Capítulo 3 - Promessa de um Homem

43 12 0
                                    

O AMBIENTE ERA de se arrepiar. Havia vários esqueletos grudados nas rugosas paredes de rocha nua que segurava tochas que traziam a pouca iluminação ao local. O grotesco e inusitado corredor levava a uma câmara horripilante. Ela era completamente cheia de água com um tom escuro, como se carregasse todas as impurezas do universo. Bonecos esquartejados e desfigurados plainavam sobre a face das águas.

Uma pequena travessia levava a um pedestal onde estavam esculpidas letras que formavam a palavra: Aqui jaz Megg. Em cima do pedestal, um crânio antigo, na qual expelia um líquido escuro e escorria para o chão.

Sem saber de onde tinha vindo e para onde estava indo, Salazar Bors se viu no meio daquela câmara, de frente ao pedestal. Olhou em volta atordoado.

"Tens vivido dias de glória homem! Eis que o dia de seu pagamento é chegado! Eis que tua lealdade a mim será testada com base em seu juramente de sete anos atrás!".

Os pelos de seu corpo arrepiaram com a voz fúnebre e vazia.

— Q-quem está aí? Onde estou? – Ele perguntou assustado.

"É CHEGADA A HORA"

A voz ressoou mais alta e em seguida, risadas histéricas e diabólicas ecoaram por toda a sala. Salazar caiu de joelhos e com as mãos nos ouvidos. De repente, a travessia sobre as nojentas e imundas águas começou a se rachar e a ceder. Ele caiu junto com ela.

A água possuía um odor forte. Como se milhares de corpos fossem apinhados e deixados para a decomposição. Ele tentou não se afogar, porém se sentiu puxado para as mais profundezas das trevas.

Em um salto, Salazar Bors saltou-se de sua cama buscando por ar. Olhou em volta. Estava em seu aposento no navio. Fora um pesadelo com aquele homem. Alguém bateu à porta.

— O capitão está bem? – A voz era de Cascau. Um hilário mestre das iguarias dos mares. Um dos homens da sua tripulação.

— Estou sim! – Ele levantou-se da cama e abriu a portinhola. – Estamos a quantas milhas de Mesolim?

— Dois dias de viajem, senhor... Mas não estávamos indo para...

— Preparem as velas! – Salazar gritou aos homens que se encontravam em suas redes – Voltaremos à Mesolim imediatamente!

— Mas por que voltaremos capitão? – Cascal perguntou.

Salazar não respondeu. Mas enquanto se diria às escadas em direção à popa do navio, ele respondeu a si mesmo. Sabia o que aquele pesadelo significava.

ANTARES: A Vingança dos ElfosOnde histórias criam vida. Descubra agora