Capítulo 15: Procissão

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- Lexa, ainda acho ser imprudente a sua ida a Arkadia. 

A comandante me analisa de seu trono. Nós sempre estamos nesse ponto em que ela está a um patamar acima e adiante de mim, mostrando-me o quanto sou insignificante diante dela e que preciso implorar por qualquer coisa que eu queira dela. Eu odeio a perspectiva de ter que pedir qualquer coisa desde que sempre fui eu a conquistar o que eu queria. Então, quando eu tenho que vir até Lexa para pedir que ela cuide de si mesma isso não acontece sem trocarmos farpas entre nós.

- Clarke, eu bem sei o que é melhor para mim mesma. Você deveria estar se preocupando em como vamos derrotar os nossos inimigos. - ela responde de forma paciente.

- Mas isso pode causar uma ruptura entre o meu povo e uma hostilidade acima da média com o seu. Um exército dividido não subsiste, heda, e você deveria saber. - completo com um olhar de olhos apertados e desafiante.

- Tampouco subsiste uma comandante que não comanda seu próprio exército. Clarke, esqueceu-se que estou lidando ainda com a repressão do meu próprio povo? A morte de Nia não acalmou as coisas. Pode ter servido para incendiar ainda mais a minha reputação.

- Eu sei. - respondo pateticamente. - Ainda assim...

- Chega, Clarke. - diz Lexa, refutando minha opinião. - Não vamos ganhar nada com discussões infantis. Lide com a negativa de uma maneira mais adulta. 

Eu rolo meus olhos para ela, um tanto chateada e contrariada. Eu queria que ela entendesse o quanto será ruim ter que ver os olhares que meu povo vai dirigir a ela. Tão ou piores que os olhares e palavras de Octavia, mas ela não esteve com ela para saber que tom isso vai assumir. Deixo para lá por que eu devo seguir meu próprio conselho. Não podemos chegar até lá desunidas.

- Então... O que você está planejando? - pergunto e a expressão em seu rosto torna-se lívida novamente como águas que se acalmam depois da tempestade.

- Vou levar meu exército até a floresta que circunda o acampamento, onde vamos nos unir ao seu povo. Logo iniciaremos as patrulhas em busca dos aliados de Nia. Pretendo que uma boa parte dos com quem nos encontremos sejam capturados e trazidos para receberem sentença aqui em Pólis diante de todos, mas bem sei que talvez eles não se entreguem sem luta. Mortes virão.

- E se eles não estiverem lá? E se encontrarmos apenas um grupo pequeno e não todos eles? Quando eles irão parar de vir? 

Minha cabeça está cheia de dúvidas. Eu não sei o quão bom esse plano é. Lexa não muda um milímetro em sua expressão.

- Se isso acontecer, eu temo que teremos que levar o exército para os muros da Nação do Gelo e manter um cerco.

- Um cerco...

- Sim, nós vamos cercar o povoado e lhes privar de ir e vir.

- Não é isso que eu quero dizer.

Estou imaginando os muros da Nação do Gelo, fortes e imponentes, o castelo onde Nia morava que não pode ser assaltado com facilidade. O clã é praticamente impenetrável e quantos não serão os que pegarão em armas contra nós para defender seu lar? Além disso, eu não me vejo levando meu povo para outra situação como TNDC e Monte Wheater. Para isso, os meus laços de confiança com lexa teriam que estar inabaláveis e agora eles quase não existem mais.

Mas, isso pode não acontecer. Nós podemos nunca chegar a essa situação se as forças da Nação do gelo ainda estiverem próximas  a Arkadia.

- O que foi, Clarke? - indaga Lexa, um pouco preocupada.

- Eu não sei se vou participar disso. Do assalto.

- Nós vamos precisar de vocês. Não consegui levantar homens e mulheres suficientes para ir contra eles sozinha. - a voz da comandante soa um átimo abaixo de uma súplica.

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