"Eles dizem que a morte é mais difícil para os vivos. É difícil realmente dizer adeus, às vezes é impossível. Você nunca parar de sentir a perda, é o que torna as coisas tão amargas. Deixamos pequenos pedaços de nós mesmos para trás, pequenos lembretes, uma vida inteira de lembranças, fotos, bijuterias. Coisas para lembrar a gente, mesmo quando não estamos mais lá."
Anteriormente em Grey's Rehab
– E você, doutora – começou, com o sorriso superficial nos lábios – o que você não aceita? Com base nas caras e bocas que fez durante a terapia, e o comentário no final, acredito que seja a morte. Estou errado?
– Não, não está – minha voz soou áspera – mas, isso não é da sua conta.
– Na verdade me deve algumas respostas – ele deu um suspiro profundo – você prometeu, lembra?
– O dia em que você conversar abertamente comigo sobre o assassinato de Leila, respondo todas as perguntas que tiver a meio respeito – retruquei com o ar cansado.
– Ótimo – sorriu quase escorregadio de tão educado – passo no consultório em vinte minutos.
Agora...
O modelo criado por Elisabeth Kubler, conhecido como "Modelo Kubler-Ross", diz que experiências de quase morte ou luto, podem ser descritas em cinco estágios. Primeiro: negação. A negação funciona como uma defesa, já que a dor é tão indescritível que não conseguimos absorvê-la e mesmo tendo ciência de sua origem, recusamo-nos a acreditar que seja verdade. Logo em seguida vem à raiva que nos faz questionar "porque isso está acontecendo?" "porque comigo?". Sentimos raiva de nós mesmos por termos sobrevivido. Raiva de Deus por ter permitido que tudo acontecesse. Em meio a isso, surge a negociação. Fazemos promessas à entidades divinas e oferecemos tudo o que temos e até o que não temos em troca de um pouco de paz, mas no momento em que a negociação não leva a lugar nenhum e fica difícil administrar a raiva, entramos na depressão. Com ela vem o choro, desespero e a tristeza. Em algum momento somos obrigados a admitir para nós mesmos que não podemos voltar no tempo e mediante isto só nos resta aceitar.
Para mim, alguns estágios desse processo pareciam permanentes. Oscilava entre a raiva e a depressão, porém, a tão sonhada aceitação era uma benção que não havia sido concedida a mim e tinha a ligeira impressão que nunca seria, não importava quanto tempo passasse.
Em meio a tais pensamentos, segui rumo ao consultório ao mesmo tempo em que tentava falar com José.
– Onde você está? – atendeu no quinto toque. Sua voz soou meio petulante
– Trabalhando – respondi no mesmo tom – e você? Por onde andou?
– Trabalhando. Liguei para o detetive como faço semanalmente, e imagine a minha surpresa ao saber dessa reviravolta nas investigações. Você podia ter me avisado, Anastasia.
– Sinto muito – murmurei, porém, a frase soou mais como um desafio do que um pedido de desculpas – tenho andado ocupada fazendo malabarismos para lidar com o passado e o presente.
– Isso tem que parar! – disse com raiva – estou do seu lado, Anastasia, então pare de me tratar desse jeito! Sempre fria e superior. Estou cansado disso.
– Olha, estou tendo a pior ressaca da minha vida, e isso vindo de uma pessoa cuja tequila foi a melhor amiga durante os últimos meses, é muita coisa – respondi meio esgotada – deveria ter te avisado, não avisei, me desculpe. Eu realmente sinto muito – falei de forma sincera.
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Grey's Rehab
FanfictionEle é um criminoso. Ela teve sua vida modificada em virtude de um crime. Ele é fogo. Ela é gelo. Ele é um Dominador nato. Ela não gosta de ser comandada. Ele está trancafiado em um manicômio judiciário. Ela é psiquiatra forense. Ele é o paciente. El...