Onze

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Bruna

- Me diga, oque faz aqui? - ele pergunta, sinico.

- Provavelmente, o mesmo que você. - digo direta.

- Dá pra sair da defensiva um pouco? - pergunta e eu me seguro pra não rodar a mão na sua cara.

Esse bandido quer mesmo tirar a minha paciência?

- Sinceramente? Não. - respondo.

- Tudo bem, sargentazinha. - ele parece vencido, então eu apenas lhe direciono um sorriso falso.

Nicholas

Ela não parecia a Policial que me persegue, por isso não reconheci. Talvez porquê não estivesse usando a sua armadura azul escuro.

Ela estava vestida como uma garota normal. Uma calça geans preta, e uma blusa branca, simples. O cabelo estava em um rabo, e o sapato era um tênis azul bebê.

Parecia tranquila, sem aquele ódio todo nos olhos. Provavelmente, deve estar em um dia ruim, já que a cara de desânimo era vista a metros.

Resolvi não me desgastar num bate boca com ela. Eu simplesmente pedi meu café e tomamos em silêncio.

Logo, ela pagou seu pedido e foi embora numa moto preta.

Tenho que admitir, a garota tem estilo. Ela parece inabalável, sempre corajosa, e com as respostas na ponta da língua. Nem parece uma mulher.

Tive vontade de perguntar a ela oque havia acontecido, porquê a tristeza estava escondida no fundo dos olhos dela, e eu pude ver. Mas, oque isso me importava? Não tenho nada a ver com isso. Essa garota só pega no meu pé, quero mais é que se foda.

Bruna

Realmente, é muita sorte encontrar o bandido do Nicolau na cafeteria. Estraguei o meu dia.

Droga.

Quem o vê até pensa que é um cara normal, e não um psicopata. Que hilário.

E o mais engraçado de tudo é que o cara é um baita gato. Eu sei que tenho um namorado, mas não sou cega. E não, não estou de forma alguma "desejando" Nicholau, só estou citando sua qualidade. Bem, aquele imbecil tem que ter alguma não é?

Nicholas

- E Ana? - pergunto a Rosa assim que entro pela porta de casa.

Rosa suspira aflita, oque me deixa ainda mais preocupado.

- A médica do posto disse ser uma virose. Ela deu alguns remédios e receitou descanso. - ela diz.

- Bom, então ela vai ficar boa, não é? - pergunto esperançoso.
- Vai, vai sim. Amanhã ela já deve estar melhor. - fala calma, mas sei que algo a preocupa.

- Então por que está tão aflita? - pergunto e ela me encara.

- Eu não sei. - diz. - Estou com o coração apertado.

Aquilo acabou com meu dia. Rosa nunca se engana, oque me deixou mais preocupado ainda.

Ana é tudo oque tenho. Sei que parece exagero, mas não suportaria perde-la.

Passei a tarde com Ana. Assistimos seu filme favorito, fizemos brigadeiro, brincamos, enfim, tentei deixa-la contente e faze-la esquecer um pouco as dores - porquê agora além da dor de cabeça e febre, ela estava com o corpo dolorido.

Ana dormiu antes mesmo das oito, após eu ler um livro pra ela. Fiquei olhando ela dormir até Rosa chegar, e então sai de casa.

Precisava esquecer os problemas em umas doses de vodka.

Fui até uma boate na zona sul da cidade. O lugar estava cheio: garotas dançando descontroladamente e caras caindo de bêbados. Passei pelo pessoal e fui em direção ao open bar.

- Campeão, me traz uma dose de vodka, por favor. - peço a ele e o rapaz assente.

Observo a multidão de loucos até que minha bebida chega. Agradeço ao barman e viro o copo de uma vez.

A bebida desce rasgando pela minha garganta, mas me sinto relaxado. Peço a segunda dose e aguardo.

- Me trás uma garrafa de vodka, Jayson. - alguém ao meu lado.

Aquela voz.

Ah, eu não posso crer.

De novo?

- Seria uma maré de azar? - pergunto a sargentazinha que agora está sentada ao meu lado, sem nem ter notado minha presença.

Fora da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora