Capítulo 16 - Prazer em conhece-lo

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    Arthur quase não conseguia prestar atenção no que sua mãe e Carly conversavam no almoço, seus pensamentos estava longe, preso em um passado descrito naquelas cartas no qual ele não fazia parte. A carta que ele escreveu para ela pesava em seu bolso, ainda não tinha certeza se era certo entrega-la, não consegui imaginar o que ela sentiria ao abrir aquele envelope.
   Ele ajudou sua mãe e Carly a terminarem de lavar a louça para poder então falar com Carly a sós, foi para seu quarto e aguardou que ela batesse em sua porta e entrasse, ela sentou na poltrona do seu lado enquanto ele estava deitado em sua cama a encarar o teto.
- Pela demora no quarto depois que te entreguei as cartas, suponho que as tenha lido – Carly disse mantendo uma expressão neutra.
- Sim, eu estava lendo.
- O que achou? – Seu tom de voz assumiu uma certa curiosidade.
- Não sei ao certo – Disse com o olhar ainda fixo no teto – Me arrependo de não as ter lido antes, tudo teria sido diferente.
- Vai falar com ela? – Ela inclinou-se na direção dele esperando sua resposta.
- Preciso falar, não sei o quanto mudou, mas preciso falar com ela, sinto que há uma parte do passado que envolve nos dois que eu ainda não conheço.
- Sabe que pode contar comigo se precisar – Disse com um sorriso.
- Sei e agradeço por estar sempre comigo – Ele mandou-lhe um sorriso.
- Preciso ir, vou ficar naquele hotel no centro da cidade, se precisar de mim sabe onde me encontrar.
- Tudo bem, te vejo amanhã?
- Com certeza, fique bem – Ela se despediu com um abraço.

   Arthur deixou a carta na caixa de correio da casa de Julia, Carly havia lhe dado o endereço antes de sair, ficava a dois quarteirões da casa dele, era simples, não era pequena, mas também não era grande, sua cor era de um azul claro, na frente ...

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   Arthur deixou a carta na caixa de correio da casa de Julia, Carly havia lhe dado o endereço antes de sair, ficava a dois quarteirões da casa dele, era simples, não era pequena, mas também não era grande, sua cor era de um azul claro, na frente havia uma varando com alguns vasos de rosas e havia um banco que Arthur ficou a imaginar que talvez ela todos os dias se senta-se e ficasse a observar o pôr do sol e o nascer das estrelas.

