Cirurgia é um jogo com apostas altas. E não importa o valor das apostas, cedo ou tarde você terá que seguir o instinto. E talvez, só talvez, isso o levará exatamente onde deveria estar.
A voz de Gregori Develak, honestamente, me irritava. Os executivos e agentes publicitários pareciam ouvir tudo com demasiada atenção. E não eram os únicos. Suas respectivas secretarias, vestidas mais ou menos da mesma forma, anotavam de maneira frenética o falatório dele. Perguntei-me quando Develak iria calar a boca, enquanto parte de meu cérebro trabalhava na problemática envolvendo a procura por uma nova casa. Precisava revolver isto logo, afinal, estava farta de morar em um hotel. Queria ter meu canto, meus moveis, mi...
– Srta. Steele? – a voz melódica, carregada de sotaque britânico vez farelos da minha linha de raciocínio.
– Sim, Sr. Develak? – a minha voz saiu calma.
– Então... – ergueu a sobrancelha em desafio – gostaríamos de saber a sua opinião a respeito.
Corpo curvado apresenta baixo grau de confiança. Os punhos fechados mostram que ele está prestes a agredir alguém ou alguma coisa.
– Minha opinião parece não importar muito, já que o senhor não para de falar não é mesmo, Sr. Develak? – o tom calmo mudou drasticamente.
– Sra. Steele, somos todos ouvidos a qualquer coisa que queira compartilhar conosco – falou, enquanto brincava com a caneta de ouro entre os dedos. Nervosismo, sim? – desde que seja pertinente a reunião. Será que consegue isso? – questionou com cinismo.
Esse era o problema com Gregori Develak. Além de se achar o homem mais sabido da galáxia, era um cínico detestável. Por dias fui maleável com ele, mas a atitude subitamente despertou uma fúria incontrolável e na sequencia surgiu uma ideia brilhante.
– Na verdade, Sr. Develak, eu tenho sim – sorri. Levantei da cadeira em um movimento brusco – muito em breve anunciarei o CEO que ira me substituir permanentemente na presidência da empresa.
– Como é que é? – levantou em um salto.
– Exatamente isto que você ouviu, Develak – repeti, divertindo-me com sua expressão – é do conhecimento de todos que minha profissão não é exatamente de administradora.
– Você não pode estar falando sério – estava com as mãos nos quadris, exalando arrogância – senhores poderiam se retirar, por favor? – parecia mais uma ordem do que uma pergunta – mas que historia é essa? – quis saber assim que todos deixaram a sala em meio a burburinhos.
– Isso sou eu, tentando gerir os meus negócios da melhor maneira possível.
– Não fui consultado sobre nada disso, Anastasia, e devo lembra-la que...
– Develak – interrompi – estou tentando gerir a minha empresa da maneira que eu acredito ser a melhor possível – assinalei em tom despreocupado – e convenhamos, não preciso me reportar à diretoria já que 90% desta companhia é minha.
– Tentando?! – arqueou a sobrancelha, ainda mais incrédulo – faz tudo desde que chegou aqui, exceto tentar. Acha que ninguém percebe a sua falta de interesse? Seu pai gastou anos de sua vida para construir essa empresa, Anastasia. Eu não vou ficar de braços cruzados vendo você arruína-la.
Respirei fundo pedindo pela enésima vez desde que tinha chegado, um pouco de paciência. Se tinha uma coisa mais irritante do que o cinismo de Develak, era quando ele dizia o que eu precisava fazer.
– Eu sei exatamente o esforço que o meu pai fez para construir tudo isso – falei de forma pausada enquanto gesticulava em volta – por que ele era meu pai, Develak. E justamente em respeito a sua memoria, esforço e dedicação, é que admito – suspirei de maneira audível – não ser competente para realizar as funções inerentes a este trabalho. Sou psiquiatra, meu cérebro funciona de outra forma. Eu sei, por exemplo, que agora pela falta de contato visual que você está desconfortável – seus olhos encontraram os meus. Os pés bateram de maneira audível contra o piso – e agora impaciente – ele juntou as sobrancelhas e inclinou-se sobre os calcanhares – e agora desconfortável com a situação.
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Grey's Rehab
FanfictionEle é um criminoso. Ela teve sua vida modificada em virtude de um crime. Ele é fogo. Ela é gelo. Ele é um Dominador nato. Ela não gosta de ser comandada. Ele está trancafiado em um manicômio judiciário. Ela é psiquiatra forense. Ele é o paciente. El...