Capítulo VIII - Festa das Cores

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A festa estava ao rubro, embora ainda mal tivesse começado. Dylan era o mais bêbado do grupo, mas isso já era o expectável. Segurava um copo na mão que continha um líquido que nem ele próprio sabia identificar, mas presumia que fosse algo com vodka e dançava de uma forma que provocava gargalhadas nos elementos do grupo. Scott tentava aprender os passos de dança da música que tocava nas várias colunas espalhadas pela mansão, mas também ele dançava extremamente mal. Liv, Jules e Tess preparavam-se para a festa das cores que ia dar início à festa. Já haviam distribuído os dozes sacos de pó de várias cores pelos seis membros do grupo e agora procuravam alguém que tivesse pulseiras com luzes néon. Cody era o mais sóbrio do grupo e isso estava a aborrecer-lhe imenso, pelo que encostou-se a um dos vários balcões de bebida e bebeu várias bebidas de uma só vez. Noah e Matt chegavam agora à festa. Também eles tinham cartões com total acesso ao álcool da festa pois conheciam membros da associação de estudantes.

Noah já havia esquecido Tess mas quando a viu ao longe a dançar com as suas amigas, vestindo apenas um biquíni, sentiu que o seu coração lhe ia saltar do peito. No entanto, ele agora estava com outra pessoa, por isso engoliu em seco, depositou um beijo nos lábios da rapariga com quem estava e caminhou para o lado oposto ao de Tess.

Matt, por outro lado, ainda sentia uma forte atração por Tess. Porém, sabendo que ela namorava oficialmente com Dylan, decidiu manter apenas uma amizade com ela e pretendia aproximar-se dos outros membros do grupo, pois não tencionava ficar inimigo de ninguém. Matt viu alguém a correr para uma casa de banho e decidiu verificar se estava tudo bem.

- Estás bem? – Bateu à porta levemente e falou um pouco alto, para que o ouvissem do outro lado.

- Estou. Vai-te embora. – Era Dylan. Estava completamente bêbado e provavelmente estava a vomitar.

- Dylan deixa-me entrar. – Matt insistiu voltando a bater à porta. Dylan pensou que se tratasse de Cody ou de Scott, pelo que abriu a porta, permitindo a passagem de Matt.

- O que é que estás aqui a fazer? – Dylan questionou franzindo o sobrolho.

- Vim ajudar-te. – Matt revirou os olhos encolhendo os ombros. – Estás pálido. Anda. – Matt ajudou-o a levantar-se do chão, colocando um braço de Dylan sobre o seu ombro.

- Se eu não estivesse tão mal como estou, não te deixava ajudar-me. – Dylan murmurou enquanto saiam da casa de banho.

Matt levou Dylan até à cozinha que estava repleta de copos de plástico espalhados pelas bancadas e pelo chão. Sentou Dylan numa cadeira e arranjou um copo com água e açúcar.

- Toma. Isso vai fazer-te bem. – Entregou-lhe o copo e sentou-se frente a frente com ele.

- Porque é que me estás a ajudar? – Dylan questionou entre golos.

- Porque quero-te recompensar. Se eu soubesse que vocês namoravam, nunca me tinha envolvido com ela.

- Nós não namorávamos nessa altura. – Dylan soltou um suspiro baixando levemente a cabeça, focando os seus olhos nos seus dedos. – Eu não sei se tu sabes da história toda. – Dylan focou o seu olhar no rosto de Matt, e o mesmo abanou a cabeça em negação. – Pronto, então se não te importares eu vou contar e mesmo que te importes eu conto na mesma. Eu estava apaixonado pela Tess há algum tempo e falei com o Cody sobre isso. Ele disse que eu tinha de me declarar a ela de alguma forma, mas que não podia mostrar quem eu era, porque como eu costumava ser um mulherengo, ela não iria acreditar. Eu comecei a aproximar-me mais dela e pedi ajuda ao Noah para escrever cartas anónimas que deixava no cacifo dela, em casa dela e noutro sítios e assinava com "N". Quem escrevia as cartas era ele e eu dizia-lhe o que queria transmitir, ele tinha mais jeito para escrever do que eu. Só que o Noah apaixonou-se por ela, conforme ia escrevendo e aproximando-se dela também. No dia do baile de Primavera, o "N" deixou-lhe uma carta a informar que ia estar à porta de sua casa para a levar ao baile. Eu, como achei que não era justo ir só eu, tendo em conta que o Noah é que escrevia as cartas, levei-o comigo. Só que, eu não estava à espera era que o Noah se declarasse a ela também. Ela acabou por não ir nem comigo, nem com ele. Depois eu fiz imensa porcaria durante imenso tempo, andei atrás dela, ela rejeitava-me e quando finalmente eu já tinha alguma coisa com ela, embora não namorássemos, tu apareceste e o resto já sabes. – Dylan soltou um suspiro, baixando de novo a cabeça.

A Última Escolha [Cartas Anónimas Sequel] || Dylan O'BrienOnde histórias criam vida. Descubra agora