Capítulo 8 - A poesia e o amor

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Ser amor, levar amor, construir laços de amor, ser amigo, fazer afetos, construir valores.

A poesia sem amor é receita de bolo, não leva ao coração. Porque a poesia viaja na carruagem do amor e a poesia é a própria carruagem: o amor em expressão gentil.

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O amor precede, é a gênese

A construção em que tudo se sustenta

     Que justifica a existência e a persistência.


O amor é adimensional, não apequena, não demasia

      Não tem sexo, nem aparência.

Ele surge e cresce, muda e transfere

      Sem se degenerar e prescrever.

Ele é dominação e redenção

     A fascinação e a visão.

Ele é a língua que se dobra, sem palavras

     E a voz que chama na chama.

Ele é a hipnose da loucura

     A razão em doçura e o orvalho cintilante na pele.

Ele é o canto das sereias – encantamento

     O canto das fadas e dos bruxos.

Ele é o caminho, companhia – confortamento.

     O amor sustenta os ossos, drena o corpo e o espírito.

     É o ter e o querer, o unir das coisas carentes e incompletas.


(do meu livro: "A oração do fogo")

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