Abigail era uma rapariga delicada, dedicada ao homem que amava. Ela era a noiva perfeita e movia mundos para agradar seu noivo. Enquanto ela era uma noiva modelo, ele passava as noites em supostas reuniões na cama da sua secretária Rita, até o dia e...
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Sinto-me tão culpada pelo que fiz com o Cláudio. Ele não merecia o que lhe fiz. Fui injusta com ele, no entanto agora não há mais nada a fazer. Ele apenas queria ser meu amigo e eu estraguei tudo. Não posso voltar atrás.
Chego a casa e sento-me no sofá. Encaro o meu reflexo no televisor à minha frente. Estou péssima. A minha maquilhagem está completamente arruinada por conta das lágrimas que derramei até chegar a casa.
– Meu Deus! O que aconteceu? – Desperto dos meus devaneios com a voz da Bia.
– Tinhas razão. Eu estraguei tudo. – Confesso enquanto choro compulsivamente.
– Do que estás a falar? – Pergunta aflita. – Abi não estás a fazer sentido.
– Eu usei-o.
– Como assim? Estás a falar do quê?
– O Cláudio. Eu usei-o como se ele fosse um qualquer.
– Mas tu tinhas dito que ele era apenas mais um. – Ele propositadamente atira-me isso à cara. Olho-a de lado. Ela ignora e senta-se ao meu lado.
– Enganei-me. Está bem? Eu pensava que sim, mas quando dei por mim já era tarde demais. Eu dormi com o Cláudio e saí antes que ele pudesse acordar.
– Tu sentes algo por ele. – Acusa.
– Eu sei. – Confesso. – E é por isso que eu preciso de afastá-lo de mim. Eu não sou a pessoa certa para ele.
A Bia aproxima-se de mim e surpreende-me com um abraço. Um abraço muito bem-vindo neste momento.
– Não podes pensar assim Abigail. Tu és uma pessoa com demasiadas feridas. Quem sabe se não será o Cláudio que irá curar essas feridas? – Sugere enquanto se afasta para encarar-me.
– Eu não posso deixá-lo aproximar-se de mim. Eu tornei-me uma pessoa mesquinha e ele merece uma pessoa boa a seu lado. Uma pessoa completa.
– Tu não és má. – Ela eleva o tom de voz assustando-me.
– Sim. Eu sou má pessoa. Deixei-me levar por esta vingança estúpida contra todos os homens e é exatamente isso que vou continuar a fazer. Eles merecem por todas as palavras e sorrisos ilusórios que deram para apenas ganharem o seu "prémio". Não há forma de fazeres com que eu pare. Eu vou fazer todos os homens que partilham a cama comigo sentirem-se usados tal como eu e outras mulheres nos sentimos na manhã seguinte.
– Estás a ser patética. – Grita a Bia. – Tu estás revoltada com um homem, apenas um homem te usou. Não precisas de te armar em justiceira e fazer pagar todos os homens do mundo. Não podes desistir da tua felicidade. Não é justo. No início, ainda achei interessante esta tua ideia, tornares-te uma mulher poderosa e usares isso a teu favor, no entanto está a tornar-se estúpido. Tens a tua felicidade diante de ti e estás simplesmente a deixá-la ir sem questionar.
