A fuga

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12 de janeiro de 2015

Eu acordei sentindo uma dor de cabeça terrível, ergui os olhos para a janela e percebi a claridade invadindo o quarto, movimentei para o lado e percebi algo molhado em minha cama.

- Victor?

Pulei da cama quando vi um líquido vermelho cobrir os lençois, partes do meu corpo e do corpo de Victor.

- Victor? - perguntei baixinho.

Não houve resposta, me aproximei de seu corpo e toquei sua pele gelada. Eu temia pelo que viria, mas eu precisava saber se ele estava realmente morto, girei seu corpo e dei um grito de pavor. Victor estava com os olhos abertos e uma expressão de terror, havia muito sangue pelo seu corpo e várias perfurações, sua perna esquerda fora arrancada e os dedos de suas mãos também, sua garganta estava cortada e o colar havia sumido.

- Não, não, não, não. O que aconteceu? Como? O que? Isso não pode ter acontecido. - eu chorava descontroladamente e me sentei no chão para não ver mais aquela cena grotesca.

- Como não? Você fez isso.

A voz de Giulia era em um tom deboxado e eu sabia que aquele sorriso maldito preenchia seu rosto.

- Seu monstro, o que fez com ele?

Me levantei rapidamente e gritei para Giulia que estava olhando para Victor com um sorriso vitorioso.

- Não se lembra Violet? Você fez isso. - ela apontou para Victor e depois olhou para mim. - Você o matou.

- O que? - perguntei assustada e me afastando. - Isso, isso é impossível, eu nunca NUNCA faria nenhum mal a Victor, ele é especial para mim.

- Tão especial que você o esfaqueou enquanto o seduzia, você é realmente doente Violet, e depois eu sou a louca assassina. - Giulia caiu na gargalhada e sumiu.

Fiquei olhando para Victor e depois olhei para minhas mãos cobertas de sangue. Aquilo só poderia ser um pesadelo, o pior de todos que estava longe de acabar. Sai do quarto e fui para o banheiro me limpar, me sentei no chão frio e deixei a água limpar todo o sangue do meu corpo, eu chorava freneticamente e as gargalhadas de Giulia invadiam o local aumentando cada vez mais, eu estava ficando louca.

- Ai caramba.

Um flash de memória veio, eu apertei a mão de Giulia fazendo com que seu acordo de insanidade fosse feito. Eu realmente fiz aquilo, ela estava no controle agora, eu seria apenas uma marionete em suas mãos diabolicas e malignas, eu ao menos teria uma chance de me redimir? Acho que era tarde demais para voltar atrás.

- Você está tão pensativa.

- O que quer monstro? - falei ríspida.

- Isso é jeito de falar comigo? - sua voz era grossa.

Me encolhi e envolvi minha cabeça em meus braços, um soluço incontrolavel quebrou o silêncio. Eu estava perdida, condenada a viver uma insanidade nas mãos de Giulia, o que mais ela queria de mim? Minha alma pela eternidade? Acho que já a vendi sem saber.

- Por que choras criança? - Giulia tocou meu ombro com uma voz doce.

- Você me transformou em um monstro, quem eu sou? - olhei para ela com uma expressão triste e confusa.

InsanidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora