Capítulo 12 - Lua Escarlate

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Quando chegamos em casa, a primeira a entrar foi Lilly. Ela já não aguentava de tanta curiosidade, queria descobrir o que Celine havia comprado. A coisa peluda estava lá dormindo na caminha dela e, quando Lilly a viu, soltou um...

— Ai! Que coisinha mais fofa! — e a coisa peluda já estava nos braços dela.

Lucas foi o último a entrar em casa. Ele teve a mesma reação que eu, ficou ali, parado, sem piscar. Acho que depois de uns três minutos, ele disse...

— Hummmm! Um petisco! — disse ele fingindo que estava babando.

— Você não vai machucar essa fofura — disse Lilly — ameaçando.

— Estou brincando — disse ele, rindo — essa coisa não dá nem para encher as cáries.

Lucas tentou acariciar a coisa peluda, mas parece que ela não nutria afeição por ele. Assim que ele aproximou sua mão, a coisa o mordeu e rosnou.

— Ai! Essa coisa é realmente a sua cara! — disse ele, irritado.

— É Lucas, quem com ferro fere, com ferro será ferido — disse Lilly, aninhando a coisa — como vamos chamá-la?

— Acho que você deve escolher o nome. Afinal, ela é sua — disse Celine, acariciando a coisa.

— Eu não sei que nome dar — disse Lilly sem entusiasmo.

— Eu tenho uma sugestão — disse Lucas — que tal Patty?

— Ah, eu gostei — disse Lilly espantada — Até que enfim você teve uma ideia que preste.

O resto da semana foi quase a mesma coisa, escola, preparativos para a inauguração, recolher as fezes da Patty, brigar com Lucas para acordar e, é claro, me esconder de Paul, que continuava andando atrás de mim, como um cachorro perdido.
Os móveis haviam chegado e a casa já não parecia tão desolada. Celine também comprou alguns aparelhos eletrônicos. Tínhamos uma TV de plasma de 35 polegadas, um aparelho de som, um DVD, e uma máquina de lavar. Apenas o piano de Lilly ainda não chegara e esse era o problema. Nós esquecemos de contar a Celine sobre o piano, e quando ele chegasse, teríamos um baita problema nas mãos, pois eu não havia contado sobre o dinheiro ilícito que Lucas ganhou dos filhos de Viktor e quando Celine descobrisse, a batata do Lucas iria assar.

Eu estava na lavanderia lavando as roupas, e é claro, brigando com a máquina de lavar, ela tinha tantos botões e gavetas que eu já estava tendo dor de cabeça. A única que sabia mexer era Celine, mas infelizmente ela estava na loja, pois amanhã seria a grande inauguração. Ela não falava de outra coisa, exceto pelas aulas de dança, que começariam no sábado á noite, depois que ela fechasse a loja. A máquina novamente estava ganhando, então resolvi dar-lhe um chute o que foi uma péssima ideia. Ela era maciça e eu não. Senti o meu dedão do pé latejar, tentei apoiar o pé direito no chão, mas parecia que a dor só aumentava. Pensei comigo mesma "Era só o que faltava, quebrar o dedão do pé".
No meio dessa confusão, ouvi o som da campainha, como pude, cheguei até a porta, mas para o meu azar ao passar pela mesinha de centro, a chutei com o pé direito e a dor aumentou. Abri a porta me contorcendo de dor. Paul estava ali parado com mais dois homens, eles traziam o piano.

— O que aconteceu? — perguntou Paul, preocupado.

— Acho que machuquei o pé — disse entre um ai e outro.

— Por que não se senta? — ele me conduziu até o sofá — eu e meus amigos trouxemos o piano da sua irmã.

— Eu sei — disse, ainda com dor — mande eles entrarem e colocarem o piano ali, naquele lugar — indiquei o lado esquerdo da sala. Eu já tinha reservado aquele lugar, especialmente para o piano.

Lua Escarlate (Água/Vinho)Onde histórias criam vida. Descubra agora