4.6. Kidnapped

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D A N I E L Y

Como nós terminamos desse jeito

(How the hell did we wind up like this)

Porque nós não fomos capazes

(Why weren't we able)

De ver os sinais que perdemos

(To see the signs that we missed)

E tentar superar

(And try to turn the tables)
[...]
Algum dia, de alguma forma

(Someday, somehow)

Vou fazer com que tudo fique bem,mas não agora

(gonna make it alright but not right now)

Eu sei que você está imaginando quando será

(I know you're wondering when)

Someday – Nickelback

Estava muito atrasada, de novo, e hoje Zayn não poderia me dar uma carona, ele tinha uma gravação para fazer, e Bianca tinha uma consulta, estava bem ferrada, só tinha cinco minutos para estar na porta da escola e teria que correr mais do que maratonista para chegar na aula a tempo. Desço as escadas correndo e quando vou abrir a porta dou de cara com Jared entrando em casa.

— Está tudo bem? — Ele pergunta sorrindo.

— Sim, sim — ri — Eu só estou muito atrasada para a escola — olho apressadamente para a porta.

— Se você quiser posso te dar uma carona — ele sugere ainda rindo da situação.

Dirijo meu olhar até seus olhos feliz com a ajuda e ele sorri mais uma vez, ele estava sendo tão gentil.

Depois do jantar que tivemos há um mês atrás mamãe e Jared têm ficado bem próximos, ele dorme aqui algumas vezes na semana, minha mãe tem estado cada vez mais feliz como nunca vi antes, e ele parece compartilhar da mesma felicidade, aquele ocorrido não me atormenta mais, provavelmente eu que entendi errado e ele estava apenas sendo simpático comigo.
Balanço a cabeça e concordo pegando a minha mochila e a jogando nas costas.

— Seria ótimo, obrigada! — sorri.

Saí em sua frente e ele veio logo depois destravando o alarme do carro e abrindo a porta do passageiro para mim com um sorriso, entro e me ajeito no banco de couro, eu nunca havia entrado no carro dele e era bem lindo, um Land Rover preto digno de um médico bem sucedido como ele.

Ele entra e liga o carro começando logo a dirigir, penso em ligar para Zayn e desejar boa sorte, mas acabo decidindo fazer isso assim que chegar na escola, era muito perto, logo sorrio ao ver Niall correr em direção ao portão da escola e começo a agradecer Jared pela carona logo levando a mão a maçaneta da porta.

— Muito obrigada pela... — paro de falar ao tentar abrir a maçaneta e constatar que está trancada — Ah... a escola é... — olho pela janela e depois para o médico quando passamos direto pela escola.

Arregalo meus olhos e Jared mexe na barba com um sorrisinho sarcástico.

— Hoje você não vai à aula, e talvez nunca mais — ele diz a última parte mais baixa mas consigo ouvir

Arregalo meus olhos e começo a bater no vidro do carro ainda insistindo na maçaneta em uma tentativa desesperada de sair daquele espaço limitado com aquele cara desprezível.

— O que...? Por que...? — a confusão era nítida em meu rosto.

O sorriso que predominava em seu rosto só me dava vontade de vomitar meu pequeno café da manhã nesses bancos de couro impecáveis.

— Suspeito que não vá ficar quietinha até chegarmos então — ele faz um movimento rápido com a mão direita e algema meu pulso.

Puxo o pulso e quando constato que era real, o primeiro grito desesperado salta da minha garganta, Jared faz uma careta e usa a mesma mão que me prendeu para jogar a minha cabeça contra o vidro fumê e de repente tudo fica escuro.

• •

Mofo. Foi a primeira coisa que senti, o cheiro era forte e sufocante, e o ar era difícil de respirar, meu nariz ardia.

Água. Algo molhado descia pela minha testa, deduzi que era suor ou algo do tipo.

Penumbra. Tentei abrir os olhos e tudo que eu conseguia ver era mais e mais escuridão, eu não sabia se a pancada na cabeça tinha sido tão forte a ponto de escurecer minha visão ou o lugar era realmente escuro.

Poeira. Encostei meus dedos na superfície em que me encontrava e minha mão se encheu de pó.

Só aí eu me dei conta do que tinha acontecido, merda! merda! Eu tinha sido sequestrada.

Abro os olhos mais uma vez e consigo enxergar o cômodo, era escuro, mas não completamente, tento me levantar mas o corpo doía assim como a cabeça pesava. O cômodo não era muito pequeno, mas era completamente fechado, a pouca luz que entrava no quarto era devido a fresta da porta, uma luz fluorescente branca transbordava quarto adentro, o que só fazia minha cabeça doer ainda mais, de resto o cômodo tinha um colchão velho que se localiza no canto sul, uma cadeira com o estofado rasgado e um tapete vermelho desbotado no chão.

Eu estava completamente fodida, como alguém me acharia e desconfiaria de Jared? Ninguém daria falta de mim antes do final da aula, o que dava tempo o suficiente para me matarem e esconderem meus restos mortais.
Meu coração gela completamente quando ouço o barulho de passos e logo depois alguém mexendo na fechadura da porta, será que era agora que iriam me matar?

A porta é destrancada e um homem entra no quarto, não era Jared, o homem era alto como uma parede mas não consegui ver muito de seu rosto devido a falta de iluminação.

— Aproveite bem garotinha — ele coloca um prato de plástico com o que parecia ser uma sopa e um copo com o que deveria ser água — Pode ser uma das últimas refeições que vai ter.

Ele se vira deixando o lugar mas antes que saia eu grito:

— QUEM?

Ele se vira e sorri se desculpando.

— Alguém que quer muito o seu mal, você não parece uma má pessoa, tento imaginar o que possa ter feito para estar aqui.

— Gostaria de saber, ao menos saberia porque irei morrer.

— Seja o que quer que venha a acontecer em seguida, mantenha sempre a consciência limpa de que você é inocente, é o que vai te dar forças para lutar.

O homem acaba de falar e balança a cabeça negativamente como se estivesse perdido em sua própria mente.

— COMA ISSO LOGO VADIA! — ele berra

Pulo com o susto e vou rapidamente até o prato por medo que ele pudesse me bater ou algo do tipo.

Por favor! por favor!

Ele parece satisfeito com o meu medo e sai do quarto batendo a porta e me fazendo fechar os olhos, me levanto e corro até a primeira parede procurando desesperadamente uma janela, um buraco, uma passagem secreta ou algo do tipo e faço o mesmo em todas as outras três paredes, quando vejo que não há nenhuma forma de sair dali, me sento no chão, derrotada.
Então eu senti as lágrimas descendo sem controle por minhas bochechas e o corpo todo tremer, a esperança se esvaia a cada lágrima que descia, e a sensação de que aquilo era só o começo me fazia gelar.

Eu ia morrer mesmo? Era isso? Meu fim?

Heaven • ZAYN MALIKOnde histórias criam vida. Descubra agora