Capítulo 3 - The Mission

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"É o que as pessoas dizem... Que o tempo muda tudo. Mas não é verdade. Fazer coisas é o que muda algo. Não fazer nada deixa as coisas do jeito que estão." Dr. House


Anteriormente em Grey's Rehab

– Tudo bem, tudo bem – pude jurar que ele estava sorrindo – animada para o primeiro dia de trabalho? – quis saber ele – Foi uma jogada de mestre ter ligado para Leonard Dale. Ele foi um excelente amigo na infância, nunca imaginei que fosse seguir a carreira de psiquiatra e olha só, ele fez mais que isso – parou – ele lhe deu uma ótima indicação.

– Bem, digamos que – comecei, abotoando a camisa de seda branca enquanto saía do closet – trabalhar em um hospital psiquiátrico não fazia parte dos meus planos, mas deve servir – encarei-o por alguns instantes – por ora – sorri.

Agora...

A palavra manicômio judiciário deriva do grego "manía" que significa loucura e "komêin" curar. Conforme o relatório enviado a mim pelo doutor John Flynn, médico aposentado e diretor da instituição, Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Manhattan soava menos traumático do que Manicômio Judiciário, justificando assim a mudança do nome a cerca de seis anos atrás. A finalidade, porém, continuava a mesma: cuidar de pessoas com transtornos mentais que cometeram delitos e não tinham condições de cumprir pena em prisões comuns.

Fitei mais uma vez o GPS para ter certeza de que estava seguindo a direção correta. A essa altura o trânsito de Manhattan estava um verdadeiro caos. A medida que fui aproximando-me da parte mais isolada da cidade, tudo ficou silencioso.

Minutos depois estacionei de frente a construção enorme. O letreiro indicava que eu estava no lugar certo. Não era possível ter uma ideia clara do que havia ali dentro, mais concluí que a palavra que descrevia melhor o HCTP era: intimidador. Apesar dos jardins imensos que davam acesso a recepção, uma tentativa clara do paisagista em passar um aspecto de tranquilidade, algo soava fantasmagórico. A atmosfera parecia ser diferente. Não se ouviam barulhos da cidade ali. Nenhum ruído de trânsito, nem dos pedestres. Até mesmo o céu acima estava sutilmente diferente, concluí.

Segui até a recepção, um ambiente de decoração simples com cores neutras. Fui recebida por uma moça meio antipática que olhou-me de cima abaixo pelo menos duas vezes.

– Tenho um horário com...

– Sei, sei é a doutora nova – ergueu a sobrancelha fazendo cara de pouco caso – O Dr. Flynn está aguardando-a. Entre siga pelo corredor vire a di...

Antes que pudesse continuar, a porta à direita foi aberta de forma abrupta revelando um homem cuja ausência de beleza era suprida pela postura confiante e inabalável. O traço mais marcante em seu rosto eram os olhos sagazes em tom de azul. Ao julgar pela aparência teria de trinta a quarenta anos. Ele vestia branco da cabeça aos pés. Seus olhos encontraram os meus. Ele sorriu.

– Vejo que cheguei bem na hora! – exclamou, erguendo a mão para me cumprimentar – imagino que seja a Dra. Anastasia Steele, correto? Sou Jack Hyde.

– Olá – respondi, pegando em sua mão.

– Serei seu colega – comentou, em seguida fitou a recepcionista sem educação. Fez uma careta e seus olhos recaíram sobre mim novamente, a expressão suavizando – Ansiosa para conhecer seu novo local de trabalho? – quis saber ele, e antes que eu pudesse responder continuou – Me acompanhe, levarei você até a sala do Dr.Flynn.

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