Capítulo 13 - A Vila das Flores (Parte I)

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ERA A DÉCIMA oitava hora do dia. O sol se escondia no horizonte dando espaço a uma noite estrelada de primavera. Todos viajantes que saíam do Distrito Um ou da Vila das Águas Cristalinas e partiam para a Vila das Flores, conheciam e temiam o perigo de passar a noite na estrada que cortava a Floresta do Luar. Por esse motivo, os viajantes costumavam ir juntos e passarem a noite em hotelarias ou outros locais seguros pelo caminho. Entretanto, Kaname preferia a solidão e o risco de se aventurar na floresta, do que ficar com aqueles Paladinos que o encarceraram durante dez longos anos.

Desde que saíra fugido com a garota que fizera refém no rancho, não parara um sequer minuto. Os Paladinos com certeza o seguiriam. Apesar de insignificante, o peso da garota desacordada ficava cada vez maior à medida que o caminho se tornava íngreme.

Ele parou para retomar o fôlego e viu uma coisa que o sobressaltou: A garota sangrava. Não era muito, mas deixava alguns respingos como trilha. Além de mostrar o caminho que fora, atrairia algumas criaturas não muito amigáveis.

De repente, ele ouviu um rugido.

Sem pensar duas vezes, ele jogou a garota no chão e correu. Sabia o que aquele urro significava e não estava a fim de esperar para ver se estava errado.

— ATRÁS DELE!! – Jade gritou aos seus companheiros Paladinos assim que Kaname saiu da hospedagem – Vamos segui-lo sem ser visto, entenderam?

Eles começaram a sair. Hangaku estava parada pensando. Jade tivera que tomar a liderança, pois a mesma havia ficado em silêncio.

— Hangaku...

— Hangaku – Jade repetiu, sem resposta.

— TOYOTOMI! – Jade gritou.

Ela olhou mortalmente para ele.

— Todos, parados! – Hangaku disse aos Paladinos que já saíam do estabelecimento.

— A garota... Precisamos tira-la de Kaname. Ele é um animal!

— Esqueça a garota! Eu disse: PARADOS! – Hangaku gritou.

Ela começou a caminhar lentamente pelo grande salão. Alguns hóspedes pareciam estar preocupados com alguma coisa: suavam frio, disfarçavam o olhar escondendo a face... Hangaku começou a marcá-los.

— Sei que muito dos senhores estão cansados de uma grande viagem. Mas preciso fazer algo aqui antes de partir – Ela disse em alto e bom som enquanto caminhava.

— Quem é o responsável por esse lugar? – Ela parou no meio do salão.

— Sou eu, minha Paladina! – Nora respondeu com os olhos vermelhos. Sua sobrinha já devia estar longe.

— É uma caravana que está hospedada aqui? – Hangaku perguntou apontando para os hóspedes.

— Sim, senhora!

Hangaku sorriu.

— Atenção! Você! – Ela apontou para um hóspede – Três passos à frente!

O homem careca e de barba mal feita olhou para os lados antes de obedecer à ordem da Paladina. Após outro grito, ele saiu acanhado de seu lugar. A Paladino seguiu dando ordens para alguns dos hóspedes. Jade aproximou-se dela.

— O que está fazendo? – Ele sussurrou para ela.

— Mandem os outros bloquearem a saída! – Ela sussurrou de volta.

Jade a olhou por segundos. Ele sempre confiara nela. Decidiu obedecer.

— E Jade! – Ela o segurou pelo braço – Nunca mais me chame por aquele nome! E me traga uma pintura daquele demônio.

ANTARES: A Vingança dos ElfosOnde histórias criam vida. Descubra agora