Capítulo 7 - Um Final Infeliz

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Eu saquei na hora que estava ferrada. Que tudo estava ferrado. Principalmente, eu saquei que, em menos de 24 horas, se a Lana não contasse, o Diego ficaria sabendo por outra(s) boca(s) que ele tinha sido chifrado.

Pra começo de conversa, eu fiquei completamente sem ação. Tive vontade de voltar e contar pro Antônio que a Ariane tinha escutado tudo, mas ele provavelmente não iria entender o quanto a coisa estava feia. Decidi contar pra Lana, mas simplesmente não sobrou tempo nem espaço – o sinal já havia tocado antes de eu chegar ao pátio e a Marina estava andando grudada a ela.

Vi o Diego, em toda a sua nerdice e inocência, copiando a matéria que o professor passava como se a sua vida dependesse disso, e me perguntei se ele poderia ter um ataque de fúria quando descobrisse. Ele não parecia do tipo que pudesse sair por aí socando todo mundo – estilo Daniel, por exemplo – mas nunca se sabe. Os quietinhos são os piores, minha mãe costumava me dizer.

Acho que eu saberia em breve.

Mais tarde, enquanto eu lutava com a internet discada, a Lana resolveu ficar online. Aproveitei a deixa.

Lo.Li.Ta diz:

Lana, vc ta ai?

 

Lana ♥ diz:

To sim. Tudo bem?

 

Lo.Li.Ta diz:

Não, não ta tudo bem! Aconteceu uma merda colossal hoje!

 

Lana ♥ diz:

O que foi?

 

Lo.Li.Ta diz:

O Antônio foi me procurar hoje lá na biblioteca. Ele sabe que eu sei... do que rolou lá na festa.

 

Lana ♥ diz:

Ah, que bom. O que mais ele disse?

Lo.Li.Ta diz:

Pediu pra eu não contar nada pra ninguém e aquela história toda. Mas eu nem vou precisar abrir minha boca.

 

Lana ♥ diz:

Eu estou pensando em como contar pro Diego, calma.

 

Lo.Li.Ta diz:

Então pensa rápido.

 

Lana ♥ diz:

Por quê?

 

Lo.Li.Ta diz:

Porque a Ariane estava no corredor do lado e eu tenho certeza de que ela escutou tudo.

 

Vários minutos se passaram sem que nada acontecesse. A janelinha do messenger não piscou, e eu imaginei que a Lana estivesse tendo uma síncope ou algo parecido. No lugar dela, eu já estaria gritando e pedindo socorro. Ou até coisa pior.

Eu estava prestes a perguntar se ela estava bem, ou pelo menos se estava viva, quando a janelinha tornou a piscar.

 

O Diário (nada) Secreto - vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora