Heaven • ZAYN MALIK

3.9. How I Met Zayn

Ultimamente tudo que eu venho construindo tem desmoronado, não sei o que está acontecendo ou quem está fazendo isso comigo, só queria descobrir o porque de tudo isso. Eu nunca fiz mal algum a alguém para que tal pessoa me quisesse morta ou destruída.

Zayn e eu trilhamos um longo caminho até conseguirmos ficar juntos, quem não sabe da nossa história pode pensar que esse amor surgiu recentemente, do nada, mas isso está longe de ser verdade. Esse amor vem sendo construído ao longo dos anos, com cada pequena coisa, cada momento que passamos juntos, eu me lembro como se fosse ontem o dia em que vi Zayn pela primeira vez.

[...]

Papai retirava as malas do carro, enquanto mamãe me desprendia do cinto de segurança, havíamos acabado de chegar no bairro novo, ele era tão bonito, cheio de casas grandes e imponentes. Mamãe me colocou no chão e eu olhei em volta imaginando se iria conhecer amigos novos.
Mayfair papai tinha dito, é só o começo, você terá o que quiser minha pequena, sua mãe e eu vamos garantir que você viva bem.
Mas eu não queria nenhum tipo de garantia de vida boa, naquela época eu só queria poder fazer amigos e não precisar me despedir deles no dia seguinte, era tão difícil ter uma coisa tão simples? Para mim era, meus pais viviam mudando de bairro, cidade, país e continente. Tudo pelos negócios da família. Já estava cansada de ouvir a mesma ladainha todas as vezes que precisávamos nos mudar, eu só queria ser livre, poder criar laços sem restrições.
Olhei para os lados e vi mamãe distraída com o telefone, e papai atravessava o jardim de nossa nova casa, olhei em volta uma última vez e corri, a sensação era tão boa, o vento em meu rosto, as casas e árvores passando como um  borrão, olhei para trás para ver o quão longe meus pais estavam e quando volto a olhar pra frente me deparo com um obstáculo, muito perto. Muito perto.

— Aiiiiiiiiiiiiiiii, sua idiota! Sai de cima, você tá me machucando!

Olhei para a criaturinha que eu havia esbarrado, estava tão brava e eu não sou muito boa com tensão, eu só comecei a rir, loucamente.

— Do que você está rindo?! Sai logo! Meu joelho, ai!

Tratei logo de me levantar dando a mão para o garotinho.

— Você tá bem? — Segurei o riso

— Meu joelho! Você é cega?? — Ele resmunga.

— Sou — disse baixinho

— É? Me desculpa...  é... meu... meu nome é Zayn, você se machucou?

Bem, ele estava sendo gentil, com uma cega! Anw, que não era cega de verdade maaaaas... tudo bem já chega, não vou brincar com isso.

— Bem, Zayn, desculpe te decepcionar mas não sou cega — ri — E eu estou bem, muito obrigada.

— Você é uma mentirosa! — Ele logo faz uma carranca.

— Pare de ser um bebê chorão, não sabe brincar? — Revirei os olhos

— Está tudo bem querido? Ouvi você gritar — Uma mulher se aproxima.

— Eu ralei o joelho mamãe — disse fazendo beicinho

— Tudo bem, vamos fazer um curativo, e a sua amiguinha? Qual seu nome querida?

— Ela não é... — Zayn se apressa.

— Daniely — O interrompi rápido e sorri

— Onde estão seus pais?  — A moça com um sorriso bonito pergunta

— Eu... An... — Olho em volta e me dou conta de que não faço a mínima ideia de onde estou —  Não sei.

—Tá bom, você fica com a gente enquanto eles não te acham ok?

Apenas concordo e entramos na casa.

Algumas horas depois meus pais acabaram me achando, totalmente desesperados, eu só tinha seis anos, eles estavam muito preocupados, me deixaram de castigo e me fizeram prometer nunca mais fazer aquilo, e eu prometi.

Mas no dia seguinte o pequeno garoto com quem trombei no meu primeiro dia em Mayfair estava na porta da minha casa com todos os seus bonecos de super-heróis, seus encantadores olhinhos mel e um sorriso tímido.

[...]

— Eu não acredito que escondeu isso de mim por tanto tempo — Bianca está brava e a cara não é das melhores.

— Eu não sabia o que fazer ok? — Tento me redimir, não se tem manual para ameaças.

Minha melhor amiga repetia mais uma vez a série de broncas que havia preparado para mim, ela estava totalmente certa, mas a única coisa que eu precisava era que ela calasse a boca, porque sinceramente minha vontade era enfiar uma rolha na boca dela. Respirei fundo olhando pela janela do carro, parecia que minhas preces tinham sido atendidas e ela finalmente se concentrou no trânsito deixando enfim o silêncio reinar no carro.

Depois de toda a confusão no hospital, acabamos todos os três recebendo alta graças a Dr. Jared que depois de tudo que fez pra nos ajudar, só fui descobrir que era médico quando entrou com uma prancheta e os papéis de alta para assinarmos.

Ao meu lado Zayn parecia muito concentrado em seus tênis perfeitamente brancos, com a testa franzida e um olhar que simplesmente me partia o coração.

— Ei, o que foi? — Pergunto e ele me olha com um sorriso fraco.

— Nada.

— Me diz, por favor — Peço preocupada.

— Eu só... aconteceu tanta coisa ruim ultimamente, não quero que você sofra assim.

— Está tudo bem Zayn, nada nos atingiu, nós estamos bem.

— E se isso continuar? E nos atingir? — Seus olhos continham um medo secreto.

— Não vai, eu sei que não.

— Você não pode garantir Daniely! Se acontecer de novo pode ser bem pior, você quase morreu afogada e agora uma bomba?! — Ele se exalta um pouco mas seus olhos são tristes.

— Me desculpe, eu realmente não posso fazer nada sobre isso! — disse desviando o olhar para as casas que passavam rapidamente pelo vidro da janela, me sentindo completamente impotente, Zayn tem toda a razão, eu não posso prometer que ficaremos bem, eu não posso garantir nossa segurança, me sinto uma inútil, tudo o que eu posso ter certeza é do meu amor pelo garotinho de Mayfair que agora se tornou o homem com quem eu mais quero estar.