Capítulo 24 - Eu vou estar lá com você

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“Tô tentando não me abalar. Quando fico triste, eu fico insuportavelmente chata, desagradável, dramática. Até eu não me aguento.”

O impacto do avião aterrizando me fez despertar. Tinha dormido durante todo o voo e estava morrendo de dor de cabeça. Joey estava entretido no seu celular, estou começando a ficar preocupada com ele, o garoto está muito viciado.

– Pega sua mochila por que minha bolsa tá pesada! – disse após tirar o cinto de segurança e me levantar – Anda logo por que eu quero chegar logo em casa.

– Você me assustou! – ele arregalou os olhos e eu tirei o seu cinto também, eu perco a paciência muito fácil – Nós já chegamos?

– Há séculos, dá pra levantar?

– Me desculpa. – ele abaixou os olhos ficando de pé.

– Tudo bem, eu é que estou muito estressada! – peguei sua mão e caminhamos para a porta de saída – Nós já vamos pra casa príncipe.

Eu estava assim por causa da minha mãe. Eu não conseguia tirar ela da cabeça, não conseguia parar de pensar no quanto sentia sua falta e do quanto ela estava me magoando em ter se esquecido de nós. O meu pai eu nem falo nada, depois que eles se separaram ele nunca se importou comigo mesmo, mas puta que pariu, até minha irmã? Eu não conseguia entender.

– Srta. Berry? – um segurança me chamou assim que botei os pés no chão.

– Sim, sou eu.

– Venha por aqui por favor! – de repente havia mais outros dois seguranças atrás de mim, um deles com a mão nas minhas costas me guiando para algum lugar.

– Como assim? O que está acontecendo?

– É que está cheio de fotógrafos aqui por isso Sr. Bieber pediu para que nós deixássemos vocês em casa em segurança.

Era só o que me faltava. Até aqui eu ia ter esse bando de gente me seguindo? Eu não sou uma celebridade porra. Já acabou. Já dei aquela entrevista e pronto, não precisa ficar me enchendo o saco pra sempre. Eu tenho uma vida e não quero ninguém se metendo nela.

– Tem certeza que precisa disso tudo? – tinha uma limusine preta com um chofer que segurava a porta aberta.

– Ordens são ordens! – o segurança suspirou e cruzou os braços esperando que Joey e eu adentrássemos a limusine – Qualquer coisa é só nos ligar, o cartão está ai dentro.

– Obrigada! – forcei um sorriso e entrei logo depois de Joey.

– Que maneiro! – ele disse boquiaberto – Olha só, tem até televisão!

– Não mexe em nada moleque! – dei um tapinha na mão dele – Volta a jogar seu jogo que você ganha mais!

– Você tá chata! – ele resmungou.

– E você sabe que é melhor ficar calado quando eu to assim né?

Ele fez uma careta.

– Eu só quero dizer que eu não tenho culpa se a mamãe não gosta mais da gente, eu não tenho culpa se ela não quer mais a gente como filho dela, eu só tenho você e tio Ryan, Bels!

Engoli em seco sentindo uma puta vontade de dar um abraço nele.

Mas não, eu simplesmente fiquei quieta engolindo o choro.

Se pelo menos eu pudesse protestar. Se ele não tivesse razão.

– Eu senti saudade quando você sumiu, eu não joguei vídeo-game nenhum dia se quer, eu fiquei pensando na mamãe, ela deve ter ficado muito brava quando soube, mas ela nem ligou, acho que ela não se importa mais. – ele passou um de seus pequenos braços pela minha cintura e me abraçou – Mas não tem problema, por que você voltou né? – ele levantou os olhos mas eu fui incapaz de encarar sua face, em vez disso retribui o abraço com toda a força do mundo.

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