3- Uma parte de Josh

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Tres anos depois na italia...

A decisão de voltar não foi fácil, minha parte covarde que apela para os caminhos fáceis, queria porque queria continuar no pequeno vinhedo na Itália, evitando todos os problemas e principalmente o passado. O passado que não sai da minha cabeça nenhum só dia sequer, mas que longe eu posso fingir que não dói. Só que minha covardia, têm me impedido de viver uma vida feliz, eu abandonei tudo o que amava por um erro, um erro que não vivo nehum só dia sem me arrepender. E se eu não o concertar, tenho certeza de que jamais poderei viver, apenas existirei e isso não vale a pena.
A gota d'agua, foi quando peguei minha namorada Camille, me traindo com um amigo de faculdade na cama do apartamento que dividiamos a pouco tempo. Eu nunca amei Camille, pelo menos, não do jeito certo. Sei disso, porque já amei sinceramente uma vez. Um sentimento que eu não sei explicar com palavras, algo que não é só interior ou mental, mas algo que se torna físico. Uma sensação de vazio quando não está com aquela pessoa, aquela sensação de voar quando finalmente está perto dela, aquela felicidade intensa que parece girar em torno de você... Não, eu não sentia isso por Camille, mas eu gostava dela, eu até cheguei a pensar que com o tempo eu acabaria me apaixonando. Mas isso não aconteceu, o que não impediu que o sentimento de traição me ferisse e eu me sentisse extremamente vazio, como se algo dentro de mim tivesse quebrado. Foi aí que eu percebi, que jamais encontraria algo 100% com alguém, por que eu não estava me entrgando 100%. E isso não ia acontecer porque metade de mim, metade de tudo o que eu sou ficou pra trás quando eu fui embora. E nesse momento eu tomei a minha decisão, dessa vez o medo não ia vencer.

Em uma semana preparei minha mudança, estava deixando a Itália. Voltaria a Londres e teria a ajuda do meu irmão Rafael para me ajustar de novo. Em mais ou menos 2 meses, tinha conseguido um trabalho, um apartamento e aos poucos fui reconstruindo minha vida. Mas meu objetivo, por mais que estivesse atrasando o máximo, ainda pulsava dentro de mim, como se cada batida do meu coração fosse um lembrete constante do porque de estar aqui. Havia noites em que eu não conseguia dormir, pensando... Nela, a doce e linda Sophie. A unica garota que eu amei, que me completou, a garota que eu parti o coração partindo o meu ao mesmo tempo. Nessas noites eu fazia exercícios na academia do prédio, até não restar mais nenhuma energia em mim. Antes eu só bebia e quando não estava consciente de meus atos simplesmente chorava, chorava sozinho por ter a perdido. Mas isso não estava sendo saudável, vez ou outra eu a acompanhava pela internet, uma garota rica vinda de uma família influente no mundo da mídia, das artes e da educação, não passa desapercebida por aí. E o que eu via era pouco, quase nunca uma foto, e quando tinha era sempre de longe e na noite. Ao que parecia Sophie não era mais uma criatura do dia. Mas ela estava vivendo, não tinha fugido como eu. Então eu decidi deixar o luto e me esquecer dela e do passado em geral, eu tinha deixado não só o amor, mas também sonhos e futuro tinham sido deixados.
Eu uma noite já em Londres, onde não tinha conseguido mais uma vez dormi, subi até o último andar onde ficava a academia, mas ela estava fechada para reforma. Frustado decidi descer as escadas em vez de pegar o elevador pra gastar um pouco de energia, foram onze andares a pé, já que meu apartamento é no quarto andar, mas ainda estava muito elétrico então resolvi descer os outros quatro. Ia subir de novo as escadas mas quando cheguei no segundo andar me cansei, decidi subir o resto de elevador. Estava suado e distraído com a cabeça a milhão, quando minha vizinha uma baixinha engraçada e simpática, de cabelos e olhos escuros e pele morena me comprimentou. Eu comprimentei de volta pois gostava dela era fácil ser amigo de uma pessoa tão legal. Eu tinha sentido a presença de outra pessoa no elevador, mas como estava com um celular no rosto não foi algo que eu prestei atenção. Até Lola dizer seu nome e eu ver seus olhos, ah que olhos, eu jamais poderia me esquecer deles, me olharam com desdém,porém percebi quando o desdém mudou para choque. Não podia ser! Pensei comigo mesmo, eu devia estar tonto pelo exercício, antes que percebesse minha boca ja estava falando, eu nem sequer ouvi o que falei, mas deve ter sido a coisa errada, porque asssim que eu terminei Sophie fechou a cara e saiu do elevador antes que eu percebesse que o mesmo tinha aberto. Ficou em frente a porta do lado esquerdo, no fianal do corredor a encarando. Lola então me falou:
- Ei amigo, não leve isso a mal, ela está passando por alguns problemas esta noite, mas é um amor. Falo com você de manhã.
Deu um sorriso doce e foi abrir a porta. Sophie entrou na hora seguida por Lola. E eu fiquei no corredor por pelo menos dois minutos encarando a porta, até me lembrar que também tinha que entar. No final o exercício não ajudou em nada.
No dia seguinte praticamente não tinha dormido, e estava completamente perdido. O que diabos eu iria fazer? Sophie não foi muito amigável, mas afinal o que eu estava esperando? Um premio com flores e beijos, por ter acordado? Eu tinha que pedir desculpas isso eu sei. Eu preciso de um tempo com ela, nem que seja só para olha-la.
Quando o sol aparece me lembro que geralmente encontro Lola no café perto do nosso prédio, enquanto eu saio para buscar algo rápido para o almoço ela busca algo para o café da manhã, com isso em mente, vou ao seu encontro:
- Oi Lola, bom dia.
- Ah oi Josh, bom dia! Está indo trabalhar?
- Ah não, eu só vim comprar um café. Acho que vou ficar em casa o dia todo hoje.
- Você está doente?
Lola falou um tanto preocupada.
- Na verdade... Sim um pouco, mas nada grave, é só um mal estar.
- Você parece cansado... Ei! Porque não vem tomar um café comigo hoje? É minha vez de retribuir aquela vez que fiquei com uma ressaca horrível e você fez café com torradas e queijo pra mim.
Lola disse com um sorriso jovial e animador, me deu um frio na barriga em pensar que talvez Sophie ainda estivesse lá.
- Bem acho que vou carregar essas sacolas pra você então.
Disse enquanto sorria para a oportunidade que surgiu diante de mim.
Chegando no apartamento de Lola, fiquei imediatamente tenso, e se Sophie não quisesse me ver? Eu não queria estragar o dia dela. Mas quando cheguei na cozinha, não consegui mais raciocinar, dei de cara com o corpo de Sophie balançando de um jeito deliciosamente encantador. Pela primeira vez pude ver ao vivo o benefício dos anos nela, suas curvas estavam definidas, seu cabelo mais escuro... Ela estava magnífica como sempre.

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