jeito. Nem que seja com a vida. -  digo firme, mesmo que isso também não fosse oque eu queria.

-  Você manda. -  diz vencido.

Então Kayque entra na sala, preocupado.

-   Os tio encostaram ai na frente.  -  diz.

-  Oque? Como acharam? -  pergunto impaciente.

-  Devem ter dedado o galpão. - diz. -  Com certeza tão atrás do cara.  -  completa.

-  Droga. -  digo. -  Não deixa entrar, despista. -  falo ríspido.

-  Como? -  ele pergunta.

-  Não sei, se vira. - digo e vou indo em direção a porta, mas Ph segura meu braço, me impedindo.

-  A garota tá ai.  -  disse e eu revirei os olhos.

-  Ela tá insistindo pra entrar. -  um dos caras disse assim que cheguei perto do portão do galpão. -  Do jeito que é, se não a deixarem entrar, ela arromba. -  completa.

-  Vou resolver isso. -  digo impaciente.

Droga, por que essa garota tem que viver no meu pé? - penso.

Me aproximo e vejo um pequeno tumulto perto do portão principal.

-   Você sabe com quem tá falando?  -  ouço alguém dizer. -  Me deixe entrar, agora. -  diz autoritária.

Aquela voz. Ah, eu sei bem quem é.

Que palhaçada é essa aqui? - grito entrando no meio da bagunça, chamando a atenção de todos.

Ah, olha aí quem resolveu aparecer. -  diz a morena, sarcástica. Odeio isso.

-  Algum problema, sargentazinha? -  dou ênfase na última palavra, sei que ela odeia ser chamada assim.

Problema nenhum, senhor. Só quero dar uma olhadinha no...  -  ela procura a palavra certa para usar.  -  local.

-   Claro, sargentazinha.  - provoco.  -  Mas, onde está o mandado?

-  Mandado? - pergunta surpresa.

-  Exatamente. -  sorri, sínico.

Eu sabia que ela estaria desprevenida.

-  Droga, não trouxemos. -  disse o policial ao lado da garota.  -  Vamos ter que voltar pra buscar.

Ótimo, até vocês voltarem eu já tirei o cara daqui. -  penso.

A morena fardada a minha frente sorri, me deixando confuso.

Eu trouxe. - diz e eu grito um "droga" mentalmente. -  Até parece que não me conhece. -  ela se refere ao cara ao seu lado.

-  Sempre prevenida, senhora.  -  ele diz, com um sorriso. Com certeza é caidinho pela doida.

Fora da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora