Capítulo 14 e 15- Dia frio

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Boa Leitura!

*Sem Revisão

  ♫♪ " Você levou meu coração, minha chave, minha paciência, você abusou da minha transparência, você achou que meu amor fosse incondicional. Tudo o que eu queria era que você me desse algo que eu nunca tive, algo que você nunca viu, algo que você nunca foi..."  ♫♪ ( Rihanna - Work ft. Drake)



Luna

Oito anos.

Hoje ele poderia estar com oito anos de idade.

15 de Julho estava um dia frio, e  sempre foi o mais difícil do ano para mim.

Lembrar de como Aleksi me levou ensanguentada a aquele hospital pequeno de paredes azuis anil, daquele médico frio me explicando que nos primeiros anos de uma gravidez um aborto poderia ocorrer e algumas enfermeiras me olhando enviesado e outra com ar de reprovação ainda era uma cena bem real na minha mente.

Meu telefone tocou exatamente ás 7 da matina, e eu atendi sem nem olhar no visor porque já sabia quem era. Todo ano, nesta mesma data era desta forma...

̶ "Bom dia maninha!" A voz de Aleksi -meu irmão- soou do aparelho.

̶ "oi" Respondi sem entusiasmo.

̶ "Levei flores ao túmulo do seu filho... foram lírios este ano!" Ele murmurou pesaroso.

O primeiro soluço escapou e mesmo com a voz embargada eu agradeci ̶ "Obrigada, mano. Muito obrigada por nunca esquecer"

Ouvi seu suspiro e em seguida uma porta sendo fechada.

̶ "Não precisa agradecer, Lulu. Afinal, ele seria meu sobrinho!" Disse e esperou meu choro ficar mais controlado para então continuar...

̶ "Acha que um dia irá me contar quem era o pai do bebê que perdeu há oito anos atrás?" Perguntou.

̶ "Não. Eu não vou te contar Aleksi." Proferi me aproximando da janela do quarto.

Entrava uma brisa leve no quarto, olhando as pessoas caminharem lá em baixo tão lívidas me trazia uma nostalgia sem precedentes...

Lucas era tão lívido quanto aquelas pessoas. Ele nunca saberia que tivemos um filho e que este nunca conheceu o céu azul, ou mesmo os tios e primos...

Outra lágrima rolou por minha face e eu não me importei de limpa-la.

̶ "Sabe que em algum momento eu irei descobrir quem foi o filho da puta que engravidou minha irmãzinha com apenas 16 anos, não sabe? E quando eu o tiver morto num caixão lacrado ainda irei cuspir em sua lápide!" Meu irmão rosnou com desgosto.

Todos os anos ele ligava e me fazia a mesma pergunta e também as mesmas ameaças de morte. Se eu contasse que seu melhor amigo e vizinho me engravidou ele não titubearia em quebrar o Lucas em dois pedaços, e eu não queria nada disso. Primeiro porque eu amava o Lucas incondicionalmente, e segundo que não havia culpados para o que aconteceu, então não iria pôr a amizade dos dois em risco por algo que Lucas nem sonha ter acontecido...

̶ "Sim, eu sei Aleksi."

̶ "Ok. Tenho que ir agora mana. Um beijo e se cuide! Ainda porta a arma que o papai lhe deu na sua bolsa?" Perguntou.

Revirei os olhos frustrada.

Porque diabos todos os homens da minha família me queriam portando uma arma para lá e para cá? Acaso pensavam que a irmã e filha deles era alguma Angelina Jolie da vida que atraía todos os homens tarados do mundo?

A Secretária: Mais uma vez Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora