prólogo - Desabafo em "Arrotei Tocade"

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Tudo não passa de um jogo. Pode parecer confuso, mas a vida é confusa. Confusa e imprevisível. Você pode estar comendo uma pizza com os amigos numa bela manhã de domingo (Que foi? Não se pode comer pizza com amigos em uma manhã de domingo?!) e de repente, bum! Infartar. Acontece, afinal não sabemos o quê o futuro reserva para nenhum de nós.

Uma vez eu li em um livro a seguinte frase: "O homem planeja e Deus ri." Não vou entrar no quesito religião aqui, pois não sou uma grande crente, mas não posso negar que o destino é implacável e sarcástico. Pode parecer idiotice, mas eu gosto de suas ridículas anedotas sobre mim. Entretanto isso não vem ao caso.

O que eu quero dizer com tudo isso é que, sendo confuso como é, eu procuro ter cautela ao tentar decifra-lo, afinal, ele pode mudar assim que eu descobrir (Pelo menos é o que dizem os filmes de super heróis, até agora é uma resposta que me agrada então vou continuar a crer nessa teoria.) Por isso, não o conheço por completo, nunca conhecerei na verdade. Mas faço analogias com suas ações e seus impactos. Penso em tudo como um longo jogo de xadrez, meus desejos e sonhos versus as inéditas chances e caminhos, inevitáveis angústias e surpresas, e principalmente, sobre as premiações finais. Ah é, sempre tem uma, como o Oscar de melhor desempenho do ano ou o prêmio framboesa amorosa, esse ai eu já ganhei vários, e por incrível que pareça, eu quase nunca uso os lenços de papel que ganho junto, sabe como é, tento manter um pouco de dignidade para com meus nervos a flor da pele. Nada sensível, uma ogra na verdade, minha real vontade é de chutar alguns traseiros de certos caras com quem mantive contato por um curto período de tempo, sim, curto, preciso de poucos segundos verdadeiros para desenvolver afeto, pois é, essa é uma das clausulas mais importantes do contrato que assinei antes de nascer para ter uma magnífica habilidade de trouxa.

Mas, retomando o que eu disse antes, a vida é confusa. E o amor? Você deve estar se perguntando e pensando em perguntar isso à mim caso nos conheçamos algum dia. Ah, cara(o) moçoila(o), esse ai é mais confuso ainda. Ele sabe muito bem como dançar em qualquer ritmo. O que eu já aprendi é que não conseguimos por o pé discretamente no meio de sua trajetória para que ele por um mero acidente tropece e se esburrache no chão. Por dois motivos.

Motivo um: Ele é astuto demais para cair em seus truques.

Motivo dois: O amor está em você, ele é feito de você assim como qualquer órgão seu e qualquer pensamento maligno que possa vir a ter. Ou seja, se você o derruba, estará derrubando a si mesmo.

Em suma, como você pode ver, por meio de minhas astutas observações, o amor é inteligente pra cacete. Basta uma brecha na sua vida e está feito, ele te laça, te põe para ler textos sem sentido sobre conquistas, te força a falar coisas nem sempre reais querendo agradar, ativa seus nervos, te faz tremer na base, faz suor brotar em suas mãos quando vê quem gosta, faz ouvir músicas deprimentes e/ou melosas demais para seu antigo eu, no entanto agora que você está na envolvência não liga mais para isso (E tenho quase certeza que atualizou suas playlists pra dar um up na sua bad. Calma, isso ficou meio confuso...), entra em um ciclo de pensamentos depressivos e muitos fluidos corporais estão misturados por seu rosto nas madrugadas dos dias de semana, encharcando seu travesseiro e lençol só pelo simples fato de ter em mente que a outra pessoa está um relacionamento (O que, pra você, não é tão simples assim), te faz stalkear em um último ato de desespero, faz as noites terem filmes especiais em sua mente durante o sono com aquele ser estrelando todas as mágicas cenas que seu subconsciente é capaz de inventar, e por fim, te decepciona, te faz gastar alguns lencinhos de papel e entupir o nariz enquanto sofre em silêncio ou então ocupa horas de seus amigos lhes contando sobre seus problemas amorosos. Ou, se você for mais ousado(a), vai jogar toda a insegurança pra cima e se arriscar, mas nem sempre dá certo, e se dá, acaba. Afinal, nada dura para sempre, moçoila(o).

Esse é o joguinho doentil do amor, ele pode ser bem persuasivo e inteligente se você parar para analisar, e é por isso que eu gosto dele, e sempre que caio em suas armadilhas e aperto o botão invisível que diz "start", sorrio e sigo em frente, pra ver como será desta vez, nunca perco nenhuma chance que tenho, pelo simples fato de que isso me tira da monotonia diária e me dá um objetivo simples, vencê-lo pelo menos uma vez. E agora aqui estou eu, jogando com o amor novamente...



A. Sales - 2016 - ArroteiTocade.com

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