GEORGE HAMPTON TAMPOU a botelha onde acabara de beber água. As nuvens brancas escondiam o sol, que no alto do céu significava que estava próximo do meio dia. O cavalo trotava ao longo do solo seco, e para trás, deixava um rastro de poeira. Aos lados, grandes árvores e matagais cercavam o caminho, estreito como um corredor.
Uma planície em ambos os lados aparecia à vanguarda, um caminho íngreme a frente ainda restava até a fazenda de Alexis Prattis. Logo chegou e começou a subir a inclinação, vendo vir de encontro uma figura no alto da colina.
Com a aproximação, percebeu que se tratava de uma mulher. Parecia idosa, andava mancando com a ajuda de uma bengala. De roupas escuras e chapéu pontudo, ela caminhava vagarosamente.
Se fosse qualquer outro dia, George teria parado e oferecido algum tipo de ajuda à pobre senhora. Era de sua índole se preocupar com os outros. Porém, com tamanho afogo, ele resolveu não desperdiçar tempo algum.
De súbito, o cavalo parou bruscamente, e começou a rinchar, pondo-se sobre duas patas. George gritou algumas palavras em imperativo, enquanto agarrava firmemente nas rédeas do cavalo. O animal aquietou-se parcialmente, mas ainda soltava baforadas e batia os cascos no chão levantando poeira.
— O que foi rapaz? – George disse alisando o pescoço do animal.
Ele esporou o cavalo a fim de fazê-lo caminhar, no entanto, este se recusava a sair do local.
— Dia difícil, nobre homem? – George ouviu uma voz fria e rouca lhe dirigir a palavra.
Percebeu que quem lhe falava era a senhora de antes. Olhando para ela com mais detalhes, George sentiu um frio em seu interior. Parecia cansada, indisposta e com pouca saúde.
— Ele deve estar se sentindo muito cansado! – George respondeu a velha referindo-se ao animal.
A senhora sorriu e continuou sua caminhada desejando boa sorte. Porém o cavalo se recusava a se mover mesmo depois de alguns minutos parados ali. Ele olhou para trás. A velha senhora estava a alguns metros de distância. O cavalo deu meia volta, recuando.
— O que há com o caminho a frente? – George disse ao cavalo visivelmente aborrecido.
Quando ergueu novamente os olhos para a estrada, sentiu um arrepio: A velha não estava mais nela, havia sumido. Estranho... Não havia nada além do matagal derredor, onde ela teria ido? Pensou. Puxou as rédeas e parou o cavalo. Indignado, desceu do animal e ouviu um barulho diferente e agradável: o som da correnteza de um provável riacho. Era um presente, dado o fato que o animal pudesse estar cansado e com sede devido à longa e desesperada viagem. Amarrou-o em um tronco qualquer, deixando-o pastar e decidiu encher com água a botelha. Cuidadosamente, embrenhou-se na mata e logo conseguiu avistar o pequeno riacho que fluía por entre as pedras. Ele agachou, trazendo a água com a mão à boca.
—...Continuemos a seguir por este caminho. Estamos próximos. – George estranhou a voz rouca da velha enquanto preparava-se para voltar.
— Estamos fados de perambular contigo! Suas convicções não nos levaram a lugar algum! - Outra voz respondeu. George tentou olhar melhor. Ela não estava só?
— Só me dê mais uma chance. – A velha insistiu.
— Alcalimon espera que retornemos com boas notícias. É bom que se lembre que ser tolerante e paciente não é uma das suas melhores virtudes... Não há mais tanto tempo.
— Sei que estou certa! Aquele homem reside aqui! – Ela replicou.
Através das folhagens e arbustos, ele conseguiu observar com detalhes a velha e quem mais estava ali. Sentados numa grande rocha, na outra margem do riacho, à frente, havia dois vultos. Ele não conseguiu identificar, tampouco reconhecer as outras pessoas. A velha de costas, tapava parte de ambos os corpos.
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ANTARES: A Vingança dos Elfos
FantasyEm um período remoto, humanos e elfos entraram em um conflito pela conquista das terras do norte. Após um período sangrento, os elfos se estabeleceram em Antares, e os humanos em Aglevum. Lado a lado, conseguiram manter a paz por um intervalo de te...