Flashback on
- Senhor Jonathan, pode por favor me dizer o que ouve?- uma médica está sentada a minha frente.
Estou num quarto, meu quarto, já fazia 4 semanas que estava preso nesse inferno, tomando remédios e vendo tv, havia uma cama e um banheiro, uma mesa e uma tv, apenas. A doutra repete a pergunta e eu evito olha-la nos olhos.
- Gritos, pedidos de socorro, culpa.- digo quase em um sussurro olhando para a liz do sol que atravessava a janela.
- Culpa? Pode me detalhar o que seria essa culpa que você ouve?- ela diz com uma caderneta na mão e um lápis entre os dedos.
- Eu deixei ela morrer, não há como detalhar algo óbvio.- encaro-a e soo meio seco.
- Tudo bem, Senhor Cole. Quero que saiba que você precisa se abrir conosco, estou aqui para lhe ajudar, mas antes se você não me ajudar eu não consigo ajuda-lo.- sua voz soa como de um anjo, calma e relaxada, ela ignora meu jeito grosso.
Eu tenho consciência de que estou louco de que preciso me livrar dessa loucura, tomo remédios para dormir, para relaxar, para me deixar disposto, mas como irei ficar disposto usando um avental hospitalar?
A doutora sai pela a porta atrás de mim, continuo encarando a janela. Eu vivi muitas mortes, sei como são horríveis e sei como ficava depois de um dia de missão, mas a morte de Emily foi diferente, foi cruel, foi uma criança, nunca vi uma criança morrer, além do filho de Clarkson, mas ele tinha 10 anos, não que por ter o sobrenome do pai ele era igual ao mesmo, mas qual criança de 10 anos ajuda o pai a matar?
Eu sei que a culpa não foi minha, sei que podia dar mais de mim por ela, mas também salvei duas vidas, não que sejam mais importantes, mas salvei minha família. Lembro-me do choro de Pedro e os soluçis de Kimberly no velório da pequena Emily, lembro da culpa que carreguei aquelas 4 horas, e como eu queria estar no lugar dela, mas agora que ela se foi, eu preciso me libertar desta dor, preciso voltar a viver, eu sou Jonathan Cole, vivi coisas que tinham que ter me matado ou me deixado louco, eu preciso me levantar por ela, preciso ser feliz, se não foi por mim, que seja por Emily. Me levanto da cadeira e corro até a porta, ela estava trancada.
- POR FAVOR, ABRAM, EU PRECISO FALAR COM A DOUTRA KEIOLL, POR FAVOR!- eu socava e gritava na porta.
Flashback off
2 semanas depois...
Estou segurando um boque de rosas, a minha frente está um túmulo pequeno. "Emily Johnson, nossa amada e querida filha. 2012 à 2017." Isso estava escrito em seu pequeno túmulo junto a sua foto de pequena. Ela era tão linda, meiga. Eu usava um terno, como no dia da sua morte, eu choro, mas não descontroladamente, estou curado, graças à ela, sua morte causou minha dor, mas ao lembrar seu sorriso e suas brincadeiras quando Pedro leva-a na sede me fez levantar, levantar por ela, e por mim.
- Perdoe-me pequena Emily, por meses me culpei por sua morte, mas enfim você se foi, eu não posso passar minha vida lamentando a sua morte, mas posso passar a vida lembrando do teu sorriso.- suspiro e tento engolir o choro.- espero um dia te encontrar Emily Johnson, você é uma pequena guerreira!- sorrio.
Deixo o buquê em cima do túmulo e limpo as lágrimas. Fui liberado a algumas semanas daquele inferno de hospital psiquiátrico, depois de assumir e liberar tudo o que eu sentia, parece que metade da dor se foi, prossegui com o processo de tratamento e em menos de 1 mês me recuperei e fui mandado para casa, Sam passa quase todos os dias lá, aliás, agora é oficial, somos um casal, Oliver se fingiu de durão quando pedi a mão de Sam em namoro, mas sei que ele não queria outro garoto no meu lugar, eu decidi que por enquanto não quero mais trabalhar na sede, pelo menos não agora que me recuperei de um trauma tremendo, decidi que quero me casar e ter meus filhos. Estou feliz por um certo lado, eu e Sam estamos namorado a 1 mês, quando sai do hospital a levei em um jantar de desculpas e a pedi em namoro, que se dane essa droga de idade, ela é madura e já é maior de idade, se é isso que ela quer, eu também quero. Estou feliz de consegui seguir em frente, sentirei saudades da vida de agitação, mas agora vou tentar ser outra pessoa, outro Jonny, com novos objetivo, mas com a mesma personalidade.
Estou na estrada ouvindo uma música qualquer que toca na rádio, o cemitério ficava meio distante da minha casa, mas não me importava, me obrigava a ir no mínimo uma vez na semana vê-la, as vezes encontrava buquês de flores frescas, provavelmente de seus familiares, eu contava minhas histórias com Sam para Emily, ela era minha âncora, sentia que agora ela fazia parte de mim e devia honrar sua morte, ela era uma criança adorável e não pode ser feliz como devia planejar, prometi contar tudo para ela, sempre, mesmo ela estando palmos debaixo da terra.
Eu nunca tive um vínculo grande com ela, apenas à via brincando na sala de treinamento ou nos computadores com o pai, as vezes brincava com ela, mas era raro, mas eu sentia-me na obrigação de fazer tudo isso por ela, aliás, ela só tinha 6 anos e seus 80 ou mais em diante foi retirado por uma causa voltada a minha familia, não à dela.
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Vidas Duplas
Roman d'amourSamantha Milles, é uma jovem de 17 anos que vive uma louca vida dupla. Seu pai, Dalth Milles, é dono de uma empresa de espiões, mas já é aposentado nessa área, mas Sam continuou ao lado de seu tio Oliver e de seu parceiro Jonny. Sam é como uma adole...