Paciência II

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Eu cai, ao mesmo tempo recuperei a consciência. Estava sozinha em um buraco fundo e sombrio. Estava com medo. Decidi então gritar por socorro. Gritei uma vez, e esperei.
De repente, ouvi uma vozinha fina e delicada, como a de um menino bondoso, perdido há anos.
- Ei! O que você está fazendo aqui sentada? Por que não grita mais vezes. Só em uma vez ninguém irá a ouvir.
- Oh... Humm... Eu, acho assim melhor. Sei que tendo calma alguém virar me ajudar. Gritei alto o bastante para me ouvirem. Só devem estar descobrindo de onde veio o som. Eles irão me achar.
- Não, não irão! Você tem que gritar mais forte idiota!
A voz desconhecida engraçou e ficou mais sombria, nisso. Me apavorei.
- O-o-ok... V-V-vou gritar denovo!
Gritei duas, três, quatro vezes, o mais alto que pude. Nada.
- Pronto. Agora acho que eles irão vir me ajudar.
- Olha, menina, vou te dar a real. Mesmo se viessem não há escapatória. O único jeito de sair da qui, é com a minha ajuda.
- Quem é você afinal? Apareça!
Uma florzinha pequenininha, linda e dourada brotou do chão.
- Meu nome é Flowey. Flowey a flor! Se quiser sair da qui, precisará fazer o que eu mandar.
- Aii!! Você é muito fofo! Tudo bem, irei fazer.
- Pegue estas balinhas da amizade. Assim, seu LV, seu LOVE, aumentará. Quanto mais LOVE, sua alma fica mais forte, e você sairá daqui.
- Muito bem! Lá vou eu!
Quando toquei em uma das balas, Flowey ficou com uma cara medonha, e um sorriso malicioso. Fiquei com muito medo!
- SUA IDIOTA- Ele gritou com uma voz horrível- NESTE MUNDO...
-...
- É MATAR OU MORRER!!!
Ele ia me atacar, mas eu apenas desviei.
- O QUE? Isso nunca aconteceu antes!!
- Os outros não deviam ter a paciência que eu tenho.
- NÃO! MORRA MORRA!!
Desviei de tudo. Sai correndo. Nisso, vi uma enorme porta, na qual eu atravessei.
Meu deus, isso tudo em só um dia? Que confuso! Que estranho! Que perturbador...
O lugar no qual entrei, estava todo empoeirado. Haviam alavancas e armadilhas. Muito confusas para mim. O que iria fazer?
De repente, ouvi uma linda voz, cantando uma música mais ou menos assim:
- Linda criança, pequena flor, que seus dias só tenham amor... La, Lara,Lalá, lá...
Segui essa música é me deparei com uma cabra meio humana. Embora parecesse assustadora, ela parecia ter graça e doçura no olhar. Estava varrendo folhas caídas. Me aproximei.
- O-ola!
- Ohh!! Uma criança perdida!! Não pode ser! Linda menina, o que a trás aqui nas ruínas?
- sinto muito a incomodar... Eu só queria saber como...
- Como voltar para casa? Me desculpe, querida...- ela olhou para mim de um jeito triste. Agora seu olhar era de tristeza e arrependimento.- não há como sair da qui.
Eu fiquei muito triste. Comecei a chorar. Ela veio me consolar.
- Mas, olhe... Eu posso cuidar de você. Posso cantar músicas, ler histórias... Posso a ajudar.
Eu fiquei mais calma. Ela parecia uma ótima mãe, uma que ficaria do meu lado, não como a que eu perdi... Decidi ficar com ela, afinal, que outra escolha eu tinha?
Disse que seu nome era Toriel, a guardiã das ruínas. Me mostrou como os quebra cabeças funcionavam, e como poupar os monstros. Me guiou nas ruínas, e quando chegamos em sua casa, foi um sonho realizado. Ter uma mãe que me amava e presente. Não queria ir embora nunca!
-------tempo------
Haviam se passado quatro meses que eu morava com Toriel na nossa casa nas ruínas. Era muito bom viver lá. Um mundo desconhecido a poucos meses, que virou meu lar depois.
Ela tinha ido fazer compras. Quando ela ia, me dava a responsabilidade de ficar sozinha em casa.
Eu fui pelo corredor, regar as plantas, como Toriel havia pedido. Quando tinha percebido uma coisa. Havia uma menina ao meu lado no espelho á minha frente.
Ela tinha cabelos curtos e usava um casaco verde com uma listra amarela. O mais medonho que seus olhos eram vermelhos sangue, e ela só ficava do meu lado dentro do espelho, me observando.
- Lessa, Lessa, Lessa... Menininha frágil, mas sempre calma. Metidinha e riquinha, mas tão boazinha... Perdeu os pais tão jovem, e decidiu roubar a mãe dos outros. Mas adivinha, Lessa? Por ficar com a minha mãe...
-...
- VOU FICAR COM A SUA ALMA!
-------tempo------
Perdi o controle de mim mesma, quando fui ver, estava matando e duelando com todos os monstros das ruínas. Com apenas minha faquinha de plástico, sem mais piedade.
Matava, matava, matava. Tentava parar, mas era inútil. Não perdi a calma. Teria outro jeito.
As batalhas eram terríveis e sangrentas. Desviava com precisão, mas matava devagar e calmamente. Era horrível ver o sofrimento daqueles monstros inocentes.
Enfim, me deparei com Froggit. Eu e ele éramos muito amigos, e agora, inimigos. Travei uma batalha com ele.
Por incrível que pareça, dessa vez eu ficava parada sem desviar ou atacar. Froggit mandava seus fáceis ataques para mim, e eu levava. A cada grito de dor, ouvia uma risada fina e sombria na minha cabeça. Até o último ataque de Froggit, quando ele me assassinou por completo. Nisso a risada ficou pior e a voz, por fim disse:
- Você tem paciência. Uma grande virtude. Mas não é o que procuro, garotinha mimada. Pura sorte. Essa paciência ficará como presente meu ao rei.
Assim aranhas pegaram minha alma e já iam levando, quando a menina completou:
- Parece que sua paciência, Lessa, querida... FOI EM VÃO!
Sua risada maléfica foi a minha última lembrança naquele dia.

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