2.9. Laura

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Não podia acreditar no que estava vendo, meus olhos só podiam estar me pregando uma peça, não, não!
Balancei a cabeça na tentativa falha de dispersar aquela visão. Impossível. Não podia ser realidade, ela, ela não pode fazer isso comigo, eu acreditei que ela me amava, acreditei em suas palavras, eu fiz tudo que uma garota podia querer em um pedido de namoro, ela se entregou para mim, será que não significou nada para ela? Como eu me odeio por ser tão idiota! É claro que ela não me amava, engoli o choro e olhei para eles se beijando, desviei o olhar por um segundo, como doía, olhei novamente e ela olhou na minha direção, tudo que consegui sentir foi nojo, eu poderia ir até a mesa deles e quebrar tudo, inclusive a cara daquele desgraçado, mas prefiro não sujar minhas mãos, não agora, olhei para ela com minha pior cara, era desprezível, era isso que eu estava sentindo, o mais puro desprezo, ela fez eu me sentir especial, e a poucos segundos atrás estava beijando outro cara, balancei a cabeça negativamente e abandonei o estabelecimento. No mesmo instante senti meus olhos marejarem e minha visão ficar turva pelas lágrimas, corri para o carro e desabei, chorei, e chorei mais, como eu pude ser tão tolo! E pensar que descobri que ela não me amava por uma mensagem anônima. Eu vivi uma ilusão, só isso. Nada de amor, nada real, apenas ilusão.
Dirigi sem rumo, as lágrimas desciam freneticamente por minhas bochechas, minhas mãos tremiam e eu parei o carro em frente ao primeiro lugar conhecido que encontrei, a casa de Laura.

Limpei as lágrimas, respirei fundo, e bati na porta. Em poucos segundos a porta se abriu e vi uma Laura sorridente diante de mim, ela me olhou com o olhar alegre.

— Está tudo bem? — Seu tom era calmo e mostrava leve preocupação.

Assenti.

— Vai Entrar? — Foi mais uma afirmação do que uma pergunta, ela me deu espaço e assim que passei pela porta, ela a fechou.

Olhei para aquela casa, várias lembranças invadiram minha mente, nenhuma boa, engoli um nó que se formou em minha garganta, eu não deveria estar aqui.

— Então? — ela me olhou e começou a andar em minha direção — Está precisando de consolo? — seu sorriso é como o de uma leoa, eu era a presa.

— Eu... — Comecei a dizer, mas fui interrompido.

— Shhhh... — Laura se aproximou ainda mais, colando seus lábios contra meu pescoço e passando as mãos pelo mesmo em um abraço, levantou a cabeça e sussurrou — Eu sei do que você precisa, só eu sei.

Ela se afastou e me puxou pela mão para que a seguisse, andamos por um corredor enorme e então ela abriu uma porta, um quarto, que eu conhecia bem, já tinha vindo muito aqui afinal.

Fui puxado quarto adentro e ela fechou a porta me fitando, Laura parou bem na minha frente e foi se despindo, primeiro a blusa, depois o short, em seguida o sutiã, até que ela parou e veio em minha direção, pegando minhas mãos para que a tocasse, não me mexi, mas deixei que ela o fizesse, ela colocou minha mão em seus seios e pressionou, fechei os olhos e me lembrei da Danny, como foi bom com ela, como eu fiquei excitado quando a toquei, sorri, e quando abri os olhos, a realidade veio como um baque, não era ela, era Laura e por mais que a Laura fosse gostosa (o que de fato eu nem achava tanto mais), ela não me excitava, não tinha graça, não tinha amor e nem desejo, tirei minhas mãos dela e me afastei em direção a janela, o céu estava nublado e o anoitecer estava chegando aos poucos.

Laura me abraçou por trás, seus seios encostados nas minhas costas, ela me soltou e passou à minha frente, se inclinou para frente e me beijou, eu retribui, apesar de tudo eu sou homem, a garota se despiu na minha frente, eu nunca faria isso se não estivesse tão magoado, mas quer saber? Foda-se, ela não pensou duas vezes antes de beijar aquele cara. Segurei os cabelos de Laura e aprofundei o beijo, seus cabelos não eram tão macios quanto os da Danny, nem tão lisos, que ódio! Não paro de pensar nela nem beijando outra garota. Laura passou a mão por meus ombros deslizando a jaqueta por meus braços e em seguida tirou minha camisa, passando as mãos pelo meu abdômen ela sorri com ar vitorioso.

