Capitulo XII

16 3 8
                                    

           Ela ainda esta respirando. Isso é claro, e graças a Deus, verdadeiro. Mas por pouco. Se passaram poucos segundos desde que ela desmaiou, mas não consigo me concentrar em nada com Nik chorando ao meu lado e Robert gritando para Dany achar Mark que tinha ido pegar gasolina dos carros mais distantes. Biel estava no carro, pegando o kit de primeiros socorros. Começo a me desesperar também.
            -Nik, Robert. Saiam daqui. -eu grito. Eles devem ter levado um susto pois se levantaram imediatamente. -Dany, ache Mark imediatamente e leve um machado. Pode ter mais zumbis. Eu só quero o kit de primeiros socorros comigo e um ajudante.
           Nik logo se ajoelha novamente ao meu lado, e Biel chega em seguida. Pego um álcool em gel que estava no kit e coloco nas minhas mãos e nas mãos de Nik.
             -Precisamos esterilizar o ferimento. -eu digo. -Vai arder demais, então segure ela pelos ombros. Você. -aponto para Biel. -Segure os pés dela. Ela não está desmaiada está em choque. Se ela se mexer muito pode convulsionar. Se soltarem ela, Louise morre.
              Percebo que Nik entrou um pouco em pânico e me arrependo amargamente de ter dito aquelas palavra duras, mas no momento não tenho tempo de pedir desculpas.
               Pego um pouco do álcool, e coloco ao redor do ferimento no braço da menina, eu tinha que fazer um trabalho rápido, porém o braço de Louise deveria ser decepado, e todos nós sabíamos disso. Se eu não esterilizasse o ferimento, era possível que ela pegasse uma infecção e morresse de qualquer maneira. Mas no instante em que pingo o álcool no braço dela, preciso ajudar os meninos a segurarem ela.
             -Louise. Louise me escuta. -eu digo, gritando e suando, aflita e com medo de não conseguir ajudar ela. -Eu preciso limpar. Eu sei que dói, mas se não limpar agora, a dor vai ser muito maior agora.
             Percebo que ela ficou um pouco mais estável mas sei que quando eu pingar o produto de novo ela vai se mexer e eu não vou conseguir cortar o antebraço dela dessa maneira.
                -Vou te contar uma historia. -eu começo a falar. -Era uma vez uma princesa incrível. Ela era bonita, esperta, um pouco mimada, mas amada por todo o reino. Ela era boa, feliz, e adorava ajudar todos que precisassem. Ela sabia aconselhar os seus amigos, dava comida escondida para os súditos de seu maligno pai, o rei Avion.
            Enquanto conto a história, pingo o álcool devagar nas bordas do machucado. Quando ela se mexe muito, eu paro e continuo a contar a história.
               -Um dia o pai dela falou para ela não ir pelo bosque. Lá dentro, um feiticeiro estava se fingindo de camponês para atrair as moças boas e usar a carne delas para um sacrifício. Porém essa princesa, ela via bondade em tudo e em todos e achou muito improvável que alguém se fantasiasse de algo que não era para fazer uma coisa tão má. E contrariando o pai, essa princesa no mesmo dia saiu para ir ao bosque. Chegando lá, ela realmente viu um camponês, e ela ficou bem retraída e escondida atras das árvores. O homem parecia estar perdido, e não parecia uma pessoa má. Então a princesa pensou que o homem nunca faria mal para uma dama igual a ela. Pobre princesa. Caiu no canto da sereia. Assim que o camponês viu a pequena menina ingênua matou ela. O pai procurou a menina por dias, até achar uma caverna na montanha mais alta do reino. Nessa caverna jazia o corpo morto de sua filha, acompanhado de vários outros. Moças bonitas de família boa. Nunca mais o feiticeiro foi encontrado nas redondezas, mas no reino vizinho, ouve-se até hoje relatos de mulheres boas e bonitas desaparecendo misteriosamente.
             Quando termino de contar a historia( que por sinal, foi a única que passou pela minha cabeça), eu faço um movimento rápido. Descrevendo parece fácil, mas na verdade foi mais complicado que isso. Pego a machadinha e posiciono no corpo de Louise, que parece ter desmaiado pela dor do álcool. Nik e Robert não seguram mais a menina, e viram para o lado quando divido o braço de Louise  em dois.
             -Você está louca? -grita Nik, pegando os meus dois pulsos com a mão. -Ela tá aleijada!
              -Era o único jeito! -grita Robert. -Se ela não cortasse, Louise viraria uma dessas coisas! É isso que você quer?
             -Ela está sem mão! -ele grita. -Você não consultou ninguém para saber se concordávamos com isso!
