1.CIVILIZAÇÃO

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  Me levanto com um pouco de torcicolo, e me espreguiço. Agora que havia amanhecido e eu estava descansado, pude colocar meus pensamentos em ordem. Após 20 minutos refletindo, resolvo dar uma olhada na cabana e em volta dela.

  Dentro, não há muito de especial, apenas móveis empoeirados e muita bagunça.

  Resolvo ir ao lado de fora mas ainda com receio de que aquele ser apareça. Para minha sorte, ele não estava lá e havia um poço com água que eu acreditava ser potável. Sem demora joguei um balde com uma corda amarrada neste e trouxe água para cima, ao verifica-la, soube que era potável. Levei-a para dentro e tomei apressado. Lembrei-me das barras de cereais que havia encontrado ontem e as comi.

  Depois de horas descansando, resolvi sair daquele lugar e ir em busca da civilização seguindo ao norte, lado oposto da floresta, deixando a cabana e levando comigo alguns itens que achei ser de importância caso demore mais de uma dia essa viagem em busca de pessoas.

  Passado algumas horas de caminhada, por fim encontro uma vila e para minha alegria avistei crianças brincando e pessoas paradas tentando me reconhecer, cochichando entre si. Dou alguns passos e me aproximo do povo.

  - Vocês falam a minha língua? -Pergunto esperando que a resposta seja afirmativa. Eles fazem silêncio completo por mais ou menos 5 segundos e então respondem:

  - Afirmativo caro jovem, e o que você faz aqui? Não parece ser desta localidade! - pergunta um homem de aproximadamente 50 anos.

  - Bom, algo me perseguiu pela floresta, não sei como fui parar lá primeiramente, reposei numa cabana e resolvi procurar por alguém que me ajudasse a voltar para minha cidade.

  -Como se chama e de onde você é garoto? Qual a sua idade? Está com fome ou necessita de algo? - pergunta um rapaz que aparentava ter a minha idade.

   -Me chamo Heitor Müller e sou de Nova Iorque, tenho 18 anos de idade. No momento não estou com fome. Obrigado por perguntar.- Ele sorri para mim e logo se vira para homem que me interrogou primeiramente e diz algo em seu ouvido. Se entreolham e fazem um sim com a cabeça e começam a avançar em meio a multidão.

  -Venha garoto!- Chamou ele. Logo, os alcancei. A multidão de espalhou pelo local e continuaram suas tarefas normalmente.

  -Como vocês se chamam e que lugar é esse? -Pergunto observando as casas e o ambiente em que me encontrava.

  -Eu me chamo Leonard - diz o mais novo e aponta para o homem mais velho-, e este é o meu pai, Wes. Este é o povoado de Benjamin Constant, este lugar não é de muito valor para a América do Norte.

  -Como você veio parar aqui bom jovem? - Pergunta Wes.

  -Nao sei senhor, do nada acordei na floresta e algo começou a fazer muito barulho e este ser que aparentava ser meio humano meio animal, um felino para ser exato, começou a me perseguir até que encontrei essa cabana que relatei.- Respondi

   -Chegamos!-  Anuncia Wes a frente uma casa muito humilde - este é o meu lar! Vivo aqui desde que nasci. Entre!- Diz ele abrindo a porta da casa de madeira de pinheiro.

  Ao entrar me deparo com algo que me faz parar: uma linda garota escovando os longos cabelos castanhos ondulados, de pele extremamente clara- diferente das outras pessoas que tem o tom da pele morena clara-, sua beleza me fez cair o queixo ao ver seu reflexo no espelho e aquele sorriso encantador.

  -Olá! Me chamo Anamika, irmã do Leonard. E quem é você, belo rapaz?- pergunta ela.

  Fico totalmente abobado e fascinado com a tal beleza dela que fiquei parado e sem reação.

  -Ele está bem papai?- Perguntou ela a Wes.

  -Estou sim! - digo com o rosto queimando de tanta vergonha. Mas respondo enquanto disfarço o olhar - Me chamo Heitor, Heitor Müller.

  -Prazer. - Diz ela, estendendo a mão simpaticamente.

  -O prazer foi todo meu, Anamika... - pego sua mão e deposito um leve e suave beijo e ambos ficamos vermelhos. Não sei dizer por qual motivo fiz isso. Wes e Leonard riem baixo de nossas atitudes.

  Era por volta de 13:00h  quando Wes anuncia o almoço, me trazendo um prato cheio de arroz, um molho caseiro a base de tomates, e diversas saladas.

  -Nós não consumimos carnes, eu e meus filhos somos vegetarianos. -Diz ele me entregando o prato redondo e fundo.

  -Não tem problema! Me dou bem com vegetais e grãos.- Wes dá um longo sorriso e se despede indo em direção à porta.

  -O senhor não irá comer?-Pergunto e com um grande sorriso ele me responde:

   - Hoje é sábado, jejuamos aos sábados, é uma das doutrinas desse povoado, não se preocupe, como você não é daqui, pode almoçar sem preocupação.

  -Tudo bem! -Respondo. Então ele dá um beijo na bochecha de Anamika, e sai.

  Depois do término do almoço, me ofereço para ajudar Anamika na organização da casa.

  Passamos a tarde inteira conversando sobre os costumes diferentes que tínhamos.

  -Está na hora de dormir jovem rapaz!- Anuncia ela rindo.

  Era 22:10 da noite, perguntei a ela se teria como me emprestar um par de roupas do irmão dela - já que tínhamos o mesmo tamanho- , ela diz que sim e me aponta uma toalha e a direção do banheiro.

  Depois de um banho muito bem tomado, Wes e Leonard chegam com várias bolsas com frutas, verduras e legumes frescos. Wes as coloca sobre a mesa da cozinha e conversar com Leonard. Logo anunciam a hora de dormir, ao chegar no quarto de Leonard, me deparei com Anamika arrumando um colchão de solteiro para mim. Me disponho a ajuda-la, mas ela me dispensa, minutos depois me diz estar pronto para dormir, escovo os dentes com uma escova que Wes me trouxe de uma lojinha próxima daqui. Com os dentes escovados, corpo limpo e muito cansado, me deito e durmo.

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O Segredo das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora