“Porque com você, eu resistiria a todo o inferno para segurar sua mão.”
O nosso carro estava cercado por cerca de outros cinco automóveis enquanto Kenny dirigia pelas agitadas ruas de Miami. Blake não queria que o Joey tivesse que ver sua mãe no hospital daquele jeito por que ele não faz ideia de que ela está doente e a Blake não sabe se ele vai conseguir lidar com isso da mesma forma que ela.
A clínica estava há apenas algumas quadras quando Blake despertou minha atenção.
– Tá vendo aquele parque ali? – disse ela enquanto eu segurava sua mão.
– As árvores são enormes! – murmurei maravilhado também com a grama verde onde pequenas crianças corriam livremente.
– Eu costumava vir aqui com a minha mãe, desde os dez anos todas as tardes de domingo nós duas nos sentávamos de baixo daquelas árvores pra ficar conversando sobre coisas que estavam acontecendo, até mesmo sobre os meus primeiros namoradinhos sabe? – ela riu – Quando o meu namorado morreu no ano passado eu perdi o chão, me lembro de sentar ai em baixo e chorar por horas até minha mãe aparecer e sem dizer uma palavra se sentar ao meu lado.
– Uau! Parece um lugar tão comum.
Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa o carro finalmente parou em frente ao enorme prédio onde sua mãe estava internada há três meses. Aquela não seria uma visita como outra qualquer. Eu não estava de folga. Eu me vi obrigado a cancelar dois shows para poder estar aqui.
A nossa equipe estava almoçando ontem quando Ryan recebeu uma ligação de Jordan que disse que a Brianna estava cada vez pior e que os médicos disseram que não sabiam se ela teria mais do que alguns poucos dias de vida. Eu não sabia como, mas eu precisava trazer a Blake pra Florida, precisava muito fazer isso.
– Aposto que ela está bem melhor! – disse ela com um sorriso estonteante que fez meu estomago revirar.
– O que estamos fazendo aqui? – perguntou Joey quando descemos do carro.
– Nós viemos ver a sua mamãe! – falei baixinho o pegando no colo.
Os paparazzi novamente nos cercaram e precisamos da ajuda de alguns seguranças. Eu acho que essa é definitivamente a pior parte de ser uma pessoa pública, você simplesmente não tem nenhum tipo de privacidade. Cada passo que você der tem que ser compartilhado com o mundo inteiro.
– Por que a mamãe está aqui? – questionou o garotinho ansioso.
– É que ela está um pouco doente bebê – Blake tentou encontrar palavras que pudessem explicar toda aquela situação – Mas não se preocupe, ela vai ficar boa logo, rapidinho.
Ele ficou confuso, mas não disse nada.
Apenas Kenny entrou com a gente no elevador.
Eu estava com muito medo de que fosse tarde demais. Só eu sei como ela estava ontem a noite quando vim até o hospital. Havia lágrimas nos meus olhos quando ela pegou a minha mão e me agradeceu por ter cuidado da Blake.
Uma terrível expressão de dúvida tomou conta do meu rosto quando chegamos até o corredor do quarto onde Brianna estava. Mas logo a voz de Ryan me fez relaxar um pouco.
– Está tudo bem – disse ele – Vocês chegaram a tempo.
Soltei um suspiro de alívio.
– Como assim? – Blake se assustou quando todos os olhares foram direcionados em sua direção – O que aconteceu com ela?
– Me desculpe! – pedi quase sem voz, colocando Joey no chão.
Ela correu para perto de sua mãe. Eu fui logo atrás dela, me sentindo completamente perdido, nunca gostei de hospitais e já sofri muito com a morte de algumas pessoas, como a pequena Avalanna.