- Oi, Arthur – Sentiu um alívio ao ouvir a voz de Carly no outro lado da linha – Como Vai?
- Vou bem – Respondeu rapidamente e continuou – Escuta, você pode fazer um favor para mim?
- Claro, o que quiser e só dizer – Disse com a voz bem humorada.
- Você poderia ir até o meu apartamento e pegar uma caixa pequena que está embaixo da minha cama e trazê-la para mim?
- Claro, irei lá amanhã.
- Obrigado, é muito importante – Ele se encostou em sua moto e relaxou um pouco.
- Aconteceu alguma coisa? – Sua voz demonstrava uma certa preocupação.
- Não, ainda não... Não sei, é complicado.
- Tudo bem, quando eu chegar a gente conversa melhor.
Arthur se despediu de Carly, ela chegaria em Hoverfield depois de amanhã, queria ter feito perguntas a ela, mas tinha medo das respostas, achou melhor que fosse pessoalmente.
Tinha tantas perguntas que queria fazer a Julia, queria vê-la, falar com ela, saber como estava, "Porque não consegui esquecê-la? ", se perguntava todas as vezes que sua imagem vinha em sua cabeça. Ao longo dos anos, teve vários relacionamentos, mas nenhum que o fizesse sentir o que sentia com ela, o mais longo que teve foi com Lena, que trabalhava em sua empresa, o relacionamento durou um ano, era uma mulher maravilhosa, estava pensando em pedi-la em casamento, mas o relacionamento acabou quando ela confessou que amava outro homem, não ficou triste com a confissão dela, admitiu em sua mente que se sentiu um pouco aliviado, mas depois começou a se perguntar o que tinha dado errado, talvez a culpa fosse dele.
Olhou no visor de celular e viu uma chamada perdida de sua mãe, depois retornaria, agora precisava colocar sua cabeça no lugar, pensar como seria daqui para frente.
Estava encostado em sua moto a meia hora na praça da cidade, o mesmo lugar em que levou Julia para observar as estrelas, o vento estava forte como naquele dia, as folhas das arvores balançavam junto com o cabelo dela.
- Arthur? – Uma voz familiar o chamou por detrás.
Ao virar-se se deparou com uma mulher de meia idade com um enorme sorriso no rosto, com longo cabelos loiros, onde já se eram visíveis alguns fios brancos.
- Sra. Rogers? – Ela confirmou e a mãe de Daniel o cobriu com um abraço.
- Como você cresceu e está mais bonito ainda – Disse olhando o seu rosto.
- Obrigado, a senhora também está mais bonita do que antes.
- Quando chegou aqui em Hoverfield?
- Hoje pela manhã.
- Venha, vamos a minha casa – Disse, segurando seu braço – Quero saber o que você fez todos esses anos, por favor.
- Tudo bem – Disse pegando o capacete – Vem de moto?
- Não gosto muito de moto, mas, está bem, vamos – Ela pegou o capacete que ele lhe oferecia.A antiga casa de Daniel não havia mudado muito, quadros com as fotos dele e da família continuavam a preencher a estante, Arthur notou que havia várias fotografias de um garoto sorridente do lado dos pais de Daniel, ele pegou a foto e a olhou mais de perto, a semelhança com Daniel não passava despercebida.
- Você...
- Sim, eu tiver outro filho. Se chama, Peter – Disse se colocando do seu lado a observar a foto.
- Ele é muito parecido com Daniel quando era criança, as únicas diferenças são os cabelos loiros, enquanto os de Daniel eram pretos, e também os olhos, os de Daniel eram castanhos escuros, e os dele são verdes.
- Sim, eles estar na escola nesse momento – Disse ao sentar no sofá da sala – Sempre falo de Daniel para ele, Nicholas eo que mais fala, Peter adora ouvir sobre o irmão.
- Quantos anos ele tem?
- Fez 8 no mês passado – Arthur colocou o retrato de volta na estante e sentou-se ao lado dela no sofá.
- Não tem um dia que eu não sinta a falta dele.
- Eu também, como eu queria abraçar meu filho, sinto tanta falta dele – Arthur notou seu olhar um pouco vago e triste.
- Como esta Nick? – Arthur mudou de assunto e sua expressão mudou para um pequeno sorriso.
- Muito bem, vai terminar o colegial esse ano, vai fazer faculdade de medicina.
- Então, ele não vai ser o sucessor das empresas do pai?
- Não – Respondeu com uma risada – Mas, John tem a sorte que Peter se interesse por números, quem sabe ela faz administração.
- É uma ótima faculdade, é a área na qual sou formado, hoje eu tenho uma empresa de materiais esportivos, tenho filiais em quase todos os estados.