             -Não é questão de concordar ou não. -eu grito, me levantando bruscamente, me soltando das mãos de Nik. -Ela morreria! É incrível que quando você quer ajudar você só se ferra! Era melhor morrer?
              Ele não responde. Não estava chorando, mas estava um pouco alterado, e não é como se eu não entendesse. Louise ficaria sem mão, mas ainda teria nós todos perto dela. Se ela morresse, todos me culpariam. Como Mark disse: Eu era a culpada de tudo! Será que eu nunca mais iria conseguir esquecer essas palavras que me machucaram tanto?
             Um pensamento passa muito rápido pela minha cabeça e eu olho para os meninos, começando a entrar em desespero.
               -Cadê a Dany? E o Mark? -eu digo, já praticamente puxando Biel pelo braço. -Cade eles?
               Começo a correr junto com Biel entre os carros, o que dificultava um pouco, pois toda hora tinha que virar a esquerda, ou a direita e se desviar dos carros. Nem Robert nem Nik nos seguem, porém eu continuo gritando aos montes o nome de Mark.
             -Para de gritar, pode haver mais zumbis. Se eles tivessem ouvido teriam respondido. -diz Biel.
             Começo a entrar em desespero, e lágrimas saem voluntariamente dos meus olhos. Não as contenho, não é vergonha nenhuma chorar.
              Nesse momento, eu ouço passos rápidos vindo atrás da gente. Quando eu olho para trás, vejo Dany. Eu corro até ela e a agarro pelos ombros.
              -Onde está Mark? -eu grito. -ONDE ELE ESTA?
               -Tire as mãos de mim. -diz Dany, se livrando de minhas mãos. -Ele sumiu, fui procurar ele como você pediu porém não o achei. Eu só achei isso.
            Ela estende um anel que Mark costumava usar, desde que nos conhecemos no Bunker, ele nunca tirava esse anel. Ele dizia que era um amuleto chave dele, que quando estivesse em perigo, usaria o anel.
               -Me dá isso. -eu pego o anel da mão de Dany. Começo a remexer o anel, em busca de alguma fresta, alguma coisa que comprove minha teoria.
               -O que esta fazendo? -pergunta Biel, chegando mais perto de mim.
              -Mark costumava dizer que quando estivesse em perigo, o anel seria sua arma. Eu achava que isso era literal, mas eu acho que ele o tirou como pista. Onde você achou? -pergunto para Dany.
              -Perto do nosso carro, no chão. -a menina diz. -Ele pode estar fazendo xixi em algum lugar.
               -Você ouviu o que eu disse? -eu grito com ela. A menina me olha com uma cara brava, que parece que vai me engolir porém ela somente engole em seco.
               -Então ele sumiu, se você quer tanto ouvir isso. Não jogue a culpa em mim, eu que fui procurar ele e você fica ainda tirando satisfação.
                -Tem que ter uma abertura. -eu digo, desviando os olhos de Dany para o anel, ignorando completamente o que ela disse. -Ele me disse que usaria quando estivesse em perigo.
              Giro o anel em meus dedos, e o coloco no meu dedo, por pura curiosidade. Foi quando um barulho foi emitido pelo objeto, e ele se dividiu em meu dedo. Pego as duas partes com a outra mão e Dany e Biel se aproximam de mim. Pego uma das partes do anel, e nela está escrito em letras garrafais "Perigo". Não entendo o aviso, então pego a outra parte do anel. "Estou em" .
           Me desequilibro um pouco, mas Biel me segura. Tudo ao meu redor gira. Adorava estar certa, mas eu realmente queria estar errada em relação a Mark. Ele poderia estar bem, como Dany disse. Mas desde o começo eu soube que ele não estava bem. Só não entendi o por que do anel se abrir em meu dedo.
              -Eu conheço esse tipo de anel. -diz Dany, parecendo ler meus pensamentos. -É um tipo de decodificador. Você grava alguma coisa no anel, e ele se abre na  impressão digital escolhida.
             -Então o que for que acontecesse com ele, ele queria que eu soubesse?
               -Sim. -diz Biel. -Temos que procurar ele. Vamos chamar Robert.
               -Não, Nik e Louise precisam de alguém. Louise ainda tem que se recuperar e Nik está muito abalado. Vamos sozinhos.
                -Vamos avisar para eles, ao menos. -diz Dany. -Pegar alguns suprimentos, não sabemos nem ao menos onde começar.
                 -Vamos rápido. Já vai escurecer. Mark não pode ficar mais tempo desaparecido.

           Oi meus mores tudo bom? Capitulo novo pro ceis! Espero que estejam gostando. Não esqueçam do voto e comentário que é muito importante. Um beijo um queijo
     -A

Minha nova história O Tabuleiro Ouija sai oficialmente segunda, Halloween! Vou avisar assim que estiver disponível ❤️ um beijo

O Bunker Onde histórias criam vida. Descubra agora