Capítulo 5 - E ela dança..

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Já é domingo! O dia passou rápido. Já estava anoitecendo, o que nunca impedia de Nova York continuar movimentada.

Estou no meu quarto escolhendo no espelho qual seria a melhor roupa, afinal, ela vai me reconhecer. Tenho que estar apresentável, ja que quero lhe fazer uma surpresa depois.

Opito por casaco azul de tecido fino e uma calça jeans. Coloco um relógio "caro" que tinha ,logo após colocar bastante perfume. Agora sim!

~
Como o de costume, o teatro está lotado. Sento-me em um local que daria para ela me encontrar. As luzes se apagam e começa o espetáculo..

Uma música triste sai pelos altos falantes. Uma luz azul se acende no centro e lá está ela..tão bela. Seus pés saem do chão e voltam, seu corpo movia de acordo com a música. Minha alma transbordou. Sua alma interpretava a música. Uma música tão triste..

Todos a observavam atentos, cada detalhe era perfeitamente executado. Nunca tinha visto esse número antes. Será que era inédito só para mim?

Seu corpo continuava a se mover. Me causando arrepios. Com tanta beleza, eu só conseguia pensar naquele antigo poema..

A Bailarina.

O sorriso estampado em seu rosto
esboça a leveza em seu corpo;
na ponta dos pés, graciosa.

Serena, pura, vaidosa;
seu charme firme estremece;
meu coração que queima e aquece.

Seu sorriso que marca na mente;
o beijo selado ardente;
que destrói imagens da solidão

Enquanto pisa no chão;
se solta, toca o meu coração

O leve vento fez o favor de trazer seu perfume até mim. Meu veneno, minha droga. Por um breve momento nossos olhos se encontraram. Estava hipnotizado. Seus olhos transpareciam toda a música..toda a dor.

Me pergunto se ela sente o mesmo que eu quando a vejo.

Claro que não Lucca, nos conhecemos "ontem" Meu subconsciente gritou.

E assim seguiu todo o espetáculo. Eu, o bobo e ela a estrela. Por mais que eu ja tenha visto o espetáculo um milhão de vezes, eu nunca me canso.

O show chega ao fim e eu a espero na saída. Ela já tinha trocado de roupa, o que não impediu das pessoas lhe reconhecerem e elogiarem. Ela sempre dava aquele velho sorriso fraco que eu dava para as minhas respostas mecânicas. Confesso que fiquei intrigado.

"Vamos, estou morrendo de fome" Diz ela segurando em meu braço. Isso era tudo o que eu precisava ouvir para a minha surpresa.

Uma cafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora