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Não vou mais me importar com aquilo que o Cláudio pensa

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Não vou mais me importar com aquilo que o Cláudio pensa. Ele é apenas mais um homem no mundo, na hora da verdade eles revelam-se e são todos iguais. Vou-me deitar. Hoje foi um dia deveras intenso.

Hoje acordei cansada. Parece que nem dormi sequer. Arrasto-me até à cozinha. Abro o frigorífico.

– Estou a ver que não conseguiste dormir. – Comenta a Bia assustando-me e fazendo com que eu deixasse cair o pacote de leite no chão, derramando todo o seu conteúdo.

– Merda Bia! Que susto. – Digo com a mão no peito, tentando em vão acalmar o meu batimento cardíaco. – Agora tenho de limpar esta porcaria.

– Desculpa não era a minha intenção te assustar. Pensei que me tinhas visto e que apenas me tinhas ignorado.

– Porque haveria de te ignorar? – Pergunto enquanto pego a esfregona e começo a limpar o chão.

– Por causa do que falamos ontem sobre o Cláudio. – Esclarece cautelosa.

– O que tem? – Pergunto confusa.

– Não estás nem um pouco arrependida pelo que disseste ontem?

– Porque haveria de estar? Ele é um homem e os homens apenas são simpáticos para as mulheres por um motivo. Assim que eles têm o que quem, eles simplesmente desaparecem pela manhã.

– Estás a ser dura com ele. Ele pode ser diferente. Não o deves julgar sem antes o conheceres realmente.

– Quem és tu para dizeres isso? Tu nem o conheces. – Digo realmente irritada. Ela não sabe de nada.

– Estás a ser infantil Abigail. Eu até posso não o conhecer, mas eu vi o sorriso com que ele te deixou ontem. Isso apenas pode significar que ele é diferente dos outros.

– Tu não sabes de nada. – Grito furiosa.

– Olha queres saber? Vou-me embora. Deixo-te aqui com os teus devaneios. Nunca vi tanta infantilidade junta. – Responde igualmente furiosa, enquanto se levanta.

Não respondo nada limito-me apenas a vê-la sair da cozinha. Ouço-a bater com a porta de entrada.

Quem é ela afinal para me julgar? Ela não sabe de nada. Não foi ela que passou pela humilhação que eu passei. Não me pode julgar. Só eu sei o que passei naquele dia e o quanto esse dia deixou sequelas.

Perdi a fome. Vou para o meu quarto. Estou com tanta raiva. Preciso urgentemente de descarregar essa raiva em alguma coisa. Visto uma roupa de desporto e saiu para correr. A melhor forma de descarregar todas as minhas frustrações.

Assim que coloco os meus pés na calçada para correr começa a chover forte.

Fantástico! Todo o mundo contra a Abigail.

Decido correr mesmo assim. Afinal não será a meteorologia que me irá impedir de descarregar todas as minhas frustrações. Começo com uma corrida lenta, mas à medida que penso em todos os meus problemas acelero o passo da corrida.

Quando estou quase a chegar a casa, tropeço na calçada e caiu.

– Merda! Hoje tudo me acontece.

Levanto-me com dificuldade e percebo que o meu joelho está a sangrar bastante. Caminho com dificuldade até um banco de jardim. Sento-me e deixo todas as lágrimas cair e se juntar com as gotas de chuva.

– Está a ter um dia difícil menina. – Uma mulher de meia idade comenta ao meu lado, enquanto segura um guarda chuva. 

– Nem imagina. – Respondo, enquanto encaro-a. – Desculpe ter sido rude, mas não estou num bom dia.

– Eu sei menina. Acredite a vida tem destas coisas, uns dias melhores que os outros. Sabe às vezes precisamos desses dias maus para dar valor às coisas boas.

– Parece que a vida decidiu virar costas para mim. – Confesso angustiada.

– Isso é apenas agora, amanhã será melhor menina.

– Obrigada senhora...

– Teresa. Não precisa de agradecer.

– Prazer Teresa. Eu sou a Abigail, mas pode-me tratar por Abi.

– O prazer é todo meu Abi. – Responde sorridente ao mesmo tempo que se levanta.

Vejo-a afastar-se e decido levantar-me e correr de volta para casa. Mesmo com o joelho a latejar corro até casa.

Abro a porta e percebo que a Bia está sentada no sofá a ver TV. Quando ela percebe a minha presença, encara-me por breves segundos, mas volta a focar a TV ignorando-me por completo.

Caminho até ao meu quarto sem lhe dizer nada. Retiro a roupa molhada e vou em direção à casa de banho. Ligo o chuveiro para aquecer a água.Afasto-me e encaro o meu reflexo.

Quem és tu Abi? Não te reconheço. Repreende-me o meu subconsciente.

Afasto-me do espelho e entro no chuveiro. A água quente cai sobre o meu corpo e arrasta com ela todas as frustrações. Demoro mais tempo do que é necessário, apenas saiu do banho quando vejo a pele dos meus dedos enrugar. Enxugo-me e coloco um pijama pequeno.

Decido ler para me distrair. Não gosto nada de estar chateada com a Bia. Ela é a única pessoa com quem eu posso contar sempre. Amanhã irei-lhe pedir desculpa.

Escolho um livro aleatório de Nicholas Sparks. Retiro-o da prateleira e sento-me no sofá perto da janela. Encaro a capa do livro que escolhi "Um refúgio para a vida".

Irónico. Acusa o meu subconsciente. Reviro os olhos com a insinuação.

Começo a ler as primeiras páginas, mas sou interrompida pelo som de uma nova mensagem. Levanto-me e pego no telemóvel que estava em cima da cama. É uma mensagem do Cláudio.


| Estava a pensar se não querias sair amanhã à noite?

| Bjs, Cláudio.

| 18:47


Ótimo! Aqui está a oportunidade perfeita para colocar o meu plano em prática.


Claro. Vem-me buscar às 22 horas. |

Beijos, Abi. |

18:48 ✔✔ |


Se tudo correr como planeado, amanhã o meu plano irá entrar em ação. A Abi está de novo em ação. Não consigo evitar um sorriso safado que teima em aparecer nos meus lábios. 

PoderosaOnde histórias criam vida. Descubra agora