Capítulo 7

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Dominic Lennox

Estava difícil manter os olhos abertos, eu me sentia tão exausto que estava anestesiado, nem mesmo a dor em meu joelho me incomodava mais. Depois de acampar e dormir no chão duro pela terceira noite, finalmente chegamos ao Cairo. A poucos minutos da embaixada, a poucos minutos de estarmos salvos de toda essa confusão. E meus olhos estavam lacrimejando de tanto sono, eu não poderia desistir agora. Não agora.

— Dom, deixe que eu dirijo, você está um caco. — Sorri na direção de Amanda.

— Obrigado pelo elogio. — Ironizei, ela sorriu cansada.

— È sério, deixe-me assumir o volante.

— Eu estou bem, e falta apenas uns quarenta minutos até a embaixada.

— Depois eu é quem sou a teimosa. — Retrucou ela. — Pare esse carro e me deixe dirigir agora! — Exigiu e eu estava cansado demais para discutir e grato demais por poder fechar os olhos. Parei o Jipe e desci para que ela tomasse meu lugar, tentei disfarçar minha dor, tentei não mancar, mas foi em vão.

— Vá em frente Mandy, não precisa pegar o cutelo. — Antes que eu fechasse os olhos e mergulhasse na escuridão escutei sua gargalhada alta e sonhei com pasto, cavalos e boa comida.


******


— Dom, acorde nós chegamos. — Despertei e encarei o grande prédio de concreto a minha frente, ao vislumbrar a bandeira americana tremulando ao vento o alivio tomou conta de mim. Estamos salvos. Eu mal podia acreditar naquilo.

— Chegamos. — Disse num sussurro e encarei Amanda que não vestia mais aquela burca, seus cabelos negros despenteados foi a coisa mais linda que já vi em minha vida, e a abracei. — Nós conseguimos.

— Sim conseguimos. — Disse ela ao meu ouvido. Encarei Aisha e a puxei para o abraço também.

— Dommy, preciso fazer xixi. — Disse ela inocentemente.

— Vamos levar a princesa Aisha para o banheiro.

— Sim Dommy. — Esse foi o apelido carinhoso que ela havia criado para mim naqueles dias na estrada.

Fomos cercados por alguns agentes da lei e então depois de muito papo e as documentações necessárias terem sido apresentadas, consegui o meu telefonema.

— Por aqui soldado Lennox. — Disse uma mulher de aproximadamente uns quarenta anos, ela me encarava com respeito. — Aqui o senhor terá privacidade para conversar com sua família. — Agradeci e sentei-me em uma cadeira e peguei o telefone, disquei automaticamente aquele número e esperei que fosse atendido.

— Alô, quem está falando? — Disse a voz grave do outro lado e então comecei a chorar como um bebê. — Dom! Dominic! Cara é você... como você está? Onde está? — Luke estava agitado do outro lado da minha e engolindo o choro resolvi falar para evitar ainda mais drama.

— Eu estou bem cara, estou na embaixada americana. — Disse com a voz rouca de emoção. — Amanhã estarei a caminho de casa.

— Pô cara que alivio. Você nos deu um susto tremendo seu idiota. Seu comandante enviou você para a casa, mas você não veio, os velhos já estavam mandando um exército atrás de você.

— Eu sei, desculpe, foi imprudente, mas eu não poderia deixar Amanda para trás, precisava encontrá-la.

— E você a encontrou?

Sempre foi você - Série Lennox - Livro 8 (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora