Direciono meu olhar para a voz que vinha da porta. Uma garota loira, um pouco mais alta que eu, olhos claros, corpo perfeito e um sorriso encantador, adentra a sala, ela vai em direção à Jonny e ignorando totalmente a minha presença, o beija, reviro os olhos e bufo, percebo Jonny me olhar enquanto a beijava, e percebeu que aquilo estava me dando um certo nojo. Jonny afasta a tal garota, cuja o nome é Bea, já que ele estava a afastando e pedindo para se acalmar, e ela estava quase o engolindo.
- Bea, o que, o que você faz aqui?- ele diz meio sorridente e ao mesmo tempo nervoso.
- Vim te ver, amor.- ela diz indo beija-lo.
Jonny vira o rosto fazendo-a beija-lo na bochecha, não conti uma risada e então ele olha para mim como se mandasse eu ficar quieta, a garota então se afasta e olha para onde Jonny olhava, o que seria eu, ela me observa de cima a baixo, e depois sorri, vem até a mim e me cumprimenta.
Ok, ela parece ser uma metidinha, mas foi simpática ao me cumprimentar, Jonny pediu para que ela o esperasse fora da SDE e que só iria guardar suas coisas e a encontrava no estacionamento. A mesma saiu e então um ar silencioso pairou naquela sala.
- Então essa é a bella que domou esse seu coração de fera?- eu digo rindo e ele me encara.
- Você diz como se eu fosse a pior pessoa do mundo.- ele diz sem olhar para mim.
- Te conheço a quase 10 anos, e nunca vi você saindo com amigos, indo em festas, se divertindo ou sorrindo e essas coisas.- digo e mordo uma maçã que havia na minha mochila.- você está sempre sério, é grosso e curto, seco e as vezes até arrogante.
- Eu sou um espião e não um comediante.- ele agora me olha com impaciência.
- Sorrir mais não te impede de ser um espião.- eu o sigo até o 'closet' onde tem equipamentos de luta.
- Eu sorrio, só não toda hora.- ele diz colocando as luvas no armário.
- Você podia ser mais como o Jonny que almoçou comigo ontem. Aquele Jonny sim era legal!- sai do closet.
- Eu tenho meus motivos para ser assim tão...tão...- ele procurava palavra para descrever a si próprio.
- Arrogante, estúpido, grosso, ogro, seco, eu podia falar mais mil coisas...
Jonny me olha com uma certa raiva nos olhos e então saímos da sala e fomos em direção ao elevador.
- E então, me diz quais são esses motivos?
- Hoje você decidiu fazer uma pesquisa sobre minha vida?- ele me olha.
- Não, é só que, nesses dois últimos dias estamos mais próximos que o normal, o que é mega raro, já que você não deixa ninguém se aproximar e então eu descubro que você tem uma namorada...
- Na verdade, eu que te contei.- ele me interrompe.
- Ah, tanto faz.- a porta do elevador abre.- eu só não achei que você fosse assim...
- Eu tenho que ir, a gente se encontra amanhã, o nosso treino vai ser mais tarde, vou sair pra almoçar com a Bea, então começa às 5h.- ele diz enquanto se afastava.
Confirmei com a cabeça e fui para meu carro. Eu conheço o Jonny através do meu tio, na verdade raramente conversava com ele, se muito nos cumprimentávamos e pronto, mas meu tio às vezes falava sobre ele, e como ele era sozinho, meu tio também disse que ele tem uma história e tanto de vida, mas nunca me contou detalhes, apenas disse que seus pais morreram, só não sei como.
Vou para minha casa, mas antes penso em dar uma parada no MC, para comprar algo, mas desisto ao ver a fila do drive-tru, volto ao caminho de casa, ao chegar percebo que meus pais não estão, nem Natasha, já passara das 5h, Natasha com certeza havia ido embora, procurei por algum bilhete que dissera aonde meus pais possam estar e então encontro um encima das escrivaninha ao lado da tevê, apenas dizia: "filha, eu e seu pai fomos encontrar o presidente, ele marcou uma reunião conosco, Natasha já deve ter ido embora e então tranque tudo, não temos hora para chegar. Ass: mamãe.", então quer dizer que a casa é só minha???
Subo pro meu quarto e tomo um belo de um banho, visto meu pijama e calço minhas pantufas, desço e faço pipocas de caramelo e pego um copão de Coca-Cola, coloco netflix e então decido terminar os 10 últimos episódios de Arrow.
Sonho de consumo casar com o Oliver, sabemos lutar, sabemos arco e flecha, sabemos atirar e eu ainda sei arremeço de faca, eu podia ser a canário negro dele, pena que querer não é poder. Passo o resto da noite terminando a série, depois coloco um filme, já se passava das 11h da noite, meus pais devem dormir em algum hotel, já que a reunião com o presidente era fora da cidade que eu saiba, ouvi eles comentarem algo sobre isso a alguns dias atrás. Não consegui assistir até o fim do filme e peguei no sono bem no sofá.
Acordo com uma dor dos infernos no pescoço e para variar, atrasada! Tinha 30 minutos para me arrumar, tomar café e fazer uma maquiagem no meu olho, ele ainda estava roxo, não muito, mas o suficiente para necessitar de uma bela maquiagem. Terminei de me arrumar e de fazer a maquiagem, e então desço correndo as escadas para preparar o meu café da manhã, já que meus pais não estariam em casa e não sei se a Natasha viria trabalhar. Chego na cozinha e me deparo com Natasha terminando de por meu café na xícara.
- O que eu seria sem você?- digo e lhe dou um beijo na bochecha.
Natasha sorri e eu tomo meu café como água, ele desse queimando como se eu fosse explodir por dentro, sinto até minhas bochechas queimarem e o vermelhão as dominarem. Vou correndo até a garagem e entro no carro, tenho apenas 3 minutos para chegar na primeira aula de matemática e acredite, o professor Dawson não tolera nem 20 segundos de atraso, da última vez, fiquei sem assistir a aula só porque cheguei 1 minuto atrasada. Estaciono na vaga de sempre e então olho no relógio do carro, 1 minuto, arrumo meu cabelo no retrovisor, guardo meu celular na bolsa, e vejo se não esqueci nada, ouço um barulho e em um piscar de olhos, corpo é lançado encima do volante. Um carro bate com tudo no meu, fazendo-me bater com a cabeça no volante, abrindo um corte no supercílio, saio meio tonta do carro e então vou ver se a pessoa estava bem, nesta momento, quase todos os alunos estavam no estacionamento, abro a porta do carro e não encontro ninguém, olho em volta para ver se à alguém caído ou ferido e não encontro, volto meu olhar para o banco do motorista e vejo um papel dobrado, desdobro-o e me assusto no que à escrito nele. Samantha Milles. Meu nome. No papel havia meu nome, escondi o papel em meu bolso ao perceber as pessoas se aproximarem, algumas perguntava o que houve e outras se eu estava bem, também ouvi algumas perguntando quem foi ou comentando umas com as outras que quem bateu havia fugido, eu ignorei todas aquelas palavras e perguntas e fui para o banheiro, olhei para o corte que sangrava muito, eu não sabia o que fazer, eu não tinha reação, o que será que aconteceu? Retiro o papel de meu bolso e percebo que não é um papel qualquer, era um papel com um símbolo na ponta, o símbolo era tão bizarro, lembrava até o símbolo da Hydra, aquela batida não foi um acidente, foi proposital e o quer que seja, estão atrás de mim e se estão atrás de mim é porque sabem o que eu sou, sabem que eu sou uma espiã, e isso bota não só a minha vida em risco, bota tudo e todos ao meu redor em perigo.
Penso no que fazer, penso em ligar para a SDE, mas isso só iria causar preocupações e loucuras na sede, e se estão atrás de mim não envolve muita a sede, a não ser que eu seja uma isca para chegar até meu pai ou até meu tio. Ando de um lado para outro no banheiro, atrás de uma resposta, até que entro nos contatos do meu celular, eu precisava avisar alguém, precisava avisar alguém confiável, meu pai não atenderia, Jonny ainda não me parece tão confiável, minha mãe só ficaria nervosa, eu me encontra perdida em meio aquela confusão, só havia uma pessoa que eu sabia que podia confiar, apenas uma que eu sei que poderia me ajudar agora.ligação on
- Alô?- ouço sua voz meio rouca.
- Preciso da sua ajuda.
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Vidas Duplas
RomansaSamantha Milles, é uma jovem de 17 anos que vive uma louca vida dupla. Seu pai, Dalth Milles, é dono de uma empresa de espiões, mas já é aposentado nessa área, mas Sam continuou ao lado de seu tio Oliver e de seu parceiro Jonny. Sam é como uma adole...