Capítulo 6

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"Hey Jonny, é a Samantha, preciso da sua ajuda."

"O que aconteceu? Você está bem? Seus pais já saíram?"

"Está tudo bem comigo, na verdade preciso da sua ajuda com a minha amiga, eu acabei soltando que íamos treinar e ai tive que inventar que você iria pedir Bea em casamento e eu e você iriamos treinar as falas e você ia ter que comprar o presente amanhã, porém, amanhã eu tenho um jogo pra ir e não vou poder ir ao treino, eu até que já vou te avisar que não vou no treino amanhã... Enfim, precisamos ir ao shopping."

''Como assim? Você está louca? Casamento? Presente? Não, sem chances, Samantha."

" Por favor, Jonny, me ajuda."

"Me encontra daqui meia hora na praça de alimentação."

"Por isso que te amo, muito obrigada."

"Me ama? Me ama tanto que me casou sem eu saber."

Ignorei a sua última resposta e olhei para Zara que não parava de falar, avisei a ela que Jonny iria estar na praça de alimentação e que iria nos encontrar lá, nos arrumamos e pegamos o carro, fomos em direção ao shopping, adentramos a praça de alimentação e logo avistamos Jonny. Ele usava uma calça vinho e uma blusa de lã preta, as mangas estavam até a metade de seus braços, permitindo verem suas veias saltadas, seus olhos percorriam o shopping por inteiro a procura de alguém, cujas pessoas seriam eu e Zara, logo seus olhos pararam em nós duas e ele andou em nossa direção.

- Ele é sério assim mesmo?- Zara sussurra enquanto Jonny se aproxima.

- Sim, se acostume, é difícil ele ser extrovertido.

Jonny nos cumprimenta e então Zara começa a andar pelo shopping, Jonny parecia entediado, mas não deixava tão visível, Zara decidiu então comprar um perfume para Bea, e a própria escolheu, Jonny nem se deu ao trabalho de opinar, saímos da loja e então dei a ideia de comermos fora, Jonny parecia faminto e aceitou de primeira, fomos até o SubWay e fizemos nossos pedidos, enquanto não ficavam prontos, sentamos em uma mesa e começamos a conversar.

- Então Jonny, amanhã iremos ao jogos dos Grantigers, lá no Colégio, você poderia ir e levar a Bea.- Zara diz.- ai a conhecemos, você já a conhece, Sam?- Zara se vira para mim.

- Apenas de vista.- digo querendo esganar Zara.

- Amanhã, não tenho certeza, mas posso aparecer por lá.- ele dá um sorriso forçado.

- Seria que nem em um encontro de casais, você e Bea, eu e Logan e a Sam e o Scott.- ela sorri.

Nessa hora meus olhos parecem crescerem automaticamente, Jonny me encara e Zara apenas se levanta para pegar os pedidos, ninguém mais falou na mesa, depois que terminamos o lanche, Jonny se vira e me encara.

- Scott? Nunca me disse que tinha namorado, Samantha!- ele continua sério, sem nenhuma expressão.

- É porque ela não tem, ela só é loucamente apaixonada pelo Scott Fannin, um jogador de lacrosse, desde a oitava série.

- Zara, Cala a boca!- digo e ela da risada.

Jonny se levanta e diz que tinha que ir embora, ele olha ao redor e então seus olhos pausam atrás de mim, ele fica encarando algo por uns 6 segundos e então algo dispara, Jonny lança seu corpo contra o meu, fazendo-nos cair de encontro ao chão, Zara se levanta e então vários disparos de arma começa, Jonny saca uma arma debaixo de sua calça e dispara contra um cara enquanto corre dando-nos cobertura até o estacionamento.

Chegando ao estacionamento, entramos no carro, mas o cara ainda nos perseguia, Jonny começou a atirar e então suas balas acabaram, saco uma arma de dentro do porta luvas do carro e começo a atirar, Jonny entra no carro, e eu logo em seguida, ele sai a milhão em direção a SDE, então eu o olho e falo que tenho que ir para casa, ele não entende e então eu faço sinal avisando que Zara ainda estava lá, ele entende e retorna, Zara chorava e então dei um pulo para o banco e trás, tentando a acalma-la.

- Zara, calma!- eu tiro uma mecha de seus olhos.

- O que foi aquilo? Quem era aquele cara? Desde quando você e o parceiro de oficina do seu tio sabem atirar? por que você tem uma arma no porta luvas do seu carro?- ela dizia sem respirar.

- Assim que chegar em casa eu te explico.- a abraço.- mas agora fica calma.

Zara se acalma enquanto observo Jonny, ele então olha pelo retrovisor e me encara, eu apenas sussurro um obrigada, ele assenti e dá um leve sorriso de lado. Ao chegar em casa, pergunto se Jonny não quer entrar, ele diz que vai entrar para ir ao banheiro, mas sei que ele só entrou para checar se não tinha alguém a minha espera, falo para Zara ir tomar uma água na cozinha e preparar algo para comermos, ela sai deixando a mim e Jonny sozinhos.

- O que irá dizer a ela?- ele me encara.

- Não sei, só sei que não irei contar a verdade.- cruzo os braços.

- Não acha que ela deve saber?

- Não posso envolve-la nos nossos negócios, Jonny.- ando até a porta.- Não agora que estão atrás de mim.- sussurro para que ela não ouça.

- Bom, você quem sabe. E sobre o nosso treino amanhã, pode ir ao jogo.- ele coloca as mãos no bolso da calça.

- Obrigada, Jonny!- o abraço e percebo que ele fica sem saber o que fazer.

Solto ele e dou risada de sua cara espantada.

- Desculpa, eu não costumo abraçar as pessoas.- ele diz sério e sem graça.

- Acho que você deve aprender a viver fora daquela sede.- eu dou risada e abro a porta.

- Quem sabe, um dia...- ele vai embora.

Mas antes, ele manda eu tomar cuidado e qualquer suspeita de alguém para ligar para ele, já que meus pais não estavam em casa, e já haviam ido pro Canadá. Eu apenas confirmo e ele me deseja um bom jogo, ele se despede e eu entro. Ao fechar a porta me deparo com um ser bebendo água e com uma cara de brava.

- Vem cá!- eu corro abraça-la.

- Me explica agora.- ela se solta e vai pro sofá.

Ela começa a fazer perguntas e procuro ser o mais sincera possível, o que não deu certo, digo que não sei o que foi aquilo, que talvez possa ter sido um sereal killer, ou um maníaco, ela pergunta sobre as armas, explico que Jonny antes de ser ajudante do meu tio, era policial, mas largou esse cargo a muito tempo atrás, o que é uma mega mentira, ela também pergunta como eu tinha uma arma no porta luvas do meu carro e eu explico que meus pais sempre acharam bom eu ter algo pra me proteger, e por isso eu guardava aquela arma, mas que nunca imaginei usá-la. Ainda desconfiada, Zara diz que o jeito que eu atirava era de uma pessoa experiente e não uma pessoa que nunca manuseou uma arma, apenas digo que era sorte de iniciante. Tento abafar todo aquele caso e percebo que Zara não engoliu nem uma vírgula da minha história. Passamos o resto da noite vendo filmes e falando sobre os meninos do lacrosse, acabamos caindo no sono ali mesmo no sofá.

Acordo no dia seguinte e me deparo com Zara jogada no sofá, o mesmo virava cama, e então me levanto, ouço alguns barulhos na cozinha e logo me assusto, os barulhos pareciam aumentar, e então ouço a porta de acesso da cozinha e do quintal abrir e fechar, corro até uma gaveta que havia entre a escada que dava acesso aos quartos e a sala, e de lá tiro um revólver, olho por todo redor da casa e nada parecia indiferente, ando devagar até a cozinha, mas paro numa parede antes de entrar por completo na cozinha, e logo em seguida a porta é aberta e alguém entrar, sua sombra é projetada no chão e havia uma faca em sua mão, me viro rápido segurando a arma e preparando-me para atirar na pessoa, e então levo um susto ao ver quem é, Natasha, estava pálida e suas mãos estavam erguidas, em uma mão estava uma toalha de mesa e na outra uma faca de manteiga suja, abaixo a arma e solto o ar que eu prendia enquanto me preparava para atirar.

- Natasha, eu quase atirei em você!- digo sem fôlego.

- Me desculpe, Samantha! Eu fui colocar o lixo lá fora e tirei a toalha da mesa e uma faca suja que estava caída perto da piscina. Não queria acorda-la.- Natasha dizia em pânico.

- Tudo bem, mas na próxima me acorde e avise que está aqui! Você me deu um belo de um susto.- sorrimos.

Ouço passos vindo da sala e então alguém entra na cozinha.

- Sam?- Zara adentra a cozinha ainda sonolenta.

Eu escondo a arma atrás de mim e dou três passos pra perto da pia.

- Isso é uma arma na sua mão?

- Não, tá louca?- eu digo escondendo a arma em uma gaveta de talheres.- estou ajudando a Natasha na limpeza.- pego uma mangueira que havia ali perto.

Seu formato era de uma arminha pequena, dando realmente a impressão de que eu segurava uma arma. Sorrio aliviada ao ouvir Zara rindo e dizendo que estava doidona. Deixo Natasha terminar de prepara nosso café da manhã e então tomamos um leite quente e comemos algumas torradas.

Meu celular vibra encima da mesa, desbloqueio a tela e a mensagem é de Scott.

''Bom dia, Samantha, você não confirmou, mas o jogo ainda está de pé, certo?"

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