Capítulo 6 - St. Helens

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  Pude ver pelo retrovisor nossa casa se distanciando. O dia estava nublado, parecia que a chuva realmente tinha se despedido. Segui pela rua, as casas eram um pouco menores do que a minha. Nossa casa era a mais diferente. Sejam quem fosses os antigos proprietários, sem dúvida eles gostavam de casas com aparência antiga. O lado de fora era totalmente pintado na cor mogno, o que dava a aparência de uma casa totalmente feita de madeira e um lindo gramado na frente.

Dirigi por mais ou menos oito quadras, notei que a quantidade de casas diminuía, provavelmente, isso indicava que estávamos chegando a estrada que daria acesso ao centro da cidade. Foi aí que lembrei do mapa que estava na minha bolsa.

— Lucas, você pode pegar o mapa que está na minha bolsa? — perguntei, sem tirar os olhos da estrada.

— Não precisamos de mapa — disse ele, com a voz convencida — Celine já me explicou o caminho. Você segue reto por uns dezesseis quarteirões e vira na primeira à direita, ai é só seguir direto e pegar a saída 105.

— Quando foi que Celine te explicou tudo isso? — perguntei surpresa.

— Foi hoje de manhã, quando você subiu para pegar a sua bolsa — disse ele bem calmo.

— Então, Lucas, você teve aquele papinho sério com a Grace? — Lilly se manifestou pela primeira vez, desde que saímos de casa.

— Você disse a Lilly que queria conversar comigo? — perguntei.

— É que eu precisava atualizar a Celine e a Lilly também — disse Lucas, enquanto passava as mãos nos cabelos — precisava contar sobre aquela história de experiências.

Mas antes que eu pudesse falar alguma coisa, Lilly se pronunciou novamente. 

— Grace, você já fez sua lista de experiências? — perguntou Lilly, com um brilho nos olhos.

— Lista do quê? — perguntei confusa.

— Uma lista com as coisas que você quer experimentar — disse Lilly, com um grande sorriso — Lucas já tem a dele e eu já comecei a minha, até agora tem oito itens.

— Eu não acredito que vocês perderam o tempo de vocês fazendo uma lista estúpida — disse incrédula.

— Grace! Isto não é estúpido — disse Lucas, com raiva — como eu já disse antes, precisamos ter experiências, se quisermos nos adaptar nessa nova vida.

— E por acaso, você já conseguiu realizar alguma coisa da sua lista? —  perguntei com um tom desafiador.

— Para ser sincero, já! — disse ele, com a maior calma — estou realizando duas delas, neste exato momento.

Meu queixo caiu. Lucas planejou isso como se fosse cometer um crime super bem elaborado. Fiquei imaginando, se ele já não o preparara desde Vancouver.

— O que é que você está realizando agora? — perguntou Lilly curiosa.

— Dois itens da minha lista eram: sair pra fazer compras e comprar um presente para alguém especial — disse Lucas, agora se virando para olhar Lilly — se bem que, a última parte eu ainda não realizei, e por falar nisso, vocês querem ver a minha lista? — perguntou Lucas, sorrindo.

Lilly é claro ficou animada, mas eu por outro lado não queria nem saber dessa história. A única coisa que eu queria, era fazer as compras, voltar para casa e começar a reforma no sótão. Devido ao meu silêncio, Lucas foi obrigado a mostrar sua lista apenas para Lilly, que é claro, não parava de fazer sons como: "Ual!" "O quê!" "Rá" "Tá brincando!".

Lua Escarlate (Água/Vinho)Onde histórias criam vida. Descubra agora