Capítulo 4 - A Poesia e a Natureza

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Ser desprendimento e ser entrega é ser pela natureza e pela vida.  

Ser o sol que acorda os olhos preguiçosos e que nina os olhos sonhadores

Ser o gelo que mergulha na água para sair fervido e férvido vaporando neblina nos vales, enfeitando paisagens. 

Ser vento em ondas lufadas e rodopios, ser o sopro que faz dançarem as pipas no céu, as folhas nos galhos, as bandeiras nos mastros. Encher o pano das velas, dos barcos da vida.

Ser a chuva que desperta as sementes e as flores de um novo tempo.

Ser animais e instintos, cooperação e persentimento. Ter patas no barro e bico na lua, ter pernas raízes e frutos de mel. Ter princípios e fins; ser alegria, vigor, ser esperança e ensinamentos...

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Levo sapiência de orelha à testa

Escuto conselhos, mas, muitas vezes, faço diferente

Não acredito nas coisas óbvias nem nas impossibilidades

Vejo várias retas nos curvamentos

E dou voltas para escolher o caminho.


Tenho sapiência sapiens, de cabelos caracolados

     E garras afiadas

Sinto medo, arrepios

     Mas sigo avante sob o escuro da caverna.

Acendo a tocha e vejo estrelas nos olhos dos bichos

     Alívio e risos.


Levo pé chato em perna de frango

Gosto de nadar, mas quero voar

Gosto de divagar, mas não desgarro do tronco.

Gosto de milho e papo cheio

Mas, na sombra, preparado, escondo meu barco.


Levo bico afiado e língua chorosa

Falo, conto poesia

Faço graça comendo pimenta e bebendo leite.

Gosto de chamar, de convidar para entrar e para sair

Tiro para dançar as palavras e o saber.


Como Fazer Poesia - Versos e pensamentosOnde histórias criam vida. Descubra agora