A revelação

156 12 1
                                    

Esse aí de cima é o meu pai, era meu aniversário e eu estava nos preparativos para ir embora de vez dessa cidade. E por ironia do destino eu tinha que passar em casa para pegar meus documentos que eu tinha deixado lá, pois era necessário já que eu queria ir embora! Sara me levou em casa, e ficou lá fora me esperando no nosso carro, que era meu por sinal, apesar de termos feito um rolo pra comprar, o dinheiro usado era o meu!

Enquanto eu caminhava até a porta de entrada da casa, eu pude observar que o jardim da mamãe estava mais belo, a garagem que o papai vivia fazendo suas metalúrgicas estava de cor nova... Tava tudo diferente, ou eu demorei demais pra "voltar"? Não, na verdade tinha alguma coisa ali, de qualquer forma eu tinha que pegar minha carteira com pelo menos meu Cpf, já que eu estava fazendo 18 anos, era melhor eu andar prevenida,  embora eu precisasse de muito mais documentos já que eu queria viver independente! 

Meu coração começou a bater mais forte enquanto eu caminhava até a porta, e finalmente eu toquei a campainha. 

Ding Dong

Mamãe abriu a porta, com um vestido daqueles que ela sempre usava, um pano de prato no ombro, os olhos dela brilharam ao me ver, no que resultou em um abraço muito apertado! Um abraço em que eu estava com muita saudade, um abraço inigualável. De todos os eventos em que eu participei durante esses 3 meses, tantas pessoas me abraçaram, mas nada se comparava aquele abraço, o abraço da mamãe!

Mamãe pediu para que eu entrasse, e eu pude ver papai na sala sentado:

- Vejo que decidiu voltar pra casa? Ele falou trevosamente.

Eu sabia que não seria fácil, porém não seria como antes:

- Não voltei pra casa, apenas vim buscar alguns pertences papai! Eu rebati.

Mamãe sentou ao lado de papai, no sofá enquanto eu estava em pé de frente aos dois:

- É muito bom te ver filha, porém é bem doloroso ao mesmo tempo! Disse mamãe.

Eu: - Mamãe não diga isso, estou aqui! Dei um sorriso de alívio em vê que tudo parecia bem.

Papai: - Késia você anda se divertindo bastante ultimamente não é?

Eu: - Não diria "me divertindo" e sim trabalhando. 

Papai: - Trabalhando? Papai levantou do sofá rindo. 

Ele ria sarcasticamente caminhando em minha direção... PAFT!  

Papai me deu um tapa na cara tão forte que esbarrei na mesa do abajur, que gerou em um barulho não muito agradável. O que mais me doeu, foi ver mamãe parada apenas com a mão no rosto cobrindo as lágrimas, parecia que ela sabia o que ia acontecer! 

Papai segurou no meu rosto e me levantou grosseiramente:

- O... que... que tá fazendo papai? Eu trêmula perguntei.

- Késia, você sabe que eu sempre pago as contas de telefone dessa casa não sabe? Ele dizia me apertando cada vez mais.

Eu: - O que isso... isso tem haver?

Papai: - Você sabe que eu sempre analiso as chamadas para vê se a Companhia de Telefonia não cometeu nenhum erro não sabe?

Ele nem deixou eu responder, afinal ele segurava na base do meu queixo amargamente! 

- ME SOLTA! Eu gritei. 

BAM BAM BAM - Késia tá tudo bem ai?, que barulho foi esse? Exclamava Sara batendo na janela.

Dinheiro na mão, Calcinha no chão!Onde histórias criam vida. Descubra agora