Capítulo 10 - Contratempos

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QUANDO GEORGE HAMPTON levantou pela manhã, notou com certo estranhamento que Linn e Josh não se encontravam nos domínios próximos. No momento em que perguntou, o Sr. Kutik desconversou sobre Josh e disse que Linn estava na fonte de água, mas que deveria, entretanto, já ter voltado.

George colocou um facão na bainha dizendo ao Sr. Kutik que iria apanhar lenha e que passaria na fonte a procura de Linn, mas também lhe avisou de que partiria juntamente com Josh logo depois do almoço. O Sr. Kutik resmungou qualquer coisa e George saiu.

A manhã era fresca. Uma brisa matinal soprava seus cabelos grisalhos e ele caminhava pela planície avistando a bela paisagem ao de redor, mas alimentava, interiormente, um triste sentimento, como que se desconfiava de que algo estava errado, quando viu a silhueta de uma garota, com baldes nas mãos, vindo correndo ao seu encontro. Linn.

— Eu...e-u...eu v... – Linn falava ofegante. Jogara os baldes no chão e apoiava com uma mão o estômago e com a outra apontava o longo caminho ao norte.

— Acalme-se! Linn, eu estou aqui. Está tudo bem. Diga-me o que aconteceu. - George percebeu que Linn estava apavorada e chorava.

— Não... Prattis... eu não sabia o que fazer! – Ela sacudiu a cabeça veementemente.

— O que? Linn, tem de se acalmar!

— Eu vi...Prattis levou Josh...


JOSH TINHA DIVERSOS motivos para estar preocupado. Mas uma razão em potencial latejava em sua mente. Estava totalmente fora dos planos, adentrar o Bosque do Olimpo sozinho, ademais, durante a noite sem lua. Inicialmente, pretendia percorrer o caminho de volta a cidade de Alto Ledir até a casa de seu tio George. No entanto, no desespero durante a fuga da fazenda de Alexis, e procurando se livrar dos seus perseguidores ele acabara naquela situação.

Era ainda mais escuro dentro da floresta. Ele tateava as árvores, tropeçando em plantas rasteiras e roçando os braços em galhos. Em tremenda apreensão, procurava deixar a floresta o quanto antes. Todavia, o quanto mais procurava sair, mais adentrava o íntimo da mata.

Apesar de estar caminhando apressadamente, Josh tinha impressão de que não estava saindo do lugar. Parecia caminhar em círculos. Com a visão debilitada, havia perdido os sentidos de direção. Os gorjear dos pássaros formavam uma harmonia agonizante, ele pôs- se a correr novamente, inquieto.

Josh estava extremamente cansado e parou por alguns segundos recuperando o fôlego. Conforme o tempo ia passando, a ideia de pernoitar na floresta, tornava-se mais aceitável.

Como todos os outros dias naquele fim de inverno, a temperatura caía ao decorrer da noite. Por sorte, encontrou uma grande árvore caída, cuja raízes expostas permitiram uma cova, onde usou para se proteger do vento gelado. Encolheu-se e rezou para que a manhã chegasse logo.

Josh estava a correr. Apavorado, olhou para trás e percebeu que estava sendo perseguido. De relance, viu um grande ser encapuzado em seus calcanhares. Não conseguia ver sua face. Dentro da densa floresta, sentia os galhos a bater em seu rosto e a cortar seus braços. Estava em completa escuridão e de vez em quando, a luz da lua lhe impedia de ir de encontro ao tronco de uma árvore. De repente, sentiu as suas vestes sendo puxadas com tanta agressividade que começou a rasgar-se. Ele esforçou-se para correr mais rápido, porém parecia estar derrapando, não saindo do lugar. Caiu no chão, e tentou usar ambas as mãos para se posicionar novamente de pé, mas parou, quando viu um corpo caído a sua frente. Pareceu-lhe uma figura feminina. Ela estava descalça, os pés e pernas sujas de lama e havia sangue em suas costas. Josh sentiu uma forte mão agarrando sua nuca e uma faca, que no cabo de madeira havia entalhado uma estrela de sete pontas, encostou em sua garganta. "Você não devia ter tentado salvá-la."

ANTARES: A Vingança dos ElfosOnde histórias criam vida. Descubra agora