Capítulo 11 - Emoções

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Orvalho sem geada 

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Minha boa relação não é tanto com fogo

     Mas com a brasa incandescente.


Não sou a fim das euforias pirofágicas

     De tomar suco de pimenta

     Ou chorar mais que três dias por amor.


Gosto de aquecer o rosto

     Ficar imaginando e realizar divagando

     Estar no mundo e no bom clima das coisas

     Colhendo orvalho sem geada.


Gosto de correr sem perder os sapatos

     De rolar na grama sem cair na valeira

     De seguir a frente, sem pressa

     E chegar mais cedo para me ver voltar.


Gosto de fazer presença, como ondas vestindo a praia;

     Águas em formosuras, dançando sobre a terra curvada.

E, assim, estar em equilíbrio, como o beija-flor tesoura

     Balançando firme no ar para bicar o melescondido no mundo. 




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