H   A   R   R   Y

Depois de poucos minutos ela dormiu em meus braços, acho que estava tão cansada e tão abalada com tudo isso que acabou adormecendo, do jeito que ela dormia calma respirando tão suavemente nem parecia que tinha tanta coisa acontecendo, algumas lágrimas estavam em suas bochechas, as quais limpei suavemente, a ponta de seu nariz estava avermelhada. Danny é tão especial para mim, minha primeira amiga em Londres e na vida também, meus melhores amigos sempre foram homens, até ela aparecer, ela já fez tanto por mim que me sinto na responsabilidade de ajudar com tudo o que puder. Pousei suavemente seu corpo adormecido no sofá e me dirigi para o quarto, troquei de roupa e voltei para a sala, peguei o bloco de notas e deixei um bilhete para Daniely, peguei as chaves do carro e saí de casa, era hora de agir.

Depois de ter atravessado o jardim e entrado no carro, dirigi até a casa dos Malik e quando cheguei saí rapidamente do carro e fui até o portão tocando o interfone em seguida. Alguns segundos depois uma voz ecoou pelo aparelho.

— Sim?

— Am... o Zayn está? É o Harry

— Querido! —  Reconheci a voz de Trisha, mãe do Zayn — O Zayn não está em casa, mas entre, vou abrir o portão.

— Não, não precisa, obrigado.

— Não tem de quê.

— Só mais uma coisa, você tem ideia de onde ele possa estar?

— Bem, ele disse que iria ver a namorada.

— Ah, obrigado.

— Tudo bem, até mais querido.

— Até mais.

Me dirigi ao carro, que ótimo, ele não estava em casa, como sou sortudo, onde ele pode estar? Não faço ideia. Vou tentar ligar para ele. Tiro o celular do bolso e disco o número, estava ao menos ligado, chamou, chamou e a gravação eletrônica iniciou, mas eu desliguei bufando.
Pense Harry, pense, onde ele pode estar? Talvez ele fosse na casa do Niall tirar satisfação do que havia acontecido, sinceramente, espero que sim, dirigi até lá, e desci do carro assim que estacionei, andei até a porta e bati algumas vezes. Niall atendeu rapidamente e antes que eu o perguntasse ele foi logo se adiantando, estava eufórico.

— Você sabe da Daniely? Ela não chegou até agora! — Niall estava nervoso.

— Sei, ela está na minha casa, ela vai ficar lá hoje — Digo sem dar importância, meu foco era outro.

— O que? Como assim?

— Depois eu te explico, você viu o Zayn? Ele veio aqui?

— Não, e não o vi, porque?

— Não tenho tempo pra explicar agora, mas me ajude, se você fosse o Zayn e estivesse magoado e com muita raiva da sua namorada, onde você iria?

Ele me olhou franzindo as sobrancelhas.

— Depende do porquê de estar com raiva dela – Niall espreme os olhos sem entender.

— Ele acha que foi traído.

— Ai meu Deus! Que ele não faça nenhuma besteira, acho melhor você correr Harry.

— Como assim? O que foi Niall?

— Laura

Não esperei ele dizer mais nada, apenas corri para o carro como se minha vida dependesse disso, comecei a dirigir em alta velocidade e consegui chegar rapidamente na casa de Laura. Desci do carro e corri para a porta da casa dela, batendo desesperadamente rápido. Nada. Tentei abrir a porta, por sorte estava aberta, invasão de domicílio? É por uma boa causa! Não parecia haver ninguém em casa, então parei por um segundo e escutei um barulho, corri em direção ao mesmo e parei em frente uma porta, a abri sem me importar e olhei para dentro do mesmo, encontrando uma cena que nunca queria ter visto, meu sangue ferveu. 

Heaven • ZAYN MALIKOnde histórias criam vida. Descubra agora