Room

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POV. Holland

Uma semana tinha se passado desde a minha pequena visita à casa do Dylan, e para a minha infelicidade o Ryan ainda não teve outro ataque de bondade, resultando na minha permanência em casa todas as tardes. Hoje seria o dia da palestra de Thomas, por isso nesse momento todos os alunos estão no auditório tendo conversas paralelas que resultam em um grande barulho. Estou do lado do meu irmão, já que Cristal não está vindo a escola, pelo simples motivo que a mãe dela decidiu que iriam viajar por 15 dias para sei lá aonde. Estou pirando sem ela aqui, sem ter com quem me abrir, e ter que ficar com o Ryan até durante palestras. Vejo a diretora subir no palco e ela logo começa seu típico discurso de amor ao próximo, e de respeito a ele também, sendo que por ultimo ela apresenta o Tommy a nós, que até agora estava conversando com o Dyl sobre qualquer coisa, mas que não parecia a palestra.

- Oi gente, como vocês estão? Espero que bem. Bom, como a diretora já falou, eu sou Thomas Sangster e vou fazer uma palestra sobre a importância de respeitar o próximo, principalmente o homossexual - ele sorri para mim depois de parecer me "encontrar" e eu retribuo - Bom, para quem ainda não percebeu eu sou gay, e não tenho vergonha de assumir tal coisa. Porém nem sempre minha vida foi essa facilidade, na verdade, por conta de outros fatores também, ninguém me apoiava. E eu já sofri muito por causa disso, até que conheci meu melhor amigo, que para mim é mais como um irmão, e o mesmo começou a me apoiar - vejo o sorriso no rosto do meu ciumentinho e logo sorrio fraco também - Mas, nem todos tem esse irmão na vida, e tem que lidar com tudo sozinhos, e imaginem o quão ruim é você sair de casa e já ser atacado por algo que deveria ser tão comum quanto a heterossexualidade. Por isso, muitos deles praticam a automutilação ou até mesmo tentam o suicídio por não aguentar a pressão. E a não ser que você queira ficar com um peso na consciência de ter provocado a morte de alguém, não faça o que faz agora... - Thomas segue a palestra a diante, e tenho que confessar que ele tem o dom, porque foi simplesmente fantástica. Quando ele finalmente acaba vou ao seu encontro, mas sou impedida por um Roden na minha frente.

- O que foi agora, Ryan? - digo já cansada dessa situação de não poder fazer nada.

- Onde pensa que vai?

- Parabenizar Thomas pela ótima palestra - digo como se fosse óbvio.

- E desde quando você o conhece? - ele diz arqueando a sobrancelha.

- Desde que eu sou um ser humano que fala com outras pessoas - digo sarcástica e ele me olha feio, o que não dou muita importância - Posso ir agora, por favor?

- Estou te olhando daqui, viu? - ele diz e dando passagem e eu o respondo com um "E quando você não está?"

Vou até Dyl e Tommy deixando meu irmão zangado atrás de mim. Ah, que saco! Ele só fica no meu pé, eu que deveria estar zangada, não ele. Até porque se o mesmo pudesse colocava até um coleira em mim. Chego perto dos dois e logo vejo um sorriso se formar no rosto daquele que mais amo, sorrio de volta e vejo o gay fazer cara de quem vai vomitar e nós rimos. Abraço o palestrante e ele retribui.

- Parabéns Tommy! Sem brincadeira, você foi excelente.

- Sério? Que bom que você gostou Holl - ele sorri e eu também

- Se eu gostei? Eu amei. Foi tipo muito unicórnio - ele ri com o termo que uso.

- Meu Deus! Não aguento mais ouvir esse negócio de unicórnio. Não dá para ser outra coisa não? - Dylan pergunta revirando o olho e escuto o outro bufar.

- Aí Santo dos viado, como tem gente chata nesse mundo, né? - Tommy diz olhando para cima.

- Nossa, que bipolaridade, caro amigo, pois na palestra parecia que me amava, né? - O O'Brien diz convencido

•My Dear Teacher•Onde histórias criam vida. Descubra agora