ERA A DÉCIMA oitava hora do dia. O sol se escondia no horizonte dando espaço a uma noite estrelada de primavera. Todos viajantes que saíam do Distrito Um ou da Vila das Águas Cristalinas e partiam para a Vila das Flores, conheciam e temiam o perigo de passar a noite na estrada que cortava a Floresta do Luar. Por esse motivo, os viajantes costumavam ir juntos e passarem a noite em hotelarias ou outros locais seguros pelo caminho. Entretanto, Kaname preferia a solidão e o risco de se aventurar na floresta, do que ficar com aqueles Paladinos que o encarceraram durante dez longos anos.
Desde que saíra fugido com a garota que fizera refém no rancho, não parara um sequer minuto. Os Paladinos com certeza o seguiriam. Apesar de insignificante, o peso da garota desacordada ficava cada vez maior à medida que o caminho se tornava íngreme.
Ele parou para retomar o fôlego e viu uma coisa que o sobressaltou: A garota sangrava. Não era muito, mas deixava alguns respingos como trilha. Além de mostrar o caminho que fora, atrairia algumas criaturas não muito amigáveis.
De repente, ele ouviu um rugido.
Sem pensar duas vezes, ele jogou a garota no chão e correu. Sabia o que aquele urro significava e não estava a fim de esperar para ver se estava errado.
— ATRÁS DELE!! – Jade gritou aos seus companheiros Paladinos assim que Kaname saiu da hospedagem – Vamos segui-lo sem ser visto, entenderam?
Eles começaram a sair. Hangaku estava parada pensando. Jade tivera que tomar a liderança, pois a mesma havia ficado em silêncio.
— Hangaku...
— Hangaku – Jade repetiu, sem resposta.
— TOYOTOMI! – Jade gritou.
Ela olhou mortalmente para ele.
— Todos, parados! – Hangaku disse aos Paladinos que já saíam do estabelecimento.
— A garota... Precisamos tira-la de Kaname. Ele é um animal!
— Esqueça a garota! Eu disse: PARADOS! – Hangaku gritou.
Ela começou a caminhar lentamente pelo grande salão. Alguns hóspedes pareciam estar preocupados com alguma coisa: suavam frio, disfarçavam o olhar escondendo a face... Hangaku começou a marcá-los.
— Sei que muito dos senhores estão cansados de uma grande viagem. Mas preciso fazer algo aqui antes de partir – Ela disse em alto e bom som enquanto caminhava.
— Quem é o responsável por esse lugar? – Ela parou no meio do salão.
— Sou eu, minha Paladina! – Nora respondeu com os olhos vermelhos. Sua sobrinha já devia estar longe.
— É uma caravana que está hospedada aqui? – Hangaku perguntou apontando para os hóspedes.
— Sim, senhora!
Hangaku sorriu.
— Atenção! Você! – Ela apontou para um hóspede – Três passos à frente!
O homem careca e de barba mal feita olhou para os lados antes de obedecer à ordem da Paladina. Após outro grito, ele saiu acanhado de seu lugar. A Paladino seguiu dando ordens para alguns dos hóspedes. Jade aproximou-se dela.
— O que está fazendo? – Ele sussurrou para ela.
— Mandem os outros bloquearem a saída! – Ela sussurrou de volta.
Jade a olhou por segundos. Ele sempre confiara nela. Decidiu obedecer.
— E Jade! – Ela o segurou pelo braço – Nunca mais me chame por aquele nome! E me traga uma pintura daquele demônio.
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ANTARES: A Vingança dos Elfos
FantasiaEm um período remoto, humanos e elfos entraram em um conflito pela conquista das terras do norte. Após um período sangrento, os elfos se estabeleceram em Antares, e os humanos em Aglevum. Lado a lado, conseguiram manter a paz por um intervalo de te...