   Resolveu ir embora antes que a encontrasse novamente, no caminho avistou Kevin a sair de um prédio comercial, estava a usar uma roupa social, fato que Arthur achou um pouco estranho vindo de Kevin, ao lembrar do que Julia revelou na carta, a raiva o invadiu, deixou a moto no estacionamento e foi até onde estava Kevin, ele tinha acabado de encerrar uma ligação quando Arthur o atingiu com um soco.
- Ficou louco? – Kevin disse um pouco atordoado, seu nariz sangrava um pouco.
- Tudo de errado na minha vida e da dela foi culpa sua – Arthur apontou para ele.
- Eu sei, admito. Mas, se você acha que vou deixar que você chegue na frente do meu local de trabalho e me bata desse jeito, está muito enganado – Kevin disse limpando um pouco do sangue.
- Vai fazer o que? Não sou mais aquele magricelo que você gostava de bater.
- Não tenho medo de você – Kevin correu na direção dele e o agarrou pela cintura e o derrubou no chão – Pare com isso e vamos conversar de homem para homem.
  Ainda com um olhar de ódio, Arthur empurrou Kevin de cima dele e tentou acerta-lo outra vez, mas Kevin desviou, algumas pessoas começaram a observar curiosas a confusão.
- Pare com isso agora, antes que eu seja obrigado a acerta-lo – Kevin gritou com ele.
- E isso que eu estou esperando – Arthur gritou de volta.
   Alguns homens apareceram e seguraram os braços de Arthur que tentou se soltar mas desistiu logo em seguida.
- O que acha de conversarmos civilizadamente? Sem brigas, apenas conversa.
   Arthur ainda um pouco relutante assentiu e os homens que o seguravam o soltaram, os dois ajeitaram a roupa que estava um pouco amassada.
   Kevin levou Arthur até o seu escritório no prédio comercial, não era muito grande, mas era bem organizado e aconchegante.
- Então, você é um advogado?
- Sim, e dos bons – Kevin disse pegando uma compressa de gelo e massageando onde Arthur havia batido.
- Espero que esteja doendo – Arthur disse com um sorriso cínico.
- Acredite, está – Kevin apertou a compressa em seu rosto.
  Kevin sentou em sua cadeira habitual e Arthur sentou de frente para ele.
- Eu li as cartas, as que Julia escreveu para mim meses depois que fui embora, ela me disse o que você fez – Arthur o encarou mal-humorado.
- Não me orgulho nem um pouco dessa parte da minha vida - Disse um pouco decepcionado - Depois que você foi embora, meu pai me internou em uma clínica de reabilitação, ele descobriu sobre os meus problemas com álcool e drogas e acho que depois que viu minha situação, alguma coisa fez despertar aquele amor paterno que eu não sabia que meu pai tinha, então ele me ajudou, foi escondido de todos, mas me ajudou, passei quase 8 meses lá, fui morar em Los Angeles com meu pai, consegui terminar a faculdade, minha relação com o meu pai melhorou, mas a alguns anos ele se casou com uma mulher, ela só queria o dinheiro dele e ele não enxergava isso, tentei alerta-lo, mas ele não me ouvia, voltei a beber e em umas dessas bebedeiras reencontrei Amanda, foi só uma noite, mas alguns meses depois ela bateu minha porta com Hailee nos braços e me entregou e foi embora, vem visita-la quando da vontade, foi ai que minha vida mudou completamente, por causa da minha filha, eu a amo e faria qualquer coisa por ela, voltei a Hoverfield há 4 anos, quando vi Julia lembrei de tudo de ruim que fiz a ela, juro que tentei consertar, mas ela disse que não adiantava, já havia tentado, mas você não a respondeu – Kevin o encarou.
- Eu queria esquecer tudo – Arthur confessou.
- E esqueceu?
- Não.
  Kevin o encarou por alguns segundos e depois ficou de pé, pegou algumas pastas.
- Eu espero sinceramente que um dia você me perdoe, mas agora eu tenho que sair, vou buscar Hailee na casa da Julia.
- Uma pergunta - Arthur perdiu. 
- Vá em frente. 
- Seu pai descobriu que essa tal mulher só queria o dinheiro dele? 
- Sério, que de tudo que eu te disse, você só lembrou dessa parte? - Kevin assumiu uma expressão humorada. 
- Fiquei curioso. 
- Ela pediu o divórcio meses depois e levou um boa quantia, mas pelo menos me livrei dela - Respondeu com uma risada. 
   Arthur acompanhou Kevin até a saída do prédio e o viu partir em seu carro. 

   Resolveu caminhar um pouco pelo parque, o sol se escondia por detrás das nuvens, algumas pessoas passeavam por lá, sorriam, pareciam despreocupadas, Arthur desejava está assim como elas, mas para ele, isso parecia impossível

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   Resolveu caminhar um pouco pelo parque, o sol se escondia por detrás das nuvens, algumas pessoas passeavam por lá, sorriam, pareciam despreocupadas, Arthur desejava está assim como elas, mas para ele, isso parecia impossível. De longe, viu um garoto que olhava atenciosamente as mãos, estava sozinho, as vezes olhava para os lados como se estivesse procurando alguém, Arthur se aproximou, talvez estivesse perdido, ele supôs.
- Olá, garoto. Você está bem? – O menino levantou o olhar e o encarou.
- Sim, só cai de bicicleta e arranhei as mãos – Arthur reconheceu o menino na mesma hora, era Oliver, o filho de Julia.
- Onde está sua mãe? – Perguntou, olhando em volta tentando ver se avistava Julia.
- Foi buscar água para poder lavar minhas mãos.
  Arthur se abaixou para poder ficar na mesma altura de Oliver.
- Posso ver suas mãos?
- Minha mãe me disse para não falar com estranhos – Oliver disse um pouco sério.
- Não sou estranho, conheço sua mãe, somos amigos, estudamos na mesma escola, meu nome é Arthur e você e o Oliver, certo?
- sim, isso é sério? – Ele assumiu uma expressão curiosa.
- Claro que sim – Respondeu com um sorriso.
- Ela nunca me falou sobre você.
- Talvez não tenha chegado o momento dela falar.
O garoto ainda com um olhar desconfiado levantou as mão e as estendeu para ele, Arthur as segurou, continham apenas alguns pequenos arranhões.
- Oliver?
Arthur ouviu a voz de Julia por detrás dele, Oliver puxou as mãos rapidamente e correu em direção a ela, Arthur ficou de pé, e mais uma vez aqueles olhos o encaravam surpresos.

Desculpa a demora, me deu um bloqueio, depois fiquei doente, mas voltei. Por favor, leitores fieis, deixem seu voto e comentario, assim você estará ajudando sua amiguinha escritora, bjs. 

Seu Coração Ainda é MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora