Capitulo VII: Parte II

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MÍDIA: Refúgio para vítimas de desastres naturais CitierWood, localizado em New York City.

       -Não era esse tipo de fantasia que eu imaginava. -comenta Dany enquanto se olha num espelho quebrado que está jogado na parede.
Quando Robert disse que ia nos fantasiar, eu realmente pensei que ele ia pegar uma fantasia de Frozen para nos vestir. Mas a resposta dele era uma coisa totalmente diferente.
Não eram roupas. Mas sim, armas. De todos os tipos. Grandes, pequenas, silenciosas. Não entendo no começo, mas ele vai explicando, a única coisa que ele anda fazendo.
-As pessoas lá embaixo andam com armas. Elas andam protegidas até os dentes, e preparadas para qualquer coisa. Se um único animal atravessar aquele aviso, todo mundo cai matando. Vocês tem sorte de meu pai ter achado vocês, senão estariam mortos.
-Como isso vai nos ajudar a sair daqui? -pergunta Mark, observando a pistola que Robert lhe dera. -E onde você conseguiu essas armas?
-Meu pai era do governo. -disse Robert. -E, precisamos passar pelo Salão De Jantar para conseguirmos sair. Não tem outro jeito. Há somente duas saídas. Uma vocês já conhecem. -ele me olha. -A outra é a dos fundos. E essa ultima é o único jeito.
-E se nos pegarem? -pergunta Dany.
-Meu pai não revelou que tinha novos prisioneiros. Como eu disse antes, elas não gostam de forasteiros. Mas elas sabem que todo dia meu pai recruta gente nova, então é como se vocês fossem calouros na faculdade de matar. -ele está limpando uma arma calibre .45 muito grande. Fico com medo do dedo dele escapar e atingir um de nós. -Não podemos encontrar meu pai. Eu vou pegar minha irmã e a gente sai como se nada tivesse acontecido.
-Se virmos seu pai... -diz Mark.
-Ferrou muito. - eu completo.
-Se nos cuidarmos. Não vamos achar ele. -Robert se levanta e abre a porta. À imensidão azul que estava dentro da sala se mistura com a escuridão do corredor.
-Prontos? -pergunta Robert, arqueia uma sobrancelha e é engolido pela escuridão. Nós três o seguimos.

Andamos por uns cinco minutos até conseguirmos ouvir vozes altas e ecoadas a nossa direita. Robert vira nesse direção.
Solto meu cabelo que estava preso em um coque, e uma cortina preta cobre meu rosto.
-Não se assustem. -diz Robert. Quando ele abre a porta dupla, uma luz amarela vem em minha direção e eu fecho os olhos, e quando os abro de novo, centenas de olhos estão voltados para a gente.
Há adultos, crianças e idosos na imensidão da sala. E quando falo isso, não exagero. A sala é enorme e abriga muita gente, talvez duzentas pessoas, sobreviventes. Na minha mente, eles descobrem que somos farsa e nos atacam. Acontece o contrário.
-Robert. -diz uma mulher baixa e rechonchuda. -Junte-se a nós.
Todos se voltam para suas bebidas e comidas, esquecendo que estávamos lá. Como Robert falou, somos só novatos.
-Emilian, onde está meu pai? -Robert gritou para a mesma mulher.
-Ele saiu. Ele não disse. -a mulher explicou e voltou o olhar para mim. -Mas que menina mais bonita. É sua namorada?
-Não! -gritou Mark. -Ela não é a namorada dele.
Sorrio um pouco. Não importa a situação que estávamos, Mark estava meio que marcando o território dele. Isso me animava muito, por mais que ele fosse um idiota às vezes, eu realmente gostava dele.
-É melhor irmos, né? -diz Robert, de cara fechada. -Emillian você viu minha irmã?
-Está lá com as outras crianças. -ela aponta para uma mesa onde pelo menos trinta crianças estavam sentadas. Uma delas me chamou atenção por que tinha um cabelo muito claro, praticamente branco. A pele era tão branca que parecia transparente. E os olhos, eram mais azuis que o de Mark, de tão claros.
-Benny! -essa menina gritou, e quando eu percebi estava vindo em minha direção. Não, na direção de Robert. Ela abraçou o garoto como se aquele fosse seu último prato de comida.
-Quem são esses? -ela nos olhava como se fôssemos animais. Parecia infantil, mas sinto vontade de mostrar a língua e gritar: "Tira uma foto dura mais". Não faço isso.
-Esses são Emma, Mark e Dany. Eu prometi a eles que iria mostrar lá fora, e queria que você viesse junto. Já separei algumas roupas. -só então noto a mala na mão de Robert, provavelmente com as roupas que eles iriam usar.
-Quanto tempo vamos passar lá fora? -ela pergunta.
-Não muito, Tiffany. -ele diz. -Eu trouxe comida não se preocupe.
-Ebaa! -ela grita. -Vamos logo. Vamos logo.
Andamos em silêncio, menos é claro Robert e Tiffany, que discutiam alguma coisa sobre Caverna do Dragão. Tiffany não se parecia em nada com o irmão. Mas ao mesmo tempo eram tão parecidos, nas atitudes, o jeito de andar, o jeito de mexer a boca.
-Pensando na vida? -pergunta Dany ao meu lado.
-Na verdade, estou pensando em Nik, Biel e Louise. Ainda é de noite, e eles podem estar naqueles corredores.
-Primeiro regra de sobrevivência ao apocalipse zumbi: Nunca perca a esperança. -diz Dany rindo. -Segunda Regra: Sempre leve um pacote de comida. Não importa a hora, comida é sempre bem vinda.
-Uau, que profundo. -eu rio junto. -Não perdi minhas esperanças. Só não quero ser muito irrealista quanto a isso. Se eles forem espertos, já estão longe. Aquele grupo de zumbis já deve ter ido.
-Eles não são espertos. Eles não nos deixariam. Todos tem os defeitos, mas uma coisa que somos é companheiros, e nunca abandonaríamos uns aos outros.
-Ei, vocês duas, vem ou não? -grita Mark lá na frente. Robert e sua irmã já tinham entrado pela porta, só faltava nós duas. Corremos e entramos na porta que dizia Saída de Incêndio.
-Tá todo mundo aqui? -pergunta Robert. Afirmamos. -Me sigam. Logo logo estaremos livres.
-Livres de que, Benny? -pergunta Tifanny. Robert só acena com a cabeça e continua seguindo em frente.
O corredor estava totalmente escuro, não conseguia enxergar nada. Então Robert abre outra porta, e eu vejo uma lua cheia pairando no céu, envolta por estrelas que não estavam lá antes.
-Enfim, livres. -diz Mark. -Ainda precisamos achar nossos amigos.
-Mais essa. -diz Robert. -NICHOLAS! GABRIEL! LOUISE! -
me espanto por Robert ainda saber o nome deles, mas logo o sentimento passa, e eu começo a gritar também por meus amigos.
Depois de muitos gritos, berros e gargantas roucas, ainda não ouço nada. Eles não respondem. Começo a entrar em desespero.
-Biel! Por favor! -eu digo. -Diz que ainda esta aqui!
-EMMA! -eu ouço um grito muito distante, como se uma trilha sonora estivesse chegando. -EMMA, estou aqui!
-Não podemos achar eles. -diz Robert. -Esses corredores foram feitos para confundir as pessoas. A gente tem que se encontrar em um lugar.
-BIEL! -grita Mark. -DESCREVE PARA MIM ONDE VOCÊS ESTÃO.
-AHN.... -agora é a voz de Louise. -NÃO SEI, É TUDO ESCURO. TEM UMAS MARGARIDAS. POR TODA PARTE!
-Já sei onde é. -diz Robert. -Me sigam.
Corremos atrás de Robert. Mas corremos como nunca corremos antes, meu fôlego se esgota, se eu pudesse desmaiaria aqui e agora, mas não posso. Tenho que achar meus amigos. Querendo ou não, um peso saiu dos meus ombros, por que eles realmente nos esperaram.
Viramos numa curva a direita e seguimos reto por uns dois minutos. Mark e Dany ainda gritam. Estou começando a ficar zonza, e cambaleio um pouco.
-Ei, ei você está bem? -Robert pergunta.
-Sim, estou ótima. -eu digo me recompondo.
Quando viramos numa última curva a esquerda, vejo três pessoas paradas uma do lado da outra.
Eu paro subitamente. Então eu corro. Corro para os braços do meu protetor, do meu amigo, de Biel. E ele também corre.
O corpo dele colide com o meu, num estrondo. Do meu lado, Mark abraça Louise como se fosse matar menina, e Dany chora no peito de Nik.
E ai que tudo fica claro para mim. Ninguém precisa falar que precisamos trabalhar juntos. Nós somos uma equipe, trabalhamos em equipe e amamos uns aos outros. Cada um se completa.
Me solto de Biel e vou abraçar meus outros amigos. Sinto raiva e amor por Nik, afinal, eles nos meteu em tudo isso. Mas se não fosse por ele, nunca teríamos descoberto quem realmente somos e qual o propósito disso tudo. É não dava para odiar o Nik, simplesmente não dava.
-Espera ai. -diz Louise. A voz fina dela era a única coisa que eu não sentia saudades. Não dava para simplesmente gostar da voz dela. O sotaque carregado e metido, a voz fina e aguda, era pedida para ser odiada. Mas mesmo assim, nunca fiquei tão feliz por ouvir essa voz. -Quem é esse?
Todos nós nos paramos para ver Robert. Tiffany esta agachada atrás dele, quase invisível.
-Eu sou Robert. -diz ele. - E com a gritaria que fizeram, com certeza tem seguranças atrás de nós. Precisamos sair daqui. Logo.

Oi povo mais biurifu do meu core. Tudo bom com vocês? Aqui estou mais um dia, capítulo novo pro ceis ❤️ Espero que tenham gostado #feelings
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-A

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