Capítulo 12 - Só pode ser brincadeira.

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   A sensação que Arthur tinha de estar em Hoverfield novamente era estranha, a cidade parecia ter crescido, havia novas casas e outras em construção, só as casas antigas continuavam as mesmas, havia mais lojas e empresas, a cidade estava maior.
   Havia acabado de chegar a cidade, estacionou sua harley davidson perto do Fênix, estava com fome, a muito tempo não comia da batata frita de lá, sua mãe já devia estar o esperando na porta, lembrou de quando telefonou para avisar que ia de moto de Nova York para Hoverfield no Kansas, sua mãe quase teve um ataque, falou de todos os perigos da estrada, mas depois de muita insistência e de prometer de não viajar à noite, sua mãe se acalmara um pouco.
   Havia poucas pessoas no fênix àquela hora da manhã, geralmente só ficava cheio a noite, Arthur se dirigiu para a mesa no final do estabelecimento, cada parte daquele lugar ele guardava boas lembranças, lembrava do dia que Daniel pediu Carly em casamento, naquele dia havia beijado Julia pela 1° vez, ao olhar para a pista de boliche lembrou do dia que a chamou para sair e nesse mesmo dia eles olharam as estrelas juntos, esses momentos estavam tão vivos em sua mente que pareciam ter acontecido semana passada.
   Uma garçonete apareceu ao seu lado e com um sorriso no rosto lhe entregou o cardápio, ele percebeu que ao menos o cardápio havia mudado, ainda tinha as batatas fritas que tanto gostava, mas agora tinha mais opções, havia asinhas de frango e bebidas alcoólicas apenas para maiores de idade.
- Um cappuccino e um misto quente – Disse, entregando o cardápio de volta a garçonete, tinha resolvido deixar as batatas fritas para mais tarde.
   Alguns minutos depois a garçonete voltou trazendo seu pedido e deixou em sua mesa.
   Enquanto comia seu café manhã, reparou na variedade de pessoas, até agora não tinha visto ninguém que conhecia, não conseguia deixar de sentir uma pequena curiosidade ao tentar descobrir o que tinha acontecido as pessoas que conhecia, sua mente o lembrou para tentar evitar Julia, mas Arthur não consegui tentar imaginar o que aconteceria mais para frente, de repente se viu tentando imaginar como seria seu rosto, toda a sua fisionomia, mas logo sua atenção foi voltada para outra coisa.
   Uma mulher havia acabado de entrar com um garoto que aparentava ter 9 ou 10 anos com uma mochila nas costas, segurava sua mão, os cabelos alaranjados dela lhe chamaram a atenção, ela foi com o com o garoto até o balcão.
Seu coração dizia que era ela, não tinha mais aquele rosto adolescente, agora ela é uma mulher adulta, usava um terninho preto com saia, ele pôde perceber que o corpo dela havia ganhado mais curvas, estava mais bonita do que antes.
   Tinha medo que ela olhasse em sua direção e o reconhecesse, era quase impossível, seu rosto havia mudado bastante, tinha deixado a barba crescer um pouco, não muito, apenas por fazer. Ele abaixou um pouco a cabeça, mas que ainda desse para observa-la, ela deu aquele sorriso tímido para a atendente, e ele se concentrou para ouvir a voz dela.
- Oi, Nancy. O mesmo de sempre para mim e o Oliver – Disse sentando nos bancos em frente ao balcão.
- Já está pronto, estava só esperando vocês – A mesma mulher que atendeu Arthur trouxe duas xicaras de algo que Arthur imaginou ser café e dois mistos quentes.
- Droga, ontem esqueci de programar o despertador e acordei atrasada e o Oliver dorme igual uma pedra, só eu para acordar ele – O garoto riu do comentário dela enquanto mordia seu misto.
- Não esquece que hoje tem reunião na escola – O garoto disse mastigando.
- Querido, já disse para não falar de boca cheia.
    Alguns minutos depois os dois terminaram o café da manhã, ela tirou algumas cédulas da bolsa e entregou a garçonete e saiu com o garoto, ele olhou pela janela de vidro e viu quando ela entrou em um gol vermelho e sentou no banco do motorista e o garoto no banco detrás.
   Uma parte dele estava aliviada por ela não o ter visto e a outra queria ir atrás dela e querer saber tudo que havia acontecido nesses anos, será que o garoto era filho dela? Será que estava casada? Essas perguntas não saiam de sua cabeça, ele sentia que precisava saber, se arrependeu de não ter perguntado a Carly antes, ela só chegaria daqui a 3 dias, não queria fazer esse tipo de pergunta pelo telefone, então resolveu perguntar a quem sabia de alguma coisa.
   Depois que pagou a conta, foi até onde a garçonete estava.
- Com licença, posso fazer uma pergunta?
- Claro, o que deseja?
- A mulher que acabou de sair... O nome dela é Julia?
- Sim, você é amigo dela?
- Digamos que sim, amigo do tempo da escola – Disse com um sorriso – Obrigado, tenho que ir.
Ele subiu na moto e foi em direção a sua antiga casa.

Seu Coração Ainda é MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora