Capítulo I - O Regresso

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A primavera é das coisas que eu mais gosto. Ela chega de forma calma, diz olá, senta-se e bebe um café connosco. Ela queria ficar mais tempo mas não pode. Então diz-nos adeus, sai porta fora com uma desculpa desfarrapada e volta no ano seguinte. E nesse tempo, aparece o Verão, o Outono e o Inverno. E durante todos esses meses eu só desejo voltar a primavera. E aqui está ela.

Os meus olhos percorrem a minha rua. De volta a Califórnia. Devo admitir que já tinha saudades da minha pacata cidade, onde nada se passa. Passo os meus olhos pela casa de Matthew. As janelas estão abertas e a mãe dele encontra-se no jardim a regar algumas plantas. Aceno-lhe e ela retribui com um largo sorriso. De seguida encontro a casa de Liv e a de Jules. A de Liv tem tudo fechado, ainda não deve ter voltado da terra dos avós. A de Jules, apenas tem a sua janela fechada. A mesma dorminhoca de sempre. De seguida encontro a casa de Dylan e vejo que o mesmo já partiu, pois tudo se encontra fechado. Fico um pouco desapontada, esperava vê-lo antes de ele ir embora. Por fim chego a casa de Noah que também tudo aberto à exceção da sua janela. É só dorminhocos nesta terra. Finalmente, avisto a minha casa e não posso evitar um largo sorriso. Sabe tão bem voltar. Saio do carro, tiro a minha mala do porta-bagagens e corro para a porta de casa abrindo-a.

- Tinhas assim tantas saudades de casa? – Cody solta uma gargalhada e entra atrás de mim.

Nestes dias que tivemos fora, ficamos muito mais próximos. Passávamos os dias ou no alpendre da casa dos meus avós, ou no cimo do monte. Apenas a falar, a ver a paisagem e rir das mais barbaridades. À noite, subíamos ao telhado ou até à varanda e observávamos as estrelas e a lua. Nessas noites lembrava-me de Matthew e de quando ele me contou que fazia isto na sua antiga cidade.

Corri escadas acima e abri a porta do meu quarto. Atirei a mala de viagem para um canto e saltei para cima da cama. Que saudades. Senti um peso bruto a cair sobre mim e presumi que fosse Cody. Soltei uma risada e mexi-me até ele sair de cima de mim.

- Então maninha? Já te decidiste? – Cody sentou-se na cadeira da minha secretária focando o seu olhar em mim, enquanto eu abria as cortinas. De repente, um enorme peso caiu sobre mim. Eu tinha de decidir com quem queria ficar. Soltei um suspiro e deixei o meu corpo cair na cama.

- Nem me lembrei mais desse problema sabes? – Cerrei os meus olhos e esfreguei a minha cara com as mãos. – O que é que eu faço? – Elevei o meu corpo e sentei-me na cama focando o meu olhar em Cody.

- De quem sentiste mais saudades? – Comecei a puxar pela mina cabeça, tentando relembrar-me de quem é que tinha invadido a minha mente mais vezes.

- Não sei. Em todos! – Soltei um suspiro totalmente frustrada. A verdade é que eu continuava sem saber quem queria.

- Vais ter de decidir. – Dito isto, Cody elevou o seu corpo pronto para abandonar o meu quarto. No entanto, parou à porta do meu quarto e lançou-me um último olhar. – Ainda tens de descobrir quem escreveu aquela última carta. – Relembrou-me e abandonou de vez o meu quarto.

Elevei o meu corpo e decidi ir ter com Jules, talvez ela me ajudasse a não só perceber quem me tinha escrito a última carta, como também a perceber quem eu amo. Agarrei na minha mala e no meu casaco não fosse ficar fresco e saí de casa, avisando a minha mãe que não sabia se vinha almoçar.

Optei por não ir de carro, visto que o caminho era muito curto. Ao passar pela casa de Noah, pude ver que a janela do quarto dele já se encontrava aberta. Por breves instantes pensei em tocar à campainha, mas decidi não o fazer. Preciso de ver uma das minhas melhores amigas primeiro. Ao chegar a casa de Jules, verifiquei que também a sua janela já se encontrava aberta, o que me tranquilizou, pois acordar uma Jules era das piores coisas que eu podia fazer.

Toquei à campainha e só aguardei uns segundos até poder sentir uns braços envoltos no meu corpo.

- Tive tantas saudades tuas! – O cabelo molhado de Jules pingava ligeiramente no meu rosto e provocava-me algumas cócegas. Apertei o seu corpo também e afastei-me aos poucos.

- Também tive saudades tuas! – Esbocei um largo sorriso e entrei assim que ela me permitiu a passagem.

- Então, conta-me tudo! – Jules exclamou e sentou-se no sofá agarrando na sua tigela de cerais que estava a comer.

- Preciso da tua ajuda. Eu recebi esta carta no dia em que fui embora. – Estendi a carta do "A" a Jules e a mesma agarrou, pousando novamente a tigela. Conforme os seus olhos percorriam aquelas letras, a sua sobrancelha era franzida e os seus lábios formavam um "O" perfeito. – Quem achas que é? – Murmurei quando percebi que ela tinha terminado.

- Eu acho que é o Matthew. É o que faz sentido. Ele não quer assina por N porque tu ficarias a achar que era o Dylan ou o Noah, mas também não quis pôr uma letra que só ele tinha no nome. – Realmente o que Jules dizia fazia sentido, mas o medo de não ser ele era gigante.

- Ai Jules, eu não sei o que fazer! – Soltei um suspiro, passando as minhas mãos pelo meu rosto.

- Tess pensa comigo. Quem é que tu quiseste desde o início que fosse o N? Com quem é que tu sempre quiseste estar? Por quem é que tu sempre estiveste interessada? – Jules questionou-me e encolheu os ombros logo após comer uma colherada de cereais com iogurte. – Acho que tu sabes a resposta, só não queres é rejeitar ninguém.

Jules tinha razão. O meu medo de ser rejeitada, estava-se a tornar num medo de rejeitar alguém. Eu não queria dizer "não" a ninguém, mas eu tinha de o fazer. Independentemente das cartas e de tudo o resto. Eu já tinha feito a minha decisão há muito tempo, só ainda não tinha percebido.

A campainha de casa de Jules tocou e a mesma elevou o seu corpo e caminhou até à porta. Segui-a com o intuito de ver quem era também.

- O que é que estás aqui a fazer? – Jules questionou e até eu, mostrei um ar surpreendido no meu rosto.

- Eu sabia que a Tess estava aqui e precisava de a ver. – A voz dele soou e foi quando eu percebi. Era com ele que eu queria ficar. Desde o início.

***

Olá minhas lindas! Aqui estamos nós outra vez!! 

A segunda temporada começou, yeyyyyyy!!! 

Eu vou tentar publicar todas as segundas e quartas. E talvez publique aos sábados também. 

Parece que a Tess já decidiu!! Quem é que acham que é?? Eu sei, mas não posso dizer ahaha 

Espero que tenham gostado deste primeiro capítulo, eu sei que é pequenino, mas é o início. 

Vai haver tantas surpresas !!! 

Beijinhos meninas, 

Mar

A Última Escolha [Cartas Anónimas Sequel] || Dylan O'BrienOnde histórias criam vida. Descubra agora