O AMBIENTE ERA de se arrepiar. Havia vários esqueletos grudados nas rugosas paredes de rocha nua que segurava tochas que traziam a pouca iluminação ao local. O grotesco e inusitado corredor levava a uma câmara horripilante. Ela era completamente cheia de água com um tom escuro, como se carregasse todas as impurezas do universo. Bonecos esquartejados e desfigurados plainavam sobre a face das águas.
Uma pequena travessia levava a um pedestal onde estavam esculpidas letras que formavam a palavra: Aqui jaz Megg. Em cima do pedestal, um crânio antigo, na qual expelia um líquido escuro e escorria para o chão.
Sem saber de onde tinha vindo e para onde estava indo, Salazar Bors se viu no meio daquela câmara, de frente ao pedestal. Olhou em volta atordoado.
"Tens vivido dias de glória homem! Eis que o dia de seu pagamento é chegado! Eis que tua lealdade a mim será testada com base em seu juramente de sete anos atrás!".
Os pelos de seu corpo arrepiaram com a voz fúnebre e vazia.
— Q-quem está aí? Onde estou? – Ele perguntou assustado.
"É CHEGADA A HORA"
A voz ressoou mais alta e em seguida, risadas histéricas e diabólicas ecoaram por toda a sala. Salazar caiu de joelhos e com as mãos nos ouvidos. De repente, a travessia sobre as nojentas e imundas águas começou a se rachar e a ceder. Ele caiu junto com ela.
A água possuía um odor forte. Como se milhares de corpos fossem apinhados e deixados para a decomposição. Ele tentou não se afogar, porém se sentiu puxado para as mais profundezas das trevas.
Em um salto, Salazar Bors saltou-se de sua cama buscando por ar. Olhou em volta. Estava em seu aposento no navio. Fora um pesadelo com aquele homem. Alguém bateu à porta.
— O capitão está bem? – A voz era de Cascau. Um hilário mestre das iguarias dos mares. Um dos homens da sua tripulação.
— Estou sim! – Ele levantou-se da cama e abriu a portinhola. – Estamos a quantas milhas de Mesolim?
— Dois dias de viajem, senhor... Mas não estávamos indo para...
— Preparem as velas! – Salazar gritou aos homens que se encontravam em suas redes – Voltaremos à Mesolim imediatamente!
— Mas por que voltaremos capitão? – Cascal perguntou.
Salazar não respondeu. Mas enquanto se diria às escadas em direção à popa do navio, ele respondeu a si mesmo. Sabia o que aquele pesadelo significava.
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ANTARES: A Vingança dos Elfos
FantasyEm um período remoto, humanos e elfos entraram em um conflito pela conquista das terras do norte. Após um período sangrento, os elfos se estabeleceram em Antares, e os humanos em Aglevum. Lado a lado, conseguiram manter a paz por um intervalo de te...