- Então, podemos dizer que você é um empresário bem sucedido, acho que já vi comerciais da sua empresa na tv.
- Digamos que sim.
- Nossa, esqueci de te oferecer um café, vamos na cozinha.
- Não precisa.
- Venha, vamos – Disse o puxando pelo braço até a cozinha.Ao sentar-se à mesa da cozinha, minutosdepois ela o entregou uma xícara de café.
- Quer algum biscoito?
- Não, obrigado.
- Tudo bem, então, me diga o que o trouxe de volta a Hoverfield? – Ela o olhoucom expectativa.
- Recebi um convite para uma reunião da minha antiga turma, Carly insistiu queeu viesse.
- Antes, Carly sempre me visitava, mas com o trabalho, as visitas diminuíram,mas ela sempre me liga, quando ela vem?
- Provavelmente, depois de amanhã.
- Quando você vê-la, diga para vir me visitar imediatamente.
- Claro.Arthur contou tudo a ela sobre o quehavia feito nos últimos anos, ela o ouvi atentamente, as vezes ria de algumasituação engraçada, ficava apreensiva quando falava nos tempos que passou noIraque quando estava com os fuzileiros.
- Então, você decidiu sair dos fuzileiros quando levou um tiro?
- Eu não teria saído do exército, se não fosse pelos meus pais, foi dolorosoacordar no depois de três dias e ver os meus pais preocupados comigo nohospital, a bala perfurou o fígado, tive que fazer uma cirurgia, mas hoje estátudo bem, não tive nenhuma complicação, tive sorte. Minha mãe me implorou depoisque eu pedisse minha dispensa no exército, eu não queria, mas fiz isso poreles.
- Desculpa, Arthur. Mas concordo plenamente com a sua mãe.
- Acho que todo mãe iria concordar com ela – Ela soltou uma risada.
Os dois ouviram quando a porta dafrente era aberta e o sons de passos de alguém se dirigia a cozinha.
- Deve ser o Nicholas – Ela avisou.
Um rapaz forte e alto entrou nacozinha, sem perceber Arthur, sorriu ao ver a mãe.
- Oi, filho – O beijou no rosto – Lembra do Arthur?
Nick olhou na sua direção, e franziu ocenho com se tentasse reconhece-lo.
- Arthur? É você mesmo? – Ela foi na direção dele com um sorriso enorme de boas-vindas.
- Acho que sim – Os dois se abraçaram – Você cresceu bastante, lembro de vocêmuito pequeno e magrelo.
- É o que parece – Respondeu, rindo de seu comentário.Já fazia quase duas horas queconversavam, Arthur viu que precisava ir embora, ainda tinha muitas coisas pararesolver, então, se despediu, mas não sem antes prometer outra visita.
Ao passar de moto em frente da antigacasa de Kevin, lembrou que ele poderia responder todas as suas dúvidas, masprovavelmente, ele não morasse mais em Hoverfield, parou a moto em frente àcasa e observou um pouco, não sabia se ainda era habitada, as janelas estavamfechadas, mas ainda estava nova, reformas haviam sido feitas recentemente.
- Procura alguma coisa?
Ouviu uma voz masculina falar por detrásdele, ao olhar para trás, se deparou com um homem alto e forte, tinha oscabelos loiros bem vivos, sua face estava um pouco séria.
O homem o olhou atentamente, depois sorriucomo se lembrasse de alguma coisa.
- Você não está me reconhecendo? Sou eu, o Kevin.
- Kevin? – Arthur estranhou o tom simpático de sua voz.
- Sim.
Depois que ele respondeu, a porta da antigacasa dele se abriu, uma garotinha sorridente, de cachos loiro correu na direçãode Kevin e o agarrou com um abraço.
- Oi, princesa. Se comportou bem? – Perguntou ao coloca-la nos braços.
- Sim, papai – Respondeu com um sorriso banguela.
Arthur estava surpreso com a demonstraçãode carinho que ambos tinham, de como os olhos de Kevin pareciam brilhar ao vera filha. Então, ele percebeu que havia uma pessoa parada na porta da casa, areconheceu logo de cara, os olhos verdes dela o fitavam, surpresa, ele não pôde evitar quando seus olhares se cruzaram.Ajude sua amiguinha escritora e deixe seu voto para ajudar na visibilidade do livro, obg
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Seu Coração Ainda é Meu
RomanceArthur sempre acreditou que sua vida era a melhor possível, tinha um emprego estável, tinha liberdade, digamos que preocupações era uma palavra distante em sua vida. Mas, tudo muda quando recebe um convite da sua antiga escola, o convidando para um...