"Eu tenho pensado em você: me apaixono mais a cada dia..."

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Duas horas da tarde de uma quarta-feira, Justin trabalhava na minuta de um contrato, quando o telefone tocou.

— Uma pessoa na linha para o senhor. Ela diz que é a sra. Bieber.

Um arrepio gelado percorreu sua coluna. Selena nunca telefonava para o escritório. Um acidente com uma das crianças? Alarmado, atendeu a ligação.

Ficou tão preocupado com o que poderia ter acontecido, que não entendeu a voz urgente, que não era a de Selena.

— Mamãe, será que pode repetir? Acho que não compreendi uma só palavra do que disse.

Deixou o escritório e dirigiu apressado para casa. Sua mãe abriu a porta, antes mesmo que ele parasse o carro.

— Ela está lá dentro. Está tão triste, meu filho.

Justin entrou na sala e encontrou Selena enrolada em um cobertor no canto do sofá, aos prantos. Aproximou-se com cuidado e tocou seu ombro.

— Selena?

— Vá embora! — Ela soluçou.

Ele ficou intrigado. Nunca vira a esposa naquele estado, tão abatida que nem conseguia dizer qual era o problema. Acariciou-a, tentando imaginar o que poderia ter acontecido.

O nome de James Carter passou por sua mente e sentiu ódio.

— Selena... — Ele passou a mão pelo cabelo dela e assustou-se com o estado febril. — Pelo amor de Deus, fale comigo! O que está acontecendo?

Sem saber o que fazer, pegou-a no colo e sentou-se no sofá.

— Foi tudo sua culpa. — Ela soluçou de repente. Culpa dele. Justin tentou lembrar-se dos últimos dias, querendo descobrir o motivo de tanto desespero. Não conseguia pensar em nada. Fora muito diplomático. Não fizera comentários a respeito das aulas de arte, nem a procurara com insistência.

— Você deveria ter tomado às providências. — Ela disse, triste.

— Providências do quê? - Os soluços ficaram mais fortes e Justin tomou o controle da situação, colocando-a sentada, afastando o cobertor e acariciando o rosto fervente.

— Fique calma, agora!

O tom de voz aumentou seu choro. Ele puxou o lenço do bolso e enxugou as lágrimas. Assustado com a febre alta, tirou-lhe o suéter de lã e ela tremeu quando o ar frio atingiu-a através da camiseta.

— Agora, — Ele disse. — Vamos conversar com calma. Pelo que entendi, você disse que eu sou culpado de alguma coisa. O que é, Selena? Se não falar, como vou poder ajudar?

As lágrimas voltaram a cair.

—Você não pode ajudar, Justin! Estou grávida e a culpa é sua. Prometeu que cuidaria do assunto.

Ele deveria ter tomado cuidado e ela engravidou dos gêmeos. Depois, Selena tomou pílula por cinco anos e precisou parar, pois estava lhe fazendo mal. Justin voltou a cuidar do assunto e veio Alex!

— Você é um inútil! Serve para ganhar milhões em suas empresas, mas não presta para mais nada! Pelo amor de Deus, eu só tenho vinte cinco anos! Se continuar assim, vou morrer antes dos trinta.

Justin escondeu o rosto no pescoço dela, para esconder o sorriso.

— Psiu, ainda estou tentando absorver a novidade. - Selena estava brava e sentou-se ereta.

— Sabe no que me transformei? Numa máquina parideira! Não é à toa que me mantém escondida dentro de casa, Justin! Os que diriam seus amigos de negócios se soubessem que eficiente linha de produção que instalou na própria casa?

A Falta que Você Faz // JelenaOnde histórias criam vida. Descubra agora