Capítulo 16 - Oh, Lord! Save me Again

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"Chega um momento em que tudo pode ser demais. Quando ficamos muito cansados para continuar lutando. Então desistimos. É ai que o verdadeiro trabalho começa: encontrar esperança onde não existe nada."

O meu problema era esgotamento mental. Resultado do acúmulo de pequenas picuinhas que se repetiam todos os dias. Meu cérebro estava envolto em um estado grave de exaustão por diversos motivos; eu não dormia direito há meses. Meu sono era sempre recheado de pesadelos horríveis e indescritíveis. Acordava suando e muito cansada. Ademais meu corpo estava doente e consequentemente debilitado. Como se tudo isso não fosse o suficiente, dia após dia era obrigada a enfrentar novas situações de estresse ou desgaste psicológico que me levava ao extremo e apesar disso, era preciso manter-me forte.

Talvez eu precisasse de um psiquiatra, pois a essa altura era uma espécie de panela de pressão pronta para explodir.

Mas é claro que eu não podia me dar ao luxo de explodir. Não aqui, não agora. Não quando Elena fitava-me com um sorriso desdenhoso no rosto. O que eu precisava era ser fria e cínica.

Se aguentou até agora, aguenta mais um pouco...

Será?

– É melhor tirar essa expressão de desdém do rosto, afinal, a situação não está boa para o seu lado – acusei sem sutileza – por que, basicamente, eu sei o que você fez Elena.

Sobrancelhas levantadas, olhos arregalados, boca entreaberta, depois sobrancelhas retas, testa enrugada, olhos cheios de tensão, lábios fechados em linha rígida.

Hm, primeiro surpresa, segundo medo.

– Não sei do que você está falando! – disse com impaciência mal controlada.

Movimento rápido e quase imperceptível da cabeça sinalizando "sim". Ela sabe exatamente do que eu estou falando – o seu adorado paciente teve um surto e tentou me agarrar, se não fosse por Will...

– Pare de gritar – sibilei – você está em uma enfermaria e não na sua casa.

– Você não manda em mim! – respondeu ela elevando a voz algumas oitavas – ponha-se no seu lugar.

Pelo canto do olho notei que Christian se mexeu, provavelmente resultado do barulho. Em um movimento rápido e brusco agarrei Elena pelo braço e sai arrastando-a para fora.

– Me solta! – exclamou unhando o meu braço.

Abri a porta e literalmente joguei-a para fora. Ela queria brigar? Tudo bem! Previ o movimento antes mesmo que ela o fizesse, tudo graças a um ano e seis meses de aula de defesa pessoal, requisito obrigatório para ingressar na Penitenciaria Estadual de Seattle. Quando Elena ergueu a mão em direção ao meu rosto, segurei seu pulso. Repeti o movimento ao notar que ela o faria com a mão livre.

– Você fez isso com Christian e vem aqui blefar na minha cara como se fosse vitima! – cada palavra saiu com uma quantidade incomum de raiva – e ainda acha que todos são idiotas de acreditar nessa sua farsa ridícula.

– Prove – sibilou com um meio sorriso no rosto.

– Está me desafiando de novo? – minha voz parecia uma verdadeira placa de gelo. Soltei seu braço de maneira bruta – em breve você vai descobrir que não é uma boa ideia fazer isso, na verdade acho que você ainda não percebeu o que está acontecendo aqui.

– E o que exatamente está acontecendo aqui, Anastasia? – questionou cum uma gargalhada irritante e impertinente.

– Depois que eu falar com Flynn? – foi a minha vez de sorrir – bem, acho que você perderá o emprego ou no mínimo levará uma suspensão memorável.

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