Capítulo 18

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2 semanas depois...

Jonny

Já se passará duas semanas, Samantha ainda estava em coma, sem nenhum sinal de que desacordaria em breve. O hospital de Freetown fez-lhe uma transferência para o hospital da nossa cidade, facilitando tudo.

Eu sai do trabalho como professor, conversei com Zara e então contei a ela cada detalhe, o que a chateou muito, além do fato da amiga está em coma, ficou muito  por Samantha ter escondido a verdade dela. Ela também me explicou que teria que ir embora para Miami, seu pai conseguiu emprego por lá, mas que quando Samantha acordasse era para mim avisa-la. Além de tudo isso, to meio afastado da SDE, sem missões por enquanto, Charles assumiu o meu lugar enquanto passo meu tempo com Samantha. Oliver procura estar sempre por perto, mas como o Senhor e a Senhora Milles estão em viagem, ele é quem comanda, isso resulta em estar presente na sede 24h.

É tão ver Samantha assim, pálida, imóvel, semi-morta. Ela já utilizava mais aparelhos, o doutor disse que tudo nela estava bem, mas não entendia porque não queria acordar. Na maior parte do tempo com ela, eu costumava contar algumas história antigas minhas, nossa.

***

- Oi, Sam.- digo sentando-me perto dela.- por que você não acorda?- inclino-me.- Estamos com saudades, Oliver, Zara...eu.- digo quase que em um sussurro.- Sabe, quando você era mais nova, eu te levei uma vez para brincarmos na sala de treinamento, seu tio estava conversando com seu pai e você não podia ouvir, e sabe o você fez?- sorri.- sem que eu percebesse, pegou uma faca e arremessou no alvo, e você acertou.- sorri ainda mais.- não sei porque, mas naquela hora fiquei orgulhoso de você.

Deixei algumas lágrimas rolarem.

- Sam, você foi uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida.- sorrio.- você me mudou sem que eu percebesse. Olhe pra mim, mostrando-me sentimental, chorando...- tento engolir as lágrimas.- Volta Sam, volta pra casa, volta pra nós, volta pra mim, Sam! Eu sinto sua falta!- abaixo a cabeça deitando-me sob ela.

Choro que nem uma criança quando quer algo. Era tudo tão ruim, ela estava ali, mas ao mesmo tempo não estava. Queria poder abraça-la, irrita-la e tudo que sempre fazemos juntos. Eu posso ser um cara sério e seco, mas quando estou com ela, me sinto um rapaz de 18 anos novamente, mas não sou, sou u. Cara de 24, que está apaixonado por uma garota de 18, e que talvez nunca o queira. Ela ama aquela garoto, o tal de Scott, é meio estranho, ela tem 18 anos, quer viver algo romântico e talvez eu não seja a pessoa certa, talvez eu nunca irei ser o cara que ela sonha, olha pra mim, ou tão diferente daquele garoto, por que ela se apaixonaria por mim? Não há motivos...eu só estou me iludindo.

Ouço uma batida na porta, Oliver está de pé me encarando, enquanto eu levanto meu rosto molhado.

- Sabe que pode se abrir comigo, né?- ele me olha.

- Não sou mais um garoto de 15 anos, Oli.- digo e dou uma risada.- posso me virar sozinho.

- Você quem sabe... Mas isso que você ta sentindo é algo novo, você oode acabar se enforcando com seus pensamentos.

Saio da sala e me direciono para uma lanchonete por perto. Percebo então que há uma pessoa famíliar entrando no hospital, viro meu rosto e me deparo com Scott na recepção, ele pedia informação sobre algo, imaginei que teria vindo ver Samantha. Uma pitada de ciúmes é perceptível em meu rosto quando cerro meu dentes, tento-me voltar e me concentrar no meu café, mas parecia que Scott naquele lugar estava gritando meu nome e me xingando de trouxa. Desisto de tomar café e vou para uma praça que tem ali por perto, estava um pouco movimentada devido ao horario de trabalho e escola. Sento-me em um banco, meio longe da multidão, olho para algumas pessoas andando para lá e para cá, mas uma delas me chama atenção, uma mulher de roupa preta e óculos escuros, aquele andar era-me familiar, ela então se vira em minha direção, posso reconhece-la agora. Bea. Bea estava aqui, mas por que?

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