5. O RITUAL

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   Acordei mais cedo que o normal, às 7:30h. "Hoje é o grande dia, o dia do ritual" penso. O ritual começaria as 9:00h. Tomei o café da manhã junto a Anamika e Wes -Leonard estava ajudando na preparação e organização no lugar que seria o ritual.

   -Preparado? -Pergunta Anamika.

   -Não sei te responder. -Respondo. -Mas acho que sim. Estou um pouco nervoso.

   -Fique calmo, não tem que se assustar com nada. -Ela sorri.

   Após o término do café ajudo Anamika a organizar a cozinha e a casa. Por volta das 8:30h saímos de casa para irmos até o local que aconteceria o ritual. Ao chegarmos, Leonard e o professor Lincon vêm ao nosso encontro.

   -Está tranquilo, Heitor? -Pergunta Lincon.

   -Mais ou menos. Mas vou tentar controlar o nervosismo. -Respondo enquanto olho para as minhas mãos trêmulas.

   -Então... Vocês serão chamados de acordo com a inicial de seus respectivos nomes. Eu estarei fazendo o anúncio destes. Podem se assentar naquelas cadeiras -ele aponta para um local com muitas cadeiras, onde os jovens que participarão do ritual estão se assentando e alguns ainda se direcionando a este. Assento e me dirijo junto a Anamika e Leonard; Wes vai até um local próximo a onde estamos e se assenta por lá.

   -Em instantes começaremos o ritual, estejam se preparando até que comece os anúncios dos nomes. -Anuncia Lincon pelo microfone.

   Vi algo que não havia visto quando cheguei: uns meninos que faziam malabarismos com o dom de fogo. Achei incrível e fiquei na torcida de que este seja também o meu dom, mas também gostaria que fosse a Luz ou Ar, achei muito interessante o que eles fazem.

   Lincon se dirige ao palco e começa a pronunciar os nomes:

   -Abiner Launge, se dirija até o centro da Estrela de Quantin -Esse é o nome da estrela de 6 pontas; ela recebeu o nome do Lorde Kelvin Quantin, que foi o desenhista desta.

    Quando ele se colocou no centro, as 6 pedras dos dons foram situadas em seus devidos locais. Então Lincon fez um breve discurso e recitou uns versos que diziam:

"Nossos ancestrais disseram que receberíamos dons
E aqui estamos, honrando às suas palavras
E pela autoridade que recebi
Entregaremos a ele seu devido dom."

   Ao terminar estas palavras, uma pedra levitou -Água- as pessoas que estavam à sua volta começaram a comemorar; e quando a pedra penetrou em seu corpo, uma luz azul -como uma aura- reluziu ao seu redor e gotas de água escoreram dele. Ele saiu do centro e foi comemorar com sua família e amigos.

   Depois de duas outras pessoas, que receberam o dom de fogo e terra respectivamente, foi a vez de Anamika. Lincon fez novamente a recitação dos versos e a pedra do ar levitou e penetrou o corpo de Anamika, neste instante uma aura branca se fez a sua volta. Então um vento forte foi sobre ela fazendo seu belo cabelo voar. Ela foi até Wes comemorar, depois veio até seu assento ao meu lado e abraçou seu irmão e também me abraçou, sua bochecha corou num tom bem claro, senti a minha esquentar e ri por dentro ao vê-la tentando disfarçar. Voltei a focar na cerimônia dos dons. Mas percebi algo no seu braço, era a marca que Lincon citou nas aulas. Muito curioso eu a toquei, Anamika me olhou de um modo muito engraçado pelo canto do olho. Era um círculo perfeito de uns 8 centímetros com o desenho de linhas que representam os ventos.

   Após se passar várias pessoas, foi anunciado o nome de Harry Tagore e seu dom foi a terra, sua aura foi de um tom marrom e uma mistura de barro e areia se formaram ao seu redor.

   -Heitor Müller, se posicione no centro. -Meu corpo estremeceu ao ouvir meu nome e Anamika me cutucou para ir rápido me posicionar no centro da Estrela de Quantin. Fui aos tropeços até o local, olhei para Lincon que sorria de modo exagerado, como se estivesse a minha espera. Me posicionei no centro e notei uma pessoa colocando uma pedra nova no lugar da que havia sido concebida ao jovem anterior.

   Lincon começou a recitar os versos e meu corpo tremia de modo anormal; quando ele terminou sua récita nada havia acontecido até o momento, as pessoas que me assistiam olhavam para mim de modo completamente estranho, fitei Lincon e neste momento, vi as seis pedram levitarem e voarem ao meu redor. Eu estava apavorado, não sabia se deveria correr, me agachar ou ao menos mostrar uma reação. Até que comecei sentir umas batidas em meu peito. Queria ver qual pedra havia entrado em mim, mas eu estava imóvel, senti que algo queimava dentro de mim, mas não era como o fogo. Olhei para as pessoas ao meu redor pelo canto dos olhos e elas estavam espantadas. Me fitavam de modo que me fuzilavam com olhares diversos, não sabia dizer qual seria suas reações, pois era inteligível. Mas, o que não conseguia realmente explicar era o que eu estava sentindo. Olhei ao meu redor e as pessoas gritavam em pânico pois as cadeiras e outros objetos estavam voando, vindo todos em minha direção mas sem me acertarem, ela gitpravam a minha volta. Quando este sentimento passou, senti meu corpo pesar e muita tontura, os objetos que a segundos voavam, caíram. E eu, sentindo meu corpo ainda pesar, não o sentia mais e fui direto ao chão. Ouvi por alguns instantes os gritos e após, eles cessaram. Meus olhos se fecharam e não eu conseguia sentir mais nada